Falar o que é preciso!
Atualizado dia 2/18/2013 7:22:02 AM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
É comum ver pessoas se queixando para outras sobre o comportamento de alguém, mas diante destas se calam, como se nada existisse ou estivesse acontecendo. Aliás, esse tipo de comportamento fomenta, e muito, a fofoca e a intriga. Faz com que a hipocrisia ganhe força nos relacionamentos.
Levar tudo a "ferro e fogo", como nos expressávamos antigamente, não é a solução. Deixar tudo passar também não. São os dois extremos. Saber distinguir o que precisa ser dito do que se pode deixar passar é o primeiro passo.
Perceber exatamente quais emoções despertadas pelo fato é mais importante. É exatamente aqui que nasce, ou a dificuldade do expressar-se, ou a facilidade para se lidar com o assunto.
É impressionante o número de pessoas que, ao tomarem contato com uma situação, até mesmo corriqueira, indignam-se, como se estivessem se deparando com a pior das situações. Exemplo? O filho chega embriagado pela primeira vez em casa, voltando de uma festa de rock. É natural que se estranhar tal fato, mas não é nenhum absurdo isso acontecer, posto que o ambiente em que o filho se encontrava "corria" muita bebida alcoólica, o som deveria estar em alto volume, gerando uma necessidade de vibração. Alguns pais chegam a dizer que se sentiram traídos pelo filho, que nunca esperavam isso dele, etc. De verdade, apenas ocorreu o choque por acordarem para o que não quiseram ver antes. Quem sai na chuva, mesmo que protegido, pode voltar molhado. A dramatização é apenas de uma tentativa de fazer o filho sentir-me mais culpado do que ele já está se sentindo.
Também é grande o número de pessoas que se calam, "deixando o barco correr". Quem assim age não usa o leme para dar direção e, então, pode-se chegar a lugares inesperados ou não desejados.
Há aqueles que não deixam passar, mas focam outros pontos que não têm nada há ver com o ocorrido. São os famosos "desenterra defuntos". As discussões e brigas são quase que inevitáveis, pois o outro acaba se ofendendo, quer trazer o assunto para o ponto e pronto! Armou-se mais uma confusão.
Há aqueles que vão exatamente ao ponto, mas como se o ocorrido fosse a pior desgraça possível na face da Terra e seu executor, o pior dos seres. Essa abordagem, normalmente, é típica daqueles que detêm o poder: chefes, pais, cargos que conferem autoridades etc.. O resultado que se obtém é o de acabar com a pessoa em questão. Dificilmente ela se recupera positivamente para a situação, evitando a partir daí não mais ter que enfrentar outra experiência semelhante. Exemplos? O subordinado que não consegue mais executar tarefas que se assemelhem às que deram origem à explosão. A esposa que não mais dirige o carro, pois quando do pequeno acidente quase foi "escalpelada" etc..
Inegável: há um fato. Ele ocorreu. Precisa ser tratado. Observe seus sentimentos despertados por essa ocorrência. Observe a pessoa que a desencadeou. Veja como ela é e qual o grau de consciência que ela tinha ao fazer o que fez. Chame-a e comece constatando o fato. Não interprete ou alucine sobre o que poderia ter acontecido. Não queira dar maior ênfase ao que a situação, por si só, já tem para aumentar o grau de consciência de seu interlocutor. Fale apenas o necessário, mostre as conseqüências e diga, sim, o que era esperado de positivo. O que de negativo poderia acontecer sairá naturalmente na própria reflexão da pessoa.
Faça seu interlocutor crescer. Faça a ele o que gostaria que fizessem com você.
Texto revisado
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