Enquanto a vida não acontece
Atualizado dia 2/28/2011 4:21:10 PM em Psicologiapor Karina Cavalheiro Chiodi
Essas mensagens vão sendo transmitidas desde o útero e vão fazendo uma programação mental na pessoa. A sociedade espera que ela seja uma pessoa de bem, que se case com a pessoa certa, que faça a faculdade certa e tenha filhos na hora certa.
Hoje em dia não se espera que a mulher fique só dentro de casa cuidando da família. É esperado que ela trabalhe em um emprego bom, ganhe bem, chegue em casa cheia de energia, e cuide de sua família. Também se espera que ela tenha a pele hidratada, o corpo em forma e o humor contagiante.
Acontece que a vida não é um filme, e mesmo que tentemos seguir o roteiro que nos foi dado, a vida não segue esse roteiro. A vida real tem dificuldades, facilidades, tristezas e alegrias. Somos humanos, e por isso nossa visão precisa ser aperfeiçoada e expandida o tempo todo.
Vejo muitas pessoas dizendo:
- "Quando eu entrar na faculdade..."
- "Quando eu tirar carteira de motorista..."
- "Quando eu arrumar um namorado... casar... tiver filhos..."
- "Quando eu sair desse emprego angustiante, aí sim vou viver plenamente a vida, vou ser feliz".
- "O mês que vem vai ser melhor".
Outras acreditam que o que já passou foi melhor do que agora e ficam se lamentando de não terem aproveitado o suficiente.
Quem não consegue cumprir o roteiro, fica frustrado, sem energia, depressivo. Como se não tivesse sido bom o suficiente para cumprir o que se esperava dele.
Essas pessoas ficam sentadas, esperando pacientemente a vida acontecer. E não percebem que dessa forma elas estão perdendo a possibilidade de saborear a vida, vivê-la com plenitude e consciência. Estão perdendo tempo esperando algo especial acontecer, a felicidade chegar, mas não percebem que a vida em si é especial e que a felicidade é feita de pequenos momentos.
Isso me lembra Rubem Alves em seu livro "O amor que acende a Lua". Sobre o amor ele diz:
"O amor é a vida acontecendo no momento:
sem passado, sem futuro, presente puro,
eternidade numa bolha de sabão"
Então, para que possamos saborear a vida, temos que estar presentes em nosso corpo, em nosso mundo, em nossas relações. Honrando o passado, visualizando o futuro, mas enraizados no presente. Despertarmos apaixonados pelo Sol e nos deitarmos estarrecidos com a Lua. Encantarmos-nos por cada gesto, cada sorriso, cada momento. Abrindo cada vez mais possibilidades de momentos de felicidade.
Não passei no vestibular? O amor da minha vida ainda não apareceu? Enquanto a vida não acontece da forma que planejei, vou vivendo com sabor, vou curtir minhas amizades, meu trabalho, cada momento da minha vida, com consciência e plenitude, pois a única certeza que temos é o momento presente.
Pensando nisso, elaborei um grupo de trabalho terapêutico com o intuito de estarmos cada vez mais presentes em nosso corpo, podendo nos conectar de maneira mais efetiva a uma consciência ampla.
Usando como ferramenta os arquétipos da mitologia atualizados para os dias de hoje, o trabalho corporal neo-reichiano, e técnicas de dança vamos trabalhar para esse objetivo.
Grupo: Eu, eu mesmo e o mundo.
1º. Encontro: 12 de março das 9h as 13h.
Local: Aisha - Espaço Terapêutico
Inscrições e informações: [email protected]
Texto revisado
Psicóloga, Psicoterapeuta Corporal Neo-reichiana, Analista Bioenergética (em formação), Facilitadora da Dança do Ventre Terapêutica. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |