Nós é que complicamos!

   

Autor Paulo Tavares de Souza

Tudo é tão simples, nós é que complicamos. Sabem porquê? Por que as complicações estão dentro da gente. É preciso assumir que somos seres complicados mesmo. Percebemos o mundo de uma forma muito pessoal: percebemos o mundo a partir dos novelos emocionais e psíquicos que nos causam, quase sempre, dor. Esses novelos criam programações que nos orientam e não percebemos que tudo aquilo que nos faz sofrer é resultado da imaginação. Imagem + ação.

Nossos pensamentos são fabricados a partir das emoções; sentimos e pensamos o mundo de forma muito particular, no entanto o nosso sentir depende de toda a estrutura interna do nosso Ser e deriva principalmente das memórias que seguem vivas em nossa alma, servindo de combustível para nossas construções mentais e essa estrutura segue determinando reações e procedimentos. Infelizmente, somos seres eminentemente reativos, agimos muito pouco, quase nada, pois o tempo todo nos ocupamos em reagir aos comandos desse programa, é como se fôssemos, realmente, andróides.

Dizem que o passado já passou, mentira! O passado está presente em cada ação nossa, tudo que fazemos, decidimos ou escolhemos sofre influência daquilo que foi construído a partir de nossas experiências. O passado está presente em cada escolha e esse é o grande desafio da existência: livrar-se da influência dele.

Quando Jesus falava: “Todo aquele que lança mão do arado e olha para trás não está pronto para o Reino de Deus” Lc 9:62, estava sendo taxativo, convidando-nos a livrarmo-nos da influência do passado. Não é possível criar uma nova consciência sofrendo o influxo de ideias antigas, é preciso deixar de olhar para trás.

Faz parte de natureza humana agir cegamente, atendendo aos imperativos de condicionamentos mental e emocional, portanto, tudo aquilo que aprendemos, infelizmente, contaminamos com os nossos conceitos e valores, é como se estivéssemos, realmente, colocando vinhos novos em odres velhos. Para criarmos um novo homem precisaremos de uma faxina profunda na alma, será preciso olhar o presente com um consciência menos contaminada.

Todos esses novelos podem ser desenrolados, todos os nossos medos podem ser dissolvidos, basta fixar-se no Eu Verdadeiro e perceber que nada daquilo que te afeta é seu de verdade. Nada daquilo que nos faz sofrer, que nos condiciona, que nos orienta de forma cega e irrefletida é real. Todo esse conjunto de ilusões que povoa o nosso campo psíquico pertence àquilo que não somos, nosso ego, faz parte de um monturo indigesto de combustíveis emocionais que carregamos e para aliviar essa carga precisaremos expandir a consciência, tornar consciente os conteúdos inconscientes, é justamente aquilo que Jung chamava de Individuação.

É preciso meditar na condição de testemunha, assistindo tudo sem envolver-se com o enredo do nosso filme mental. Estamos na platéia, não podemos continuar acreditando nas ficções criadas pelos pensamentos.

Parece difícil, complicado, mas na realidade é muito simples. Nós é que complicamos.

Avaliação: 5 | Votos: 9

     

Conteúdo desenvolvido pelo Autor Paulo Tavares de Souza    Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui.