O amor é meu, ele vive dentro de mim!
Atualizado dia 11/05/2010 21:35:24 em Psicologiapor Iole Maria Bonetti
É uma mistura de aperto, frio na barriga, sufoco, alegria, aquilo que faz disparar o coração. Um grande amor é um coisa única que sentimos no coração.
"Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá ou mesmo pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários e a regulamentos vários".
(Carlos Drumond de Andrade)
O amor tem sido sempre relacionado a bons sentimentos, mas, paradoxalmente, nos dias de hoje ele é visto também como um grande vilão, pois tem sido fonte de sofrimento para a maioria das pessoas.
Se o amor é algo tão belo e sublime, qual a razão de vivenciarmos tantas experiências de dor?
Primeiro, acredito que vivemos uma tirania no que diz respeito à concepção do Amor: estar sozinho ou solteiro hoje em dia é conotação de infelicidade; como se existisse uma convenção de que para sermos felizes precisamos estar casados.
Sou da opinião que para sermos felizes precisamos sim estar acompanhados, mas de bons amigos, vizinhos, um trabalho gratificante, realizações, afeto, carinho, bom-humor, sonhos, ideais e também de uma pessoa que seja meu grande amor.
Por outro lado, ouço constantemente frases como essas:
"O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares".
Ou mesmo quando uma relação chega ao fim, o comum é dizer "perdi meu grande amor".
Acredito que essas afirmações são falsas, você não encontrará o amor nesses lugares e nem nunca perderá seu amor, pois:
O amor está bem dentro de você, ele é seu!!!
Quando você termina uma relação o amor não vai embora; quem vai embora é a pessoa a quem você dedicava e direcionava o seu amor.
Se você amou intensamente e viveu um grande amor - que bom pra você - pois esse grande amor está bem aí dentro do seu peito, ou, prefiro dizer: encarnado em você, esse amor é você!
A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela.
Esse amor continua dentro da pessoa que o sente. O que comumente ocorre é que insistimos em colocá-lo fora de nós mesmos, tornamos o amor posse da outra pessoa e isso é uma farsa.
Sofremos sim, mas com a falta da pessoa amada e não com a falta do amor.
Insisto e afirmo que o amor é meu e ele vive dentro de mim!
Desta forma, posso dizer que é possível substituir a pessoa que amamos por outra e isso não representa que vivemos um amor efêmero, nem falta de amor.
Não sei dizer quantos grandes amores podemos ter na vida, mas que podemos, podemos...
Isso, se nos permitirmos dedicar e direcionar o que sentimos a uma nova pessoa, se nos abrirmos para um novo relacionamento.
Acredito que é muito importante a boa compreensão de nossas crenças, pois aquilo que acreditamos reflete a maneira que olhamos o mundo, e é essa crença que dá cor a nosso mundo.
O grande educador e psicanalista Rubens Alves acredita que o ato de ver não é natural, ele precisa ser aprendido, precisa ser educado para que a nossa alegria aumente.
Para ele as palavras só tem sentido se ajudarem às pessoas a verem o mundo de uma maneira melhor. Diz Rubens:
"Aprendemos palavras para melhorar os olhos.
Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos.
Só vêem as belezas do mundo aqueles que têm belezas dentro de si.
O olho só vê aquilo que o coração deseja.
Quando o desejo é belo, o mundo fica cheio de luz..."
Texto revisado
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