Filme Amor Sem Escalas reflete as relações do nosso tempo
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Autor Adriana Borges
Assunto PsicologiaAtualizado em 10/02/2010 23:44:14
Amor Sem Escalas - parece nome de comédia romântica. Mas não é nada disso! O filme é uma comédia dramática que trata de questões muito contemporâneas: crise financeira, impessoalidade no emprego e na vida, relacionamentos rápidos e vazios, solidão, a busca de um ideal, emoções e desafios. É um filme pra ser visto como uma troca de experiências. Sem muito doce ou amargura, ele nos coloca em contato com nossas intransigências e nosso modo contraditório de pensar sobre o amor. Você vai rever suas relações de consumo, com o mundo e, principalmente, com as pessoas. Amor Sem Escalas está concorrendo em cinco categorias ao Oscar, incluindo a de melhor filme e melhor ator para George Clooney.
O protagonista Ryan (George Clooney) interpreta um consultor responsável por demitir funcionários que as grandes empresas não têm coragem de dispensar. Sem laços familiares, o solteirão convicto passa 320 dias por ano viajando. Sua casa são os aviões, aeroportos e hotéis. O maior objetivo de sua vida é chegar aos 10 milhões de milhas e, assim, ser a sétima pessoa no mundo a obter um cartão ultra vip. Ele parece muito seguro de seu estilo de vida até conhecer duas mulheres, a arrogante e insegura assistente Natalie (Anna Kendrik) e a executiva Alex (Vera Farmiga). A primeira acredita no amor romântico e poderia ser uma mocinha das comédias românticas. A segunda é uma mulher madura, segura e independente, uma versão feminina de Ryan. As duas começam a remexer nas convicções do executivo: seus valores, seus sentimentos, sua essência, sua família. Ele tem a oportunidade de avaliar suas opções e rumos na vida.
A trama discute com o telespectador, deixa-o pensar e refletir e não impõe nenhuma visão pessimista ou otimista da vida. Quando Ryan se permite viver uma paixão, ele fica tão feliz e excitado que não hesita em viajar pra ver a amada. É o instinto mais previsível - de estar junto. E, você, acompanha este momento torcendo por ele. Mas, ao mesmo tempo, sabe que nem tudo é tão previsível na vida. Ele acredita e se arrisca. Mas as nossas expectativas boas ou más, nem sempre são atendidas. Na verdade, elas são só nossas. Somos sozinhos até nos sentimentos compartilhados. E ainda que o amor seja sincero, não é certa a felicidade. Pois, ele, o dom supremo, se manifesta de várias formas e intensidades. Sonhar é possível, vivenciar também, mas a entrega pode causar dor e decepção.
Relacionar-se, estar conectado com alguém é algo desejado por todos, possível, mas é imperfeito. Se formos capazes de viver e aceitar essa condição, quem sabe, num futuro próximo, vamos conseguir ter relações mais saudáveis; de maior compartilhamento, sinceridade e emoção. E vamos perder o medo de sofrer, de relacionar, de ficar sozinho, de viver!!! O que não dá é tentar ser frio ou romântico demais.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 7
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Adriana Borges Jornalista Especialista em História da Cultura e da Arte Formação em Pathwork e Terapia floral E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |