Espelho, espelho meu
Atualizado dia 09/04/2015 19:29:31 em Psicologiapor Paulo Tavares de Souza
Com isso, passa a idealizar um corpo que se ajuste ao establishment cultural, pois precisa ser aceito, quer estar no centro das atenções, precisa de reverências, carrega traços de vaidade que o transforma em presa fácil desse sistema e, desta forma, perde toda conexão com a realidade. Não percebe que está sendo conduzido como uma rês, pois esses predadores de almas se aprofundaram no estudo do inconsciente e sabem, com bastante eficiência, como usar a psicologia de massas a seu favor; sabem manipular, especialmente os incautos que não se aceitam como são, entendem exatamente como se aproveitar das nossas ambições, nossos desejos e principalmente de nossas vaidades.
O mundo capitalista precisa de consumidores, é a lógica monetarista, com isso cria mecanismos de encantamento. Ao analisar o comportamento humano, essa poderosa indústria descobriu o canto da sereia, percebeu que o ser humano possui vulnerabilidades, com isso, construiu estratégias voltadas para explorar os seus pontos fracos.
Eles perceberam a grande influência do inconsciente em nossas escolhas, notaram que através do estudo da linguagem da psique poderiam encontrar meios de continuar nos escravizando, desta vez, em proporções muito maiores, pois todo cidadão subjugado pelo sistema continuaria sentindo-se livre. Desde o início do século XX, com os avanços da ciência e, principalmente, com as descobertas da psicologia do comportamento, todo um conhecimento novo começou a ser empregado na condução da opinião pública.
Quando o cidadão comum se vê diante do espelho, simplesmente não se enxerga, encontra um corpo sem identidade, um zumbi qualquer, algo que precisa ser transformado por bisturis ou remodelado em academias, com isso, sai em busca de soluções rápidas, pensa em anabolizantes, regimes agressivos, plásticas, etc. Nada o demove da ideia funesta de ajustar-se aos modelos de beleza propostos pela mídia, muitas vezes desenvolve patologias como a anorexia ou a bulimia que levam achar-se gordo, mesmo olhando um esqueleto diante do espelho; vejam a que nível pode chegar o seu envolvimento com os encantos deste mundo de ilusões proposto pelo sistema. Não percebe que entregou-se aos verdugos como um cordeiro, não compreende que será abatido e servido em um banquete antropofágico enquanto dorme o sono de Odin, e assim, segue todas as orientações de um sistema que existe apenas para consumí-lo.
O homem precisa reagir, deixar de seguir a lógica industrial, aceitar-se como é e perceber que as grandes conquistas se processam através do desenvolvimento da consciência, para isso, terá que dizer não, mudar de canal, aceitar-se dentro de sua realidade, seja gordo, seja magro, seja alto, seja baixo, seja o que for, não importa, precisa assumir-se, só assim estará quebrando as correntes invisíveis que o constrange, pois precisa entender que continua escravo e transita cegamente na estrada larga da perdição.
É preciso voltar para a casa do Pai, é preciso voltar-se para dentro de si, este é o sentido oculto da parábola do filho pródigo. O homem não precisa buscar aceitação, aprovação, identidade e nem precisa fazer parte de tribos, quaisquer quer sejam, pois ele é único e é isto que o torna especial.
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