NOVENTA E TANTOS ANOS
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Autor Cássia Marina Moreira
Assunto PsicologiaAtualizado em 25/07/2010 17:13:18
DE HISTÓRIA PARA CONTAR.
Mas espere, não é só de sua história é bem mais que isso. Pois sua história se funde com o nascer de um lugarejo. Não mais que um punhado de pescadores que viviam entre a mata, as pedras e as águas do mar. O senhor Zacarias (na foto com Braga) viu o bairro de Maranduba - Ubatuba nascer e pode crescer com ela.
Aprendeu o ofício de pescador logo cedo com o pai, a quem acompanhava nas investidas contra a maré brava ou não. Com a pesca viveu de perto a arte do escambo. Eram os roceiros do morro acima que traziam para beira mar a sua produção e criação, verdadeiras preciosidades para quem vivia do pescado.
A principal base de trocas era milho e mandioca, mas as galinhas e seus ovos assim como as leitoas que faziam uma diferença brutal na alimentação de quem vivia dos frutos do mar, também desciam o morro.
A comunidade conseguia pescar, salgar e secar peixes de toda espécie e tamanhos inclusive bacalhau que nesta época existia por estas águas em abundância e que podia ser pescado bem próximo do costão.
Uma grande parte dos homens e mulheres desta primitiva comunidade vivia assim. Quando os barcos chegavam o trabalho duro chegava junto. Tudo tinha que ser feito rapidamente e com eficiência, isto era o meio de vida da maioria dos habitantes, do ainda lugarejo. Pouca coisa existia pelos arredores, algumas fazendas de escravos com suas moendas de farinha de mandioca. E uma antiga fabrica de vidro hoje em ruínas como a da Fazenda Lagoinha, agora um belo condomínio.
O menino João teve muita dificuldade para poder estudar por estes lados de Maranduba que nem mesmo era considerado bairro, ainda; para o estudo ser feito tinha que se virar para aprender, fez parte de uma classe de vários alunos como diferentes estágios de aprendizado. Mas foi possível! Tudo foi possível, se safar a muito custo e febre da picada de uma cobra, ajudar na construção da primeira estrada de rodagem da região. Poder servir de apoio em São Paulo a um poderoso senhor que fazia parte da cúpula da estrada que estavam abrindo pela região.
Fez travessia de alimentos, remédios e pessoal para a construção desta mesma estrada, que tinha como único ponto de apoio:- este arrabalde da cidade de Ubatuba.
A população aumentou nesta época, vieram os estranhos da cidade para o trabalho braçal e acabaram ficando; anterior a estes forasteiros, a população era constituída dos negros recém alforriados, e dos antigos fugidos que viviam escondidos nos quilombos. Além deles os índios nativos e os brancos que desceram a serra e acabaram ficando um pouco mais longe das encostas.
As belezas das praias de toda a região começaram a ser descobertas. Foram os próprios operários, os mestres de obras, engenheiros e claro os barqueiros que vinham de outras paragens que começaram a falar e assim surgiram os primeiros casebres. No inicio os dos próprios pescadores que finalmente deixaram o sopé do morro na beira dágua, para construírem já nas proximidades da praia suas novas casas; com a família Zacarias aconteceu o mesmo, não deixaram as encostas da ponta do Bonete de vez, (e me parece que nunca irão deixar), mas há muito tempo vieram morar do outro lado da pista - hoje a nossa Rio/Santos.
Vou contar esta história em duas etapas, pois foi através desta entrevista, que acabei por coletar mais uma Essência Vibracional D´Água, a essência dos Mexilhões; que em breve estará também no site https://www.essenciasdagua.com/, esta nova essência foi coletada na agradável companhia de um bisneto da família Zacarias, Denis hoje o responsável pela ‘marisqueira.
São muitas vidas, profissões, e histórias que vêm se entrelaçando desde meados do século dezenove quando o Sr. Zacarias chegou ao mundo e veio logo para este bairro - Maranduba; assim como às pessoas que passaram a vir curtir férias por estas paragens, finais de semana prolongados pelos feriados ou não, que nestas épocas deixa os hotéis apinhados de gente.
E é sobre um destes hotéis o Hotel Porto do Eixo na praia do Sapé que vou contar no próximo artigo, para o clube STUM . Afinal são estas historietas - que formam uma teia nem tão enigmática que vai ligar uma coisa à outra até que a história de alguém acabe por encontrar a minha história que por sua vez irá esbarrar na vida e na história pessoal de cada leitor do STUM, e com certeza seguirá a adiante!
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Cássia Marina Moreira Psicóloga / Terapeuta Floral - Vibracional Pesquisadora do Sistema das Essências Vibracionais D´Água E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |