Limpando as expectativas
Atualizado dia 05/11/2012 08:07:56 em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Já comentamos sobre a importância de se impor limites às crianças. Esses referenciais desenvolvem nelas a capacidade de resistir às frustrações, ou seja, não sucumbir a elas. Resistir às frustrações é saber conviver com as impossibilidades, com os desejos não atendidos, sem perder, contudo, o equilíbrio emocional.
Mas há um outro fator que promove em nós frustrações e é sobre ele que quero falar hoje: Depender de outrem para atender as nossas expectativas.
Em todas as situações que vivemos isso acaba ocorrendo. Há algum tempo atrás, uma pessoa relatou-me estar aguardando uma resposta a respeito de um negócio que um amigo ficou de cuidar para ele. Como estava demorando a obter resposta, consultou o amigo, que disse não ter "tido tempo" para analisá-lo. Meu cliente ligou para a empresa e, ao falar com o responsável pela decisão, soube que a demora na resposta do contato fez com que a empresa fechasse com outro profissional. Todo o material necessário já estava pronto e entregue ao responsável pelo encaminhamento, dois dias após o contato feito. O incumbido pela entrega simplesmente se esqueceu de deixar a pasta que havia levado e se comprometido a entregar pessoalmente ao diretor, com quem estaria no dia seguinte. Provavelmente sua visita teve outros pontos de importância e o assunto do em pauta "passou batido".
Chefes criam grandes expectativas com seus subordinados, esquecendo-se de verificar e mesmo acompanhá-los no sentido de dar-lhes a assistência necessária para a realização do esperado. Quando o resultado não é bom, vem a frustração e os funcionários ficam, então, taxados de incapazes.
Pais pouco falam com os filhos sobre o que esperam deles e deixam "o barco correr", e quando estoura um problema, ficam tremendamente decepcionados com estes, fazendo-os se sentirem ainda piores do que já estão.
Casais vivem esperando um do outro o que, de fato, depende de cada um. Colocam a própria felicidade nas mãos do outro. Permitem que o outro determine o que se deve ou não se deve fazer, vestir, falar, sentir e depois se sentem frustrados por não terem o retorno satisfatório. Mas é lógico, se está nas mãos do outro, é natural que o resultado tenda a ser muito mais, se não totalmente, satisfatório para o outro, o que tem o poder de decisão nas mãos!
Parar por um momento. Analisar tudo o que se espera da própria vida. Listar o que depende de você e o que depende dos outros. Melhor ficar com as expectativas do que depende de você. Se falhar, ao menos terá a chance de analisar e corrigir. Veja como pode acompanhar aquilo que inevitavelmente independe de você e seja observador nos acontecimentos, porém não crie ilusões. Agindo assim não estará deixando de ser otimista, de pensar positivo. Ao contrário, estará dando uma demonstração de que é possível conciliar opiniões adversas. Normalmente, quando delegamos as tomadas de decisão acabamos "abandonando" a situação, e ainda costumamos dizer: "Não depende mais de mim". Depende sim!
Acreditar no outro não é ser ingênuo. Cuidar de si e dos seus interesses não é ser egoísta, O que é melhor: ser bonzinho e frustrar-se ou ser considerado chato e se realizar?
Pessoas que buscam conseguir o que almejam não ficam esperando passivamente. Vão atrás. Lutam e não se dão por vencidas.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 6
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |