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Eu quero me “curar”!

Atualizado dia 7/27/2014 12:16:01 PM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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São muitos os casos que, ao virem ao consultório, afirmam categoricamente que querem resolver seus problemas, eliminar seus sintomas etc..
Quase a totalidade dos que apresentam assim, mal saem e já não se recordam de nada que falaram em consulta, principalmente, no que diz respeito às transformações que necessitam fazer, as mudanças de comportamento que precisam ter para que realizem o que dizem querer. Alguns relatam nas sessões seguintes não saberem o que houve, mas não se lembraram de nada, outros falam da noção distante do que foi dito, mas tão sem significado que logo caiu no esquecimento, alguns poucos revelam um sentimento de culpa por não estarem fazendo o que se prontificaram fazer.
Um cliente que está buscando deixar o uso de substâncias químicas, ao ser questionado sobre o que pensa e o que sente quando percebe a necessidade de ir usar, me respondeu surpreso consigo mesmo: “Não penso nada, apenas em ir usar e pronto”. Ficou surpreso por perceber que nunca opôs uma barreira ao seu desejo de ir usar a droga.

Outra pessoa aprendeu um exercício que em sessão lhe foi muito eficaz no que precisava. O exercício foi sendo falado por mim e ela foi mentalmente seguindo os comandos e como já dito, ótimo resultado. Na semana seguinte, questionada quantas vezes fez o “escaneamento”, nome dado ao exercício: nenhuma. O que a levou a não fazer, não soube dizer. Perguntado se não queria fazer, negou veementemente afirmando que queria sim. Quem quer faz, mas algo que ela desconhece em si mesma a impediu de fazer.

Muitos outros exemplos, mas os mais significativos são os de cada um, onde após terem se proposto a algo, não realizaram nada para que realmente acontecesse. Você que esta me lendo consegue identificar situações assim? Normalmente são comportamentos que incomodam, alguns até são mal recebidos pelas pessoas com as quais se convive, mas na hora “aga”, é como se nunca houvesse tido uma reflexão a respeito, menos ainda uma proposta de mudança.

Nos dias atuais, estamos presenciando um grande enfraquecimento da vontade, força produzida pelo querer consciente e que impulsiona a ação para o que se pretende. Muitas podem ser as razões, mas uma das mais atuantes é o não fortalecimento da determinação que desde criança se faz necessário.
A confusão que se tem feito com o não impor nada, o só fazer o que se quer, associado a outros interesses voltados ao mundo financeiro e não da educação vem há muito tempo gerando pessoas enfraquecidas em suas capacidades de querer e realizar.
Adultos que renunciam a boas condições de trabalho apenas porque precisam se locomover usando transportes coletivos, o que não é tão cômodo, tem as esperas em pontos, tem o nem sempre encontrar lugar para sentar, e assim por diante são encontrados cada vez em maior número, e deles mesmos partem reclamações de que estão tendo dificuldades para se recolocarem, não estão sendo chamados e também aqui assim vai.

“Querer é poder” se o mundo continuasse assim se transformaria em “querer é sentar-se e esperar”, ainda bem que este momento nunca deverá chegar como algo generalizado, pois situações de vida surgem, ocasionando uma corrida desenfreada para o concretizar seus objetivos.
Por que esperar que a situação fique quase insuportável para aí tomar a decisão de se mexer? Vou repetir: “Os condicionamentos são tantos e tão fortes que impedem as pessoas de usarem de suas razões. É como se não possuíssem mais o querer, a vontade própria”.

Então “Eu quero me curar” significa uma luta pessoal e intransferível consigo mesmo em direção às transformações de rotinas, conquistando assim resultados diferentes. Psicólogos, médicos e outras áreas da saúde são apenas caminhos auxiliares, mas que só serão percorridos pelo próprio indivíduo. Desenvolver e fortalecer a disciplina traz consigo o exercício da determinação e esta dá direção constante ao que se almeja. Para os que não querem esforços é desanimador, mas não há caminhos alternativos.

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