Leitura Interativa
Atualizado dia 3/11/2012 7:30:11 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Existem também os que nem conseguem pegar um livro. Para estes, o exercício da leitura exige que se imponha certa disciplina: a de que iniciem, após a escolha do livro, estipulando dez minutos de leitura por dia, durante uma semana. No oitavo dia, esse tempo deve ser alterado para quinze minutos, por mais uma semana, e assim sucessivamente. A experiência tem mostrado que entre o final da segunda e o início da quarta semana, as pessoas já estão lendo sem se preocuparem com o tempo. A atenção já está existindo pelo interesse que o conteúdo da obra revela.
Para aqueles que ao lerem, logo se sentem entediados, mesmo tendo em mãos um bom livro, convém observar se estão lendo de forma interativa ou passiva. Por várias razões, aprendemos a ler de forma passiva, apenas recebendo a informação e pronto, o que torna a leitura insuportável. A sugestão, portanto, é que passem a fazer uma leitura interativa. Leitura interativa significa ler de maneira que ocorra uma comunicação com duplo sentido. Como isso ocorre? Você lê um trecho, pára e questiona o que leu. O que entendeu até ali, o que o autor está tentando dizer, como o tema em questão é visto ou sentido em sua vida, se concorda com o que está sendo afirmado e exposto ou não. Discuta com a obra. Risque, rabisque, escreva suas dúvidas ou opiniões. Só então dê continuidade à leitura. Se o livro não puder ser rabiscado, ou se não deve ser "rabiscado", tenha um caderno ao lado. Faça suas anotações nele. Abra o comentário com o número da página e do parágrafo. Ex.: pág. 35 - par. 3º. "não concordo, se verdadeiro, como fica....?". Portanto, a leitura ganha dinamismo, o leitor participa do conteúdo e o mais importante, exercita sua capacidade de raciocínio na medida em que recebe a informação, e seu discernimento para aceitar ou não uma afirmação. Não é porque está no livro e até vem de um famoso autor que precisamos aceitar e concordar. Há afirmações que muitas vezes são distorcidas, mas que por virem de pessoas famosas, aceitamos sem questionar.
Há poucos dias, lendo uma obra "best seller" lançada recentemente, encontrei um sério erro de tradução, que passou também pela revisão sem ser notado. Se a leitura estivesse sendo feita de forma mecânica, isto não teria sido visto e a partir de então as afirmações estariam revelando inverdades. Em contato com a editora, esta imediatamente providenciou os acertos necessários para que as próximas edições saíssem corretamente. Detalhe: a primeira edição já está quase se esgotando e quantos perceberam ou perceberão o erro?
Em algum lugar do passado, criaram uma expressão que perdura até hoje. Quando precisam consultar um dicionário, as pessoas referem-se a ele como "pai dos burros". Pode-se interpretar como elemento esclarecedor de quem desconhece algo, mas não é essa a intenção da afirmação. A intenção é desrespeitosa em relação a quem o consulta. Deveria ser usado o termo "pai dos inteligentes". Pois só busca o conhecer do que se ignora quem tem inteligência suficiente para admitir que sem isso, não consegue evoluir. Ignorar significa desconhecer, portanto, sermos ignorantes a respeito de algo ou alguma coisa não nos faz burros e todos temos assuntos aos quais ignoramos, desconhecemos. É até comum ouvirmos em meios acadêmicos, culturais, intelectuais e também empresariais, pessoas dizerem "sou ignorante quanto a isso". Quando estiver lendo e encontrar uma palavra que não conhece, busque. Não dá para entender uma frase se não entendo uma palavra nela contida.
Lembro-me quando, ainda garoto, ouvi pela primeira vez, de minha professora: "Vou lhe dar um amplexo e um ósculo". Fiquei horrorizado. Pensei que ia receber um sério castigo. Depois ela traduziu: "Vou lhe dar um abraço (amplexo) e um beijo (ósculo)".
Texto revisado
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