Hiperatividade da Criança X Falta de Atenção do Cuidador.




Autor Katia Leoni
Assunto PsicologiaAtualizado em 4/23/2012 10:14:46 PM
Rotineiramente recebo no consultório, crianças entre três e 10 anos de idade, encaminhadas para avaliação em decorrência da agitação, indisciplina e comportamento inadequado. Em geral essas crianças vêm com suspeita de hiperatividade ou TDAH.
Poderia dizer que a grande maioria dessas crianças não se enquadra nos critérios para tal diagnóstico, embora já tenha atendido outras que se encaixam perfeitamente em tal perfil.
Recentemente uma dessas crianças me chamou bastante atenção.
Chegou acompanhado da mãe, com um encaminhamento da Coordenação Escolar. Era uma criança de aproximadamente 5 anos de idade com problemas de comportamento. Não aprendia, não ficava sentado no seu lugar. Enquanto na sua turma algumas crianças já dominavam a escrita ele ainda não conseguia escrever nada.(Escrever, aos 5 anos?)
Estranhamente a criança permaneceu sentada, acomodada na cadeira, enquanto eu conversava com sua mãe durante a consulta. Perguntei sobre cores, formas, tamanho, relações entre objetos, rimas, altura do som. Investiguei ritmo e outras qualidades do som. Tudo normal. A criança era bastante inteligente.
Quando eu disse para a mãe que não estava vendo nada de errado com a criança e questionei a solicitação da Escola, a resposta veio instantânea:
_ Doutora, a senhora não imagina o que é essa criança em casa. Não para um minuto. È o dia inteiro correndo dentro de casa. Eu não suporto mais.
A "mãe" na verdade era avó, e tomava conta do neto pra que a sua filha pudesse trabalhar. É claro que a avó não aguentava mais. A idade não permitia que ainda houvesse disposição e energia suficiente para cuidar de uma criança.
Ainda assim eu questionei:
_ A senhora viveu sua infância em apartamento ou casa? Brincou em um quintal, jogou bola na rua, pulou corda, amarelinha? Ou ficou em casa trancada assistindo televisão, sem poder desarrumar a casa?
Os olhos da avó cresceram de espanto e ela me disse:
_ Mas o que eu posso faze?. Ele mora em um apartamento, eu não posso brincar com ele. O pai e a mãe quando chegam não querem nem ouvir barulho. Não têm tempo de brincar com o filho. No fim de semana eles tem que colocar em ordem as coisas que não puderam fazer durante os dias de trabalho.
Conversamos bastante e depois de algum tempo chegamos à conclusão que para muitas crianças como essa em questão falta um ingrediente muito importante ao desenvolvimento. Falta a participação dos pais, ou do adulto responsável de forma efetiva, com qualidade. Mesmo que seja necessário o afastamento em virtude do trabalho, o momento em que estamos com nosso filho deve ser de qualidade, participativo.
É necessário oportunizar às crianças a possibilidade de correr, pular, cantar, dançar, atividades físicas que propiciem o desenvolvimento cognitivo.
Criança estimulada, amada, é criança equilibrada, tranquila e feliz.








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