Em busca do prazer de viver




Autor Camilo de Lelis Mendonça Mota
Assunto PsicologiaAtualizado em 24/06/2014 09:40:05
A vida é um constante movimento de ir e vir, de contrair e expandir. Uma breve observação da natureza nos leva a perceber o quão dinâmico é o mundo em que os seres vivem. Notem uma semente, sua aparente fragilidade e ao mesmo tempo a dureza de sua casca. No solo, inicia um movimento que exige força, movimento e a dor da destruição de alguns de seus elementos. Os primeiros ramos crescem em direção à luz do sol e, ainda assim, enfrentam o calor, o vento e a chuva. Mais adiante no tempo, a pequena semente terá se moldado numa árvore, que poderá dar flores e frutos. E, ainda assim, passará por invernos e verões. Terá fortes raízes? Serão doces os seus frutos?
Essa pequena ilustração nos ajuda a compreender como a vida humana também se desenvolve. Na jornada sobre a Terra, o ser humano vive a constante busca de romper os limites, de superar os obstáculos, e vencer tudo aquilo que lhe obstrui o caminho para o prazer. No entanto, em muitas situações, as tempestades parecem maiores do que os dias de sol e o medo de ser levado por uma enxurrada é maior do que a coragem de construir um prédio sólido em que se abrigar.
E este prédio nada mais é do que a construção de uma ponte firme entre o Ego (eu) e o Self (si mesmo), entre as aparências da vida exterior e as verdades que falam dentro da alma e se refletem no próprio corpo. Mas para a elaboração desta realidade que se constitui num maior conhecimento de si mesmo e do mundo, o sujeito precisa estar preparado para enfrentar seus medos, suas fragilidades, e perceber que a dor também faz parte da vida, e que não a paralisa, mas a sustém. Segundo Alexander Lowen: “Se tivermos medo da dor, teremos medo do prazer. O que não significa que devemos procurar a dor para termos prazer. (...) Vale dizer que não devemos fugir da dor de nos encararmos honestamente se desejarmos ter alegria em nossas vidas” (1).
A construção de uma nova realidade é um exercício diário de reconhecimento de si mesmo, dos seus anseios, tensões e a realização fundamental do prazer de viver. É preciso, a cada dia, reencontrar a alegria de estar vivo, de sentir o sol na face, ou a chuva. O estado exterior é o reflexo de nosso estado interior, pois ambos formam uma unidade. Ainda segundo Lowen: “Não sentiremos prazer sem passarmos pelas dores do renascimento. Renascemos quando temos coragem para encarar os males de nossas vidas sem recorrermos à ilusão”(2).
Observarmos o movimento da natureza é um bom exercício para iniciarmos nossa jornada de observação de nós mesmos, adequando-nos aos estados reais de nossa consciência frente ao mundo.
NOTAS:
(1) Alexander Lowen. Prazer: uma abordagem criativa da vida. São Paulo, Summus Editorial, 1984, p. 70.
(2) id.ibdem, p. 69
Texto revisado









Terapeuta Holístico, CRT 42617, Psicanalista, Mestre de Reiki, Karuna Reiki, Terapeuta Floral. Atendimento terapêutico em Araruama-RJ, São Pedro da Aldeia-RJ e Saquarema-RJ com hora marcada Tel. (22) 99770-7322. Visite também o site www.camilomota.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |