O Problema é seu!
Atualizado dia 9/20/2014 12:03:31 AM em Psicologiapor Paulo Tavares de Souza
Nenhum problema existe do lado de fora, nós é que problematizamos. Os acontecimentos externos apenas acionam nossas emoções, especialmente aquelas com maior carga afetiva, como: raivas, medos etc.. Eles não são os culpados pelo desconforto do ser, são apenas informações, nós é damos cores aos eventos.
Trazemos ferimentos presos nas gavetas da alma que precisam ser curados, uma força desconhecida trabalhará para que eles sejam trazidos à superfície e as cirscunstâncias externas funcionam como uma espécie de gatilho emocional, portanto, todo enredo de nossa história não é nada mais do que uma ação do Universo a favor do nosso desenvolvimento, visa o despertar da consciência.
Tudo isso ocorre em prol do nosso avanço, pois não é possível enxergar a realidade com tanta bagagem inútil no inconsciente e todos os nossos problemas não são nada mais do que ferramentas usadas para nos obrigar a lidarmos com a própria sombra.
Não há nada de errado com o mundo, nós é que nos confrontamos com ele de forma problemática e mesmo diante das piores dificuldades, o que está em jogo é a maneira que estamos enfrentando a realidade. Aquilo que para alguns é um drama, para outros não significa nada. Vivemos, portanto, inseridos dentro dessa dinâmica que atua a favor da evolução, convivendo com a dor que representa a matéria prima da existência nesse mundo e está na base de toda essa engrenagem.
Os eventos deveriam ser observados apenas como informações, entretanto, nós os qualificamos com nossas emoções. São essas emoções que precisam ser enfrentadas, na verdade, só estamos aqui para isso, para dar um novo significado aos conteúdos que recalcamos em algum momento do passado por falta de recursos. Todas as questões mau resolvidas acabam, como um bumerangue, voltando a tona, essa é a lógica da ação e reação, pois tudo aquilo que estiver oculto deverá ser revelado.
Existe muita resistência em assimilar esse conceito, pois acostumamos a nos colocar na condição de vítima, culpar o mundo e as pessoas pelos dissabores que vivemos, fazendo uma espécie de transferência de responsabilidade.
Não há duas pessoas no mundo que possam enxergar um fato qualquer da mesma forma, simplesmente por que não há pessoas iguais, cada um traz uma bagagem emocional distinta e é justamente isso que provoca conflitos e contendas de toda ordem. O que desperta em mim um ódio visceral, no outro nenhum efeito causa. Como diria o poeta Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apredeja”. Esse princípio é chamado de fenomenologia. Um jardim florido desperta diferentes sentimentos no observador; alguns podem se lembrar da infância, outros do primeiro encontro, outros ainda podes experimentar algum tipo de desconforto em função de alguma lembrança triste, assim por diante. Tudo isso está no substrato emocional de cada pessoa.
As culpas, os remorsos, as frustrações, os desejos insanos de vingança, as indignidades, enfim, tudo aquilo que insconscientizamos, cria um programa de valores e crenças que é determinante na forma de enxergarmos as coisas. Para que os nossos olhos se abram e possam perceber a realidade, todas essas ilusões precisam estar resolvidas e toda essa carga emocional deverá ser descarregada. Isso é iluminação.
Como podemos mudar isso?
Será preciso usar a ferramenta do perdão, primeiro consigo mesmo, aceitando-se incondicionalmente, percebendo que tudo que existe de mais maravilhoso no Universo você já traz na própria essência e não precisamos viver como escravos dos desejos para vencer as dores da alma. Depois usar esse mesmo padrão no mundo ao seu redor, deixando de julgar as pessoas e trabalharmos a capacidade compreender o outro.
O trabalho é hercúleo, demorado, mas não importa o tamanho dessa jornada, dê o primeiro passo, pois esse é o mais difícil.
Na verdade, tudo acontece dentro da nossa cabeça, o mundo é percebido pela consciência, mas é a mente que dá o significado para os objetos externos. O problema é que a mente inferior, do nosso Corpo Mental Inferior, é um aparelho que trabalha de forma condicionada, presa às injunções do campo emocional, limitada pelas engrenagens do passado de cada Ser.
Infelizmente, sou obrigado a concordar com aquela frase feita que surge no automâtico:
“Cada um com seus problemas!”.
Texto revisado
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