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Nem todos os dias são floridos!

Atualizado dia 28/04/2013 16:29:50 em Psicologia
por Paulo Salvio Antolini


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Estamos no início do terceiro milênio a contar da era cristã (a humanidade existe muito antes desta marca) e ainda carregamos conosco conceitos que há muito já deveriam ter sido substituídos. Um deles é que tudo tem que dar certo e que temos que estar bem sempre, acordado ou dormindo.
Fala-se que tudo é dinâmico, que em tudo há energias, das melhores às piores, porém, cobramos das pessoas, e de nós mesmos, que haja uma homogeneidade de estado e de conduta, como se isso fosse possível. Mesmo em operações e procedimentos repetitivos, vide linhas de montagem, por exemplo, há imprevistos, problemas que surgem e que alteram os resultados esperados, como podemos, então, querer estar sempre sorridentes e felizes.
Tenho me deparado com pessoas que colocam no seu estado de humor a condição para poderem fazer ou não suas atividades ou obrigações, se assim preferirem. Parece que não possuímos a consciência que somos repletos de emoções e que as variáveis que interferem em suas manifestações são inúmeras. Termos consciência do que estamos sentindo e o que nos está causando isso é fundamental para nosso equilíbrio emocional, porém, não significa que não se possa um dia estar menos alegre ou mais sério que no outro.

Até a mais criativa das pessoas que conheço passam por momentos de completa falta de inspiração. De apatia. De desinteresse momentâneo pelo que faz e assim por diante. Eu identifico essa situação, muitas vezes na hora de escrever meu artigo. Há semanas em que o tema vem de imediato e aí o escrever acontece rapidamente e em outras semanas não surge "nenhum" tema que me inspire a escrever. É interessante que todas às vezes que isso ocorreu e que cheguei à conclusão que talvez nesta semana em específico não escreva nada novo e repita algum, em seguida, algo começa a se manifestar dentro de mim a ponto de me sentar e, então, os artigos saíram.

Identificar o estado e não nos cobrarmos a perfeição nos deixa mais leves para podermos fazer o que tem que ser feito.
Há uma entre tantas situações que é preocupante: Pela cobrança de um "estado constante" de humor, pessoas se dirigem a consultórios onde tem seus pedidos atendidos, saindo deles com remédio à noite para dormir, remédio de manhã para despertar e ganhar vitalidade. Remédio para abrir o apetite, remédio para não passar do peso ideal, etc, etc, etc., sem contar os que tomam por conta, por indicações dos amigos(as).
Tantos são os medicamentos ingeridos que o metabolismo e a fisiologia dessas pessoas ficam completamente alteradas. Comum tornarem-se quase que "zumbis", pessoas "robotizadas", lentas, e passam, então, a ser incapazes de gerir a própria vida. E tudo teve início nas alterações de humor, na maioria das vezes procedentes, mas não compreendidas pelas pessoas, tanto as que estão sofrendo essas variações como as que as cercam.
Se a variedade de remédios que se toma, assim como a quantidade deles, é hora de rever seu tratamento e iniciar um processo de desintoxicação medicamentosa, sempre acompanhada pelo seu médico, pois não se tira determinados remédios repentinamente. Então, ver novamente o que se está sentindo e buscar uma forma mais salutar de conviver com isso. Retomar o domínio de seus pensamentos, reflexos, desejos e vontades e restabelecer seus relacionamentos com familiares, amigos e colegas de trabalho.

Sabem aquele pediatra que para qualquer "febrinha" receita logo um forte antibiótico? Está certo que ele não deveria fazer isso, mas o culpado somos nós, os pais, que não suportamos conviver com nossos filhos febris o tempo necessário para o remédio adequado fazer efeito, então, cobramos dele, médico, que seja rápido. Ele acaba sendo, pois nós cobramos isso dele. "Dane-se o estrago que fará ao organismo". Esse estrago não está sendo visto de imediato.
"Nem tudo são flores". Há momentos que gostaríamos de "tirar as pilhas". Vamos respirar profundamente, contar com as pessoas próximas e não parar ou buscar subterfúgios para suportar esses momentos farão toda a diferença.

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