Mulheres que amam demais
Atualizado dia 7/3/2008 9:36:40 PM em Psicologiapor Andrea Pavlo
Comprei porque há muito tempo queria e precisava ler, como terapeuta. Comprei porque achava que, talvez, precisasse ajudar pessoas que tivessem aquele problema. Co-dependência. Essa palavra feia que denota mulheres complicadas, com relacionamentos mais complicados ainda.
A autora começa o livro com explicações científicas, mas claras como água. “O relacionamento que você teve na infância, com seus pais (ou cuidadores) é o mesmo que você carregará para o resto dos seus dias, com os homens.” Confesso que achei essa frase um pouco forte e determinista demais (na verdade, ainda acho que o livro é determinista demais), mas comecei a perceber o que uma coisa tinha, finalmente, que ver com a outra.
Analisando os e-mails, mensagens e consultas com dezenas de clientes pude entender que o relacionamento amoroso é sempre o calcanhar de Aquiles de quase todas elas. Quase, é só porque existe lá 1%, talvez, que não tenha realmente esse problema, e outros 3% ou 4% que ainda não entenderam que o tenham. O resto sabe. E sofre, sofre muito. Não entendem porque ele não liga no dia seguinte. Não entendem porque elas foram, mais um vez, abandonadas. Não entendem porque não podem ter um relacionamento feliz e saudável ao lado de um homem legal que as leve para passear e não diga coisa como “nossa, seu cabelo está fedido!”.
De fato, alguma coisa afasta essas mulheres (e por essas eu me incluo) do que é realmente saudável. Para elas amar é alguma coisa entre sofrer, amargar a solidão e dar um amor incondicional que, muitas vezes, não damos nem pra gente mesmo. A relação de amor sempre passa por pedir demais, por implorar amor, atenção ou, às vezes, só um olhar. E todas sabem como um olhar é importante. Aquele olhar. Daquele homem que quando entra pela porta a tristeza sai pela janela. Aquele homem que enche o ambiente, que enche a sua vida e o seu coração e, pelo qual, você está disposta a tudo. Tudo mesmo.
Tudo tipo aturar uma amante por anos a fio. Lavar, passar e cozinhar. Sofrer violência física, verbal e, como anda acontecendo ultimamente, econômica. Ter um cuidado tão grande com seu homem, morrendo de medo que ele fique bravo e, finalmente, a abandone. E, adivinhem o que acontece? Ele sempre acaba abandonando.
As mulheres que amam demais procuram por encrenca. Escolhem a dedo os tipos mais complicados que encontrarem pela frente e, pasmem, não sentem a menor atração (de nenhuma espécie) por tipo cavalheiros, educados e realmente atenciosos. Acham que eles são chatos, não têm graça, não têm sexy appeal, sabe? Isso porque estão tão acostumadas a crises e confusões que qualquer coisa que fuja disso parece entediante demais. Escolhem alcoólatras, drogaditos, homens casados, emocionalmente instáveis ou distantes. Escolhem o "crème de la crème" da confusão emocional, sexual e física.
Homens que não sabem se são gays, heteros ou os dois. Homens que não querem filhos e desaparecem frente a um compromisso. Enfim, aquele tipo de pessoa que exala problemas.
E escutam, muitas vezes: “Larga esse cara, não percebe que ele não te traz nada?”. A resposta para essa pergunta é: sim, percebem! Mas não conseguem fazer nada, pelo menos não enquanto viverem repetindo padrões de falta da infância.
Não tem a ver com culpar os pais dessas meninas ou as mães. Mas de encarar uma realidade de um passado que aconteceu e que, muitas vezes, está ainda tentando ser resgatado. Tudo o que essas mulheres querem é consertar o passado. É fazer com que aquele homem que copia o que elas passaram lá atrás, mude com a atitude e o amor delas. Pensam que se forem persistentes, pacientes e amorosas, ele vai deixar de ser daquela maneira horrível e eles finalmente terão um lar feliz e ajustado. Quando elas mesmas não estão felizes, nem ajustadas.
A solução? Bom, ainda não tenho todas as respostas. Mas penso que parar e repensar o tipo de relacionamento que você vem alimentando ao longo dos anos possa ser um bom começo. É claro que problemas todos os casais enfrentam e enfrentarão porque faz parte do crescimento de cada um, da evolução. Descobrir é o primeiro passo para resolver o problema.
Para aquelas que lerem este artigo, ou mesmo o livro, e se identificarem, procurar um grupo de ajuda como o MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas) pode ser uma baita ajuda. E, acima de tudo, se descobrir. Se amar muito e quebrar esse vínculo infinito de relacionamentos fracassados e infelizes. Os homens são o que são. E servem ou não para você. Essa é, realmente, uma lição importante.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 100
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |