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Na emoção do momento!

Atualizado dia 10/2/2016 11:05:44 AM em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Há uma grande dificuldade das pessoas aceitarem as demais exatamente como elas são. Diuturnamente estão tentando mudar a outra e, é claro, raramente são bem-sucedidas. Conflitos, indisposições constantes, perda da alegria que se poderia estar vivendo no momento, e muito mais grave, pessoas que se amam se afastando pela exacerbação da crítica umas com as outras.
A não aceitação de alguns comportamentos em alguém não a transforma em uma pessoa sem qualidades, sem valores. Mas o julgamento rígido que se exerce impede de dar atenção à pessoa como um todo, fixando em sua mente apenas o que não aceita.
Importante lembrar que aceitação não é concordância. Ego, com sua melhor arma, e o orgulho promovem um massacre de qualquer emoção positiva em relação à pessoa em questão. O distanciamento afetivo se intensifica até que chega a um ponto de afastamento total entre as pessoas. É muito comum casais separados, após um tempo de separação, começarem a se referir ao ex companheiro citando o que eles possuem de positivo, suas qualidades, seus valores. Referências que demonstram que na época em que estavam juntos já existiam, mas não eram reconhecidas e valorizadas.
Muito sofrimento tem origem nesse comportamento. As emoções do momento impedem que se identifiquem os verdadeiros sentimentos. Quando elas vão se aquietando, os sentimentos vão se sobressaindo e junto vem a tristeza, o remorso e mesmo forte sentimento de culpa.
O arrependimento costuma se fazer presente, embora alguns usem do disfarce para não demonstrarem seus erros. Alguns casais conseguem se reaproximar e reatar a relação, podendo refazer seus caminhos.
Muitos profissionais são “perdidos”, por demissão ou por pedido dos próprios por não suportarem tanta crítica e, passado algum tempo, suas vagas não foram preenchidas à altura. Poucos aceitam retornar ao emprego anterior, até porque acabaram encontrando um local que desde cedo demonstraram reconhecimento por suas qualidades.
Pais e filhos formam os afastamentos mais dolorosos, pois a ligação existente entre ambos é superior à qualquer outra. Uns se sentem abandonados, outros comportam-se com revolta ou indiferença, mas o quadro é um só: afastamento e descuido com seus próprios sentimentos. Agrava-se quando um dos lados perde a vida. É grande o número de pessoas que se afastaram de seus pais em vida, após perdê-los e passado algum tempo, começam a se referir a eles com amor e saudades, falando de suas qualidades, como eles lidavam com essa ou aquela situação, descrevendo condutas agora aprovadas e admiradas e quando vividas na época foram repudiadas e criticadas.
Não mais é possível a reaproximação. O vazio será duradouro, durará toda a existência daquele  que assim agiu. Muitos utilizam-se de racionalizações para amenizarem suas culpas. Buscam explicações que justifiquem o que ocorreu lá atrás. Aparentemente funciona, porém, não consegue impedir que essa energia sufocada em si mesmo deixe de atuar de alguma forma em suas vidas. O elemento constante se apresenta em não se permitir vivenciar as alegrias que poderia, com tudo que a vida lhe apresenta.
Conhecem pessoas que tem de tudo, do amor da família aos bens materiais e mesmo assim carregam uma tristeza interna e não compreendida? Podem ter certeza que são frutos de se permitirem agir duramente apenas pelas emoções do momento.
A vida anda. O tempo passa, porém, a marca interior se fixou. O autoperdão é dificílimo. É necessário muita maturidade, muita consciência e principalmente humildade para que as ações comandadas pelo ego deixem de existir, possibilitando o desprendimento, o desapego, o assumir ações praticadas e responder por elas.
Mas melhor que tudo isso é não deixar que emoções do momento dominem suas ações.

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