O SEGREDO DA FLOR DE OURO – O MISTÉRIO DA EVOLUÇÃO
Atualizado dia 14/03/2012 11:21:49 em Psicologiapor Osmar Francisco dos Santos
Quando o ego é o centro de nosso ser, nossa consciência e nossa vida emocional estão engessadas. Ficamos encolhidos de medo e por causa disso estamos sempre na defensiva. No estágio do ego, experimentamos um estado de carência, uma necessidade de algo a mais que nunca se satisfaz. A base de nossos pensamentos, sentimentos e ações é um buraco negro, um vazio que nunca é preenchido completamente.
O coração é o ponto de encontro de muitas energias. Ele faz a ponte entre o céu e a terra (o cérebro e o intestino). Como ele “coleciona” energias de origens diferentes, é capaz de reconhecer a unidade subjacente delas. Ele é capaz de transcender a dualidade, como o auxílio do amor e da compaixão. É sobre isso que eu agora quero falar.
Após os textos sobre a Árvore da Vida e o Avatar, publicados anteriormente, considero importante falar um pouco sobre o SEGREDO DA FLOR DE OURO, sempre buscando dar uma ideia prática dos grandes ensinamentos para que eles não constituam apenas um conceito exotérico e, assim, não os consideremos uma utopia que um dia alcançaremos, mas que podemos e devemos trabalhar a cada dia pela nossa evolução, sendo desta forma, os construtores do nosso próprio destino.
Em 1929, C. G. Jung e Richard Wilhelm publicaram o livro O SEGREDO DA FLOR DE OURO, que continha a tradução de um texto chinês, Tai I Ging Hua Desung Dschi (O segredo da Flor de Ouro). Foi a primeira versão da tentativa de revelar para o ocidente alguns mistérios importantes da Sabedoria Chinesa. Para Jung o conhecimento do texto revelado por Richard Wilhelm representava uma sincronicidade com o trabalho que, até então, escrevia ao qual denominou “O Livro Vermelho”, composto em segredo, só conhecido de alguns poucos íntimos de Jung, pois ele temia não ser levado a sério nos meios científicos, pois o texto era composto de pinturas de visões e conversas que mantinha, ora com seu inconsciente, ora com personagens de outras dimensões. Tal livro foi publicado na Brasil pela Editora Vozes, em 2010, quase cinquenta anos após sua morte, como fora sua recomendação. A leitura de tal livro revela, àqueles interessados na obra de Jung e particularmente aos analistas junguianos, o mistério até então incompreendido: Como Jung concebeu sua obra e principalmente a questão dos arquétipo, suas dinâmicas, conforme estão na Teoria do Processo de Individuação.
Após estas explicações iniciais necessárias para quem quer compreender a origem do tema em questão, cuidemos de seu sentido prático e definitivo na solução de nossos problemas existenciais. A Teoria de Daniel Goleman, Inteligência Emocional, revolucionou a compreensão da inteligência humana, desmistificando a “genialidade” e colocando a capacidade de adaptação como sendo a qualidade mais importante nas pessoas. Dessa forma, as instituições passaram a valorizar mais a pessoa capaz de adaptar a mudanças e trabalhar em grupo. Goleman concluiu que o sucesso na vida baseia-se mais na nossa capacidade de controlar as próprias emoções do que na nossa capacidade intelectual. Os fatores essenciais da inteligência emocional incluem: ter consciência de si, perceber os vínculos entre pensamentos, sentimentos e reações; saber se pensamentos ou sentimentos determinam uma decisão; identificar consequências de escolhas alternativas e aplicar essas introvisões às escolhas.
A questão fundamental é como ter consciência e controle sobre tantos fatores envolvendo nossas emoções, as emoções de outros e ter a criatividade de aplicar esses conhecimentos e sentimentos em tempo real no ritmo frenético da vida moderna. A grande dificuldade é o nosso sistema de crenças que nos faz agir e pensar de forma pré-determinada, fugindo da realidade dos fatos no momento presente. A saída é “pensar com o coração e sentir com o cérebro”. Parece absurdo, mas eu explico: Em anos recentes os neurologistas fizeram uma importante descoberta: O coração tem seu sistema nervoso independente – um sistema complexo chamado “cérebro do coração”. Existem cerca de quarenta mil neurônios no coração; número semelhante ao presente em vários centros subcorticais do cérebro.
Essa descoberta afeta a hipófise, o tálamo e o córtex – ajuda a explicar os que os fisiologistas John e Beatrice Lacey, do Fells Research Institute, perceberam na década de setenta. Na época, sabia-se que o sistema nervoso ligava o coração ao cérebro, mas os cientistas presumiam que o cérebro tomava todas as decisões. A pesquisa dos Lanceys mostrou que não é bem assim. Por isso é comum ouvirmos: “vou fazer porque estão me pedindo ou sou obrigado”... mas meu coração não concorda... A diferença fundamental é que cérebro “raciocina” baseado em julgamentos, em valores armazenados na memória; enquanto a inteligência do coração, por não julgar, aceita a luz e a sombra como partes de um todo. Ou o que o cérebro entende como certo e errado, seria para o coração apenas dois aspectos de uma coisa só. Ou seja, o coração cria a união, enquanto o cérebro divide.
As emoções, como já explicado em artigo anterior, são as origens da saúde ou da doença. Porque emoções positivas como a felicidade, a alegria, a compaixão, o carinho, alteram o padrão de atividade do sistema nervoso reduzindo a produção dos hormônios de luta como adrenalina e cortisol. Como o mesmo hormônio precursor é utilizado tanto para fabricar o cortisol como o DHEA (Dehidroepiandrosterona), ou hormônio antienvelhecimento, com a redução do primeiro, temos o acréscimo do segundo.
O Segredo da Flor de Ouro corresponde ao Ouro Alquímico, o caminho do coração, a passagem da inteligência baseada no ego para a inteligência baseada no coração. Uma atitude indispensável para despertarmos para Nova Era, sem a qual todo conhecimento científico, toda nossa alimentação correta, as centenas de livros de autoajuda, os infindáveis cursos e instituições que pregam a evolução não farão nenhuma diferença. A inteligência do coração se desenvolve por toda a vida e até além dela. Leva-nos à identificação com nossa realidade Divina.
Concluindo, por enquanto, nossa grande tarefa hoje se resume em compreender, administrar nossas emoções, começando por remover os entulhos emocionais armazenados ao longo da vida. O bem que praticamos primeiramente para nós mesmos, possibilita-nos oferecer ao outro uma pessoa melhor.
Texto revisado
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•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |