Em Busca da Solidão
Atualizado dia 6/1/2014 11:58:50 PM em Psicologiapor Tania Paupitz
A solidão é diferente de estarmos sós, é um sentimento, um estado de alma, onde experimentamos um grande vazio existencial; não devendo, portanto, ser encarada como sinônimo de tristeza ou infelicidade como a grande maioria das pessoas ainda acredita.
Solidão é esta inquietude que faz com que acreditemos que o outro é o maior responsável por nosso estado interno. Estamos sempre esperando que ele (a) nos acolha e, de alguma forma, venha preencher todo esse vazio D´Alma. São as expectativas que criamos em relação ao outro: a espera do elogio, do carinho, da atenção, da valorização, do afeto que, de alguma maneira, termina por nos frustrar, pois acabamos não recebendo.
Na verdade, esperar que o outro promova nosso bem-estar, denota um certo estado de incompetência pessoal, especialmente, diante das escolhas que fazemos diariamente, dando margem para que o outro nos magoe, nos decepcione, trazendo-nos sofrimento e dor.
Algumas pessoas podem confundir o estado de “carência afetiva”, com o sentimento de solidão, ocasionado pelo fato de não estarem recebendo do outro o que esperavam. Esta sensação de carência é, algo que, muitas vezes, não sabemos definir ou, tampouco, compreender; por este motivo, torna-se com o tempo, um aprendizado, uma nova forma de compreender que precisamos ir abdicando das coisas efêmeras do mundo externo, arrumando um tempo maior para nos dedicarmos ao nosso mundo interior que, hoje, encontra-se muito mais vinculado, ao nosso TER, do que o nosso SER.
Esta é uma tarefa árdua e difícil que, quase sempre, implica em nos desvencilharmos das coisas velhas: do nosso orgulho, do egoísmo, da arrogância e das “expectativas” que criamos em relação à vida e as pessoas. Quando obtemos um nível de compreensão mais apurado, começamos a nos dar conta de que o maior investimento que podemos fazer na vida, está na conquista da nossa independência, na liberdade de sermos e agirmos de acordo com a nossa consciência, através do exercício do nosso Livre-Arbítrio e autoconhecimento.
Responsabilizar-se por si próprio é o primeiro passo para não nos sentirmos sós, aprendendo que a solidão pode ser positiva ou negativa, dependendo do enfoque que damos a ela. Quem já não experimentou, algumas vezes, a necessidade de buscar a solidão? De estar em contato consigo mesmo, encontrando um novo sentido para sua vida, experimentando momentos de paz, alegria genuína e serenidade; momentos estes que jamais encontraremos numa vida social agitada, ou na expectativa do (a) companheiro (a) perfeito, que tanto ansiamos.
Estar consciente deste fato nos propicia momentos de reflexão e amadurecimento, pois, passamos a ver a vida, pessoas e, especialmente, a nós próprios, sob uma nova ótica – passamos a compreender que a busca do ter em detrimento do ser, nos distancia cada vez mais da liberdade aspirada de sermos quem realmente somos.
Um dia ouvi esta frase que, de alguma forma, mudou a minha percepção com relação à palavra solidão: Disse um Palestrante: “A solidão é a distância que estamos de nós mesmos”. Pense nisso, procurando absorver seu real significado.
“O solitário é aquele que tem tempo de sobra para pensar em sua total insatisfação, o infeliz é aquele que jamais terá essa oportunidade”. (Alfred Adler)
Texto revisado
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Tânia Paupitz é Artista Plástica e Professora de Artes, há 37 anos, sendo sua marca registrada as cores fortes e vibrantes, influência dos estudos de vários artistas Impressionistas. Cursos de Pintura em Óleo sobre tela, para iniciantes, adultos, terceira idade. www.taniapaupitzartes.blogspot.com waths - 48 9997234 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |