Mudanças dos conceitos existentes!
Atualizado dia 9/25/2017 8:05:30 AM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Vulgaridade, esperteza, posturas egoísticas saíram dos referenciais negativos para se colocarem na normalidade de suas práticas. O correto passou a ser careta e, portanto, quem assim age acaba inclusive sendo constrangido no meio de tanta dissociação.
Onde isso teve origem? Como isso pode estar acontecendo de maneira tão difundida, tão generalizada? Muitas são as argumentações, algumas colocando a evolução como uma das principais. “O mundo está evoluindo e temos que acompanhar essa evolução!”. Afirmativa comum, porém, completamente distorcida quando utilizada para justificar tantos desmandos e destemperos do comportamento humano. Muito do que temos visto não é evolução e sim o contrário: é uma involução no processo evolutivo. É sim um retrocesso.
Esse tema surgiu em uma conversa sobre a situação atual e tamanhos desencontros em todas as áreas e segmentos de nossas vidas. Retomo à colocação de nossa responsabilidade pelo que acontece. Falamos e agimos como se não tivéssemos nenhuma responsabilidade, não estou falando ainda em culpa, mas inevitavelmente chegarei lá.
Criticamos políticos e autoridades como se eles fossem extraterrestres que caíram em nosso planeta já com esses conceitos deturpados, tomando assim conta do poder e novamente olhamos com os olhos dos “inocentes” e sofredores das ações alheias.
Basta olharmos como estamos educando nossos filhos, o quanto de permissividade damos a eles e começaremos então a puxar uma das pontas desse emaranhado. A formação do caráter de uma criança se dá através das experiências que ela vive, que associada ao que traz consigo ao nascer, o que refletirá em sua forma de ser no mundo.
Certa vez, escutei de um rapaz beirando a maioridade que estava pensando em “bolar” um plano (bolar um plano foi sua expressão literal) para em um só golpe ficar bem para o resto de sua vida. Ainda acrescentou: “com muito dinheiro ninguém irá me prender, só pobre como eu sou hoje são presos”.
Da ignorância de nossos antepassados que não conheciam outros métodos para educar além do cinto e castigos intensos, hoje podemos dizer que vivemos intensamente a Inteligência ignorante, aquela que prega que tudo pode e deixar desconsiderado o que não interessa ou atrapalha seus intentos é possível.
Pais exigindo para seus filhos a condescendência do não ter que responder por seus feitos formam esses filhos com os mais variados e distorcidos conceitos sobre a consciência humana. Por que fazer ele devolver o que pegou do amiguinho, se o próprio amiguinho esqueceu seu objeto na carteira da sala de aula? Ele que tivesse cuidado melhor de suas coisas. “Meu filho não roubou nada, ele apenas pegou o que o outro esqueceu”. Mas ele sabia de quem era. Pelos conceitos antigos ele deveria ter ido entregar ao coleguinha seu pertence.
Estes que hoje estão aí e tanto criticamos não nasceram assim. Foram se fazendo assim pelas possibilidades que demos a eles por não querermos ter o trabalho que educar ensinando dá.
Podemos acabar com essa inteligência ignorante, ensinando aos nossos filhos a responderem por seus atos.
Texto Revisado
Avaliação: 5 | Votos: 1
Visite o Site do autor e leia mais artigos.. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
