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Divórcio: Momento de Perda

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Autor Carolina Luz de Souza

Assunto Psicologia
Atualizado em 10/04/2009 13:33:11


Segundo pesquisa do IBGE realizada no ano de 2007, a taxa de divórcios no país subiu 200% em duas décadas. Esse número alarmante reflete uma realidade atual.

Se no tempo de nossos pais ou avós o divórcio era ilegal e visto com desprezo, em nossos dias ele passa a ser encarado como solução para um casamento que não está funcionando como os cônjuges gostariam.

Muitos filósofos e pesquisadores da atualidade têm versado sobre a maneira como as relações são construídas em nossos dias. O apreço pela individualidade e a busca por uma felicidade que não admite momentos de tristeza e pesar têm provocado um número crescente de insatisfação nas relações íntimas. O casamento, que até a primeira metade do século passado, era visto como indisolúvel por ser uma instituição, passou a ser considerado passível de término se não atender às expectativas de felicidade cada vez mais altas de homens e mulheres.

A grande questão aqui é que, embora ainda seja o sonho dourado de muitos, o casamento está, na atualidade, sujeito a pressões e expectativas que não existiam décadas atrás. Espera-se de um cônjuge que este realize nossos desejos mais secretos e supra nossas expectativas e desejo de amor sem, contudo, privar-nos de nossa individualidade. Num mundo em que homens e mulheres estão ainda redefinindo seus papéis, qualquer relação está sujeita a problemas de comunicação e confusões.

Quando a decisão final de separar-se é tomada, um grande furacão atinge o casal. Nesse momento, ambos passam por um período conturbado de crise, que pode ter resoluções benéficas ou não.

Num primeiro momento, é preciso entender que os dois componentes do casal sofrem numa separação. Aquele que foi deixado muitas vezes acredita que o outro está muito bem, já que optou por separar-se. O que muitas vezes não é explicitado é que aquele que rompeu o vínculo também sofre e muito, por esse rompimento. Isso acontece muitas vezes meses e até anos antes da tomada de decisão. Quando decide-se pelo divórcio, o indivíduo já passou pelo processo de luto pela perda do vínculo que se criou.

Nós somos seres vinculares. Estar próximo de alguém garante nossa sobrevivência, já que o bebê humano não tem condições de cuidar-se sozinho. Quando um casal se apaixona, entre eles é criado um vínculo forte e duradouro de caráter amoroso, sexual de de apego. Este último, definido por Bowlby como uma condição inata do indivíduo, proporciona a segurança necessária para que este realize-se no mundo. Os primeiros vínculos de apego se dão com os pais ou cuidadores e serão reativados em cada relação significativa que o indivíduo estabelece em sua vida.

Quando um vínculo de apego é rompido, muito sofrimento e ansiedade são despertados. E o processo gerado é o mesmo luto que se sente quando da perda de um ente querido. O que se perde, no divórcio, é não apenas alguém mas o ideal desse alguém. No divórcio, devemos passar pela morte daquela parte de nós que víamos no outro e da consequente morte deste dentro de nós.

Não é um processo fácil. Muitas dúvidas, raiva e sofrimento advém dele. Nossa sociedade não está preparada para acolher esse sofrimento, esperando que o divorciado siga em frente, comece a namorar novamente e deixe para trás uma relação que não deu certo. Os indivíduos que se divorciam muitas vezes sentem-se culpados por estarem sofrendo, já que não é isso que se espera deles.

Apesar de todo o sofrimento e dificuldade advindas desse processo, ele pode ser benéfico na medida em que nos expõe aos nossos maiores temores. Toda crise traz em seu cerne uma oportunidade de crescimento e renovação. É preciso enfrentar os sentimentos que surgem nesse momento de forma a não reprimi-los para que não causem mais danos. Acionar a rede de apoio, familiares e amigos, que possam ajudar no trato com os filhos e nas pendências do dia-a-dia, de forma que a pessoa que se separa não se sinta sozinha em sua jornada.

Mais do que isso, é preciso ter em mente que as nuvens no céu não duram para sempre e quando se dissipam, poderemos novamente avistar a luz do sol.


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