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O Mapa da Felicidade

Atualizado dia 27/05/2014 15:01:45 em Psicologia
por Heloísa Capelas


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A felicidade é presente
Ser feliz é uma busca comum à maior parte das pessoas, mas poucas têm consciência do que fazer para vivenciar essa realidade.

Nesses mais de 30 anos em que trabalho como especialista em desenvolvimento humano, notei que a maioria dos meus alunos, por mais diferentes que sejam entre si, busca um mesmo objetivo: todos eles querem apenas e “simplesmente” alcançar a felicidade. Não que a missão seja difícil. O que dá mais trabalho, na verdade, não é encontrar, conquistar ou manter a felicidade, mas, sim, mudar os paradigmas sobre o que, de fato, significa ser e estar feliz. Mesmo porque, desde a infância, todos nós aprendemos que essa emoção depende de fatores externos para virar realidade. Simultaneamente a isso, ignoramos o fato de que é impossível controlar o que não é nosso, apenas dominamos aquilo que somos e tudo o que nos pertence enquanto ser, o nosso bem e o nosso mal. Surge, então, um paradoxo. Ora, se acreditamos depender do outro ou de algo para alcançar a plena felicidade, mas não temos controle de nada do que é externo a nós, como poderemos trilhar essa estrada?

Foi pensando nisso que preparei a obra “O Mapa da Felicidade”, que foi lançada nessa semana pela Editora Gente. Nela, busco responder a questões como essa, que frequentemente atrapalham a trajetória de quem quer apenas e simplesmente alcançar a felicidade. Sejam quais forem os aspectos que distanciam as pessoas desse objetivo, sempre digo que há três maneiras relativamente simples de viver a vida com felicidade. Compartilho, a seguir, minhas reflexões com você!

Respire com consciência
De tudo aquilo que você sabe fazer hoje, há algo que ninguém nunca precisou lhe ensinar. Desde que saiu da barriga da sua mãe, você aprendeu a respirar, afinal, trata-se da ação mais espontânea e necessária à sua sobrevivência. Por isso, a maior parte das pessoas apenas... Respira. Enche e esvazia os pulmões sem se dar conta de que esse ato inconsciente é o combustível que mantém a mente e o corpo a pleno vapor.

Na contramão disso, a consciência sobre nossos gestos, ações e emoções é a verdadeira chave para a felicidade. Quando sabemos e reconhecemos aquilo que somos e, essencialmente, a forma como lidamos com tudo isso e consequentemente com o universo ao nosso redor, temos a grande oportunidade de aprimorar a nós mesmos. Veja, toda essa compreensão não se dá do dia para a noite. Ela merece ser praticada o tempo todo para que, de fato, tenhamos a chance de identificar em que e como podemos nos tornar melhores para nós mesmos e, depois, para o mundo que nos cerca.

É por isso que respirar com consciência faz toda a diferença. Esse, para mim, é um dos passos mais essenciais em direção à felicidade. Faça uma pausa no seu dia e direcione sua mente e seu corpo para o seu processo respiratório. Desprenda-se do seu entorno e mantenha o foco apenas na forma como o ar entra e sai. Repita esse exercício, pelo menos, dez vezes ao dia. Assim, você começará o seu treinamento para conhecer, de fato, quem e como você é.

Saiba pedir ajuda
É verdade que sua felicidade não está no outro e nem atrelada a algo. Ela nasce e se manifesta dentro de você, para você e com você. Da mesma forma, não se trata de algo a ser alcançado ao final de uma trajetória, mas, sim, de uma emoção a ser experimentada e saboreada diariamente. Em outras palavras, esse “prêmio” não se encontra ao final da jornada, mas, sim, em cada um dos passos que você dá ao longo da sua trajetória. E tudo isso depende, mesmo, apenas de você.

Ainda assim, é necessário que compreenda uma parte importante sobre sua individualidade. Você, assim como eu e como todas as pessoas ao seu redor, é um ser gregário. Isso significa que está inserido constantemente em diversos tipos de relacionamentos, seja com sua família, com seus colegas de trabalho, namorado(a), entre tantas outras possibilidades. O seu jeito de ser, a forma como se expressa e a maneira como se relaciona podem lhe ajudar ou atrapalhar na jornada em direção à felicidade. Por isso, é tão importante afastar comportamentos de autossuficiência ou independência exacerbada. De fato, o clichê existe e é real: ninguém (sobre)vive sozinho. Sendo assim, se você acredita que pedir ajuda é sinônimo de fraqueza, muito provavelmente experimentará sensações de solidão e abandono.

Lembre-se, então, que as pessoas ao seu redor estão aí para ajudar, não para atrapalhar. Elas fazem parte do seu caminho. Mesmo aquelas por quem você tem desafeto, por exemplo, servem de referência para que redescubra a si mesmo e identifique, aí dentro, qual é sua melhor parte e qual é a pior. Mais que isso: para que saiba quais mudanças pode fazer para estabelecer relações mais positivas com seu próprio universo.

Revolucione-se a partir do perdão
Essa, para mim, é a parte mais importante de todo o processo e busca a que nos propomos. Inconscientemente, julgamos a nós mesmos e a todos aqueles que nos cercam o tempo todo. E, por vezes, esse julgamento acaba em pesadas condenações. Carregamos e/ou atribuímos a culpa por tudo o que não deu certo e, dependendo das consequências dessas experiências, somos drásticos nas punições. Ignoramos o fato de que, sem perdão, não é possível mudar.

O que deu errado já deu errado. Ficou no passado. O que você aprendeu com isso? Como pode evitar que esse erro se repita? E, principalmente: a quem você culpou por isso? E como você pode desculpar a esse alguém ou a si mesmo?

O perdão é a porta da inteligência espiritual. Falo bastante sobre ela no meu livro, já que se trata de uma aptidão muito importante do ser humano. Essa é a única das quatro inteligências que já nasce pronta, ou seja, não precisa ser desenvolvida, mas, sim, ouvida, entendida e praticada. A partir dela, podemos equilibrar o nosso emocional e intelectual para ampliar a compreensão que temos sobre nós mesmos e, assim, seguir em frente com positividade.

Por isso mesmo, perdoar é uma questão de inteligência. É o caminho para que possa, primeiramente, compreender e assumir a sua própria responsabilidade sobre as ações e acontecimentos que não saíram como o esperado. E, em seguida, dar vazão à raiva que nutriu por cada um desses acontecimentos para, então, se libertar, de uma vez por todas, do passado.

Observe, então, que o perdão é SEU, assim como a mágoa, a raiva e a frustração. Se não desculpa a você mesmo(a), escolhe continuar carregando esses sentimentos tão corrosivos. Por outro lado, se pratica o perdão – e, sim, não se trata de um gesto que se dá espontaneamente, mas, sim, de um exercício contínuo –, deixa esse peso para trás e se permite mudar a sua trajetória com novas possibilidades de acerto.

A felicidade é o presente. Ela existe aqui, agora, nesse exato momento. E, mais uma vez, só depende de você colocar em prática a consciência e a positividade para encontrá-la nos detalhes diários que, juntos, o levarão a percorrer uma jornada repleta de prazer e bem-estar.

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Heloísa Capelas   
Heloísa Capelas é especialista em desenvolvimento humano por meio do autoconhecimento e da competência emocional. Autora de "O mapa da felicidade" e "Perdão: a revolução que falta". Ministra a metodologia Hoffman no Brasil.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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