Explicação em vez de solução!
Atualizado dia 19/01/2014 13:49:21 em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Buscamos um ponto de equilíbrio entre a opressão de antigamente e a adequada responsabilidade pelos feitos, pois viemos de uma época em que tudo era imposto e tinha que acontecer daquela forma estipulada, quando hoje cada um se coloca conforme seu “bel prazer”, sem a preocupação de obter os resultados aos quais se comprometeram em cumprir.
No exagero desse comportamento, encontramos empregados que, depois de contratados, pouco se importam em cumprir os compromissos assumidos. Vendedores que não vendem, empresas que não cumprem o que prometeram, e os dois lados têm explicações: um diz que o concorrente tem preço melhor, o outro diz que o funcionário não atendeu os requisitos estabelecidos. Gerentes que não gerenciam e subordinados que não se submetem às exigências da função.
Entre os casais não muda muito. Ela, na condução do orçamento doméstico, “estourou” os limites combinados e tem “n” motivos para tal: a visita inesperada, que aumentou a conta no supermercado, a máquina que quebrou, o presente que teve que comprar de última hora e assim por diante. Ele, que se comprometeu a ver novas possibilidades de emprego, nem se mexeu. O mercado está ruim, ocupou-se com o conserto do carro e quando ligou, a vaga já havia sido preenchida, dentre outras desculpas.
O que gera tantas desculpas e explicações?
As pessoas estão “perdidas” na riqueza de opções que a vida lhe apresenta. Mas a maior dificuldade está em fazer sua opção e “botar as mãos à obra”. Optar por algo significa renunciar às outras possibilidades, o que já representa certa dificuldade. João ama Maria, mas não gostaria de ficar sem Tereza, que é muito carinhosa. Decidir: eis a grande dificuldade dos dias atuais!
“Botar mãos à obra”. Muitos decidem, mas falta-lhes determinação e disciplina para realizarem o que propuseram. O vendedor que sempre tem uma desculpa para justificar por que não visitou seus clientes, quando na verdade o empecilho foi a sua dificuldade pessoal em oferecer seus produtos. O casal que não aceita diminuir as despesas, gastando sempre mais do que podem, todos criando falsas esperanças de que tudo irá se resolver “ali na frente”.
Não é à toa que o mercado de ansiolíticos está em alta. Imaginem quanta ansiedade se cria quando se espera por algo sem fundamento, que não tem nenhuma base concreta para se alcançá-lo! Milagres não acontecem todos os dias! Ironia à parte, esses milagres não acontecerão, porque as pessoas responsáveis para a realização deles não estão agindo de forma a torná-los possíveis, mas estão, sim, esperando que outros o façam.
É isso. As pessoas estão sempre esperando dos outros o que elas mesmas deveriam estar fazendo. O “eu pensei que” é quase sempre o princípio da fala escolhida para se explicar uma situação. Até para rezarem por si mesmas, as pessoas estão pedindo ao outro: “Você põe meu nome lá?”.
Ensinar as crianças a iniciar e concluir um feito é, hoje, uma das preocupações que pais e mestre devem ter, pois assim estarão contribuindo para torná-las mais responsáveis. Ensiná-las a recolher os brinquedos ao término da brincadeira pode parecer trabalhoso, mas é mais eficaz na educação do que mandar a empregada arrumar.
E nós, adultos, devemos nos predispor a irmos até o final em nossos empreendimentos, custe o que custar. As soluções existem, mas cobram de nós ações direcionadas para elas. Todos somos capazes, apenas não estamos acostumados a “dar duro” para chegar lá.
Nada vai “cair do céu”. Ninguém vai nos dar nada de presente. Analisem suas ações e vejam se têm dado muitas explicações ultimamente. Se sim, substitua-as pelas ações direcionadas para aquilo que querem. Vai ser muito mais duro, porém o resultado será verdadeiramente satisfatório.
Texto revisado
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