Os apuros de São José.




Autor Cássia Marina Moreira
Assunto PsicologiaAtualizado em 22/04/2012 11:52:54
Os apuros de São José
Há dois anos e meio meu pai não fala uma palavra, foi depois que precisou fazer uma traqueotomia. Homem de poucas palavras havia melhorado muito em suas relações familiares e sociais depois do AVC em 1999. Mas com a colocação da traqueotomia; calou-se de vez.
Seus olhos nos dizem se nos quer ou não por perto. Com esforço consegue abri-los, quando pretende participar do que estamos conversando ao seu redor. Muitas vezes ri das piadas e das conversas a ponto de perder o fôlego, mas na maior parte do tempo, o silêncio impera.
Como estamos na época de Natal, e resolvi contar-lhe uma história, um pouco para animá-lo com a data e os preparativos assim como para lhe dar meios de fantasiar ou talvez checar a minha versão do nascimento de Jesus.
Comecei por onde me lembrava; a necessidade do casal viajar até Jerusalém para participarem do grande senso organizado por Herodes, o rei. (Rei este que mandou matar todos os recém-nascidos e primogênitos das famílias de lá ou as que ali chegassem com o intuito de matar aquele que nasceria para "roubar-lhe seu trono", (bom, mas isso é outra história).
José obedecendo às ordens reais selou seu burrinho, acomodou o melhor que pode Maria no lombo do animalzinho, e lá se foram. Uma viagem longa e cansativa, e para quem estava a espera de dar a luz um pouco pior.
Ao chegarem à cidade foram logo procurar um lugar para passarem a noite. Uma estalagem qualquer para que Maria pudesse descansar em uma cama mais agradável depois de tantos dias e noites de estrada.
Por conta do censo todos os lugares já estavam ocupados, não restava nada, nenhum quarto que alguém pudesse dispor para o casal. José toma uma decisão corajosa de sair da cidade e procurar nos arredores algum lugar onde pudessem finalmente descansar e dormir abrigados.
A lua já ia alta quando encontraram uma manjedoura, não tão perto da cidade, e foi ali mesmo que José e Maria resolveram parar para dormir, afinal no dia seguinte teriam de voltar para lá a fim de participarem do censo.
Não tarda para que Maria sinta as dores do parto, e nos exatos primeiros momentos do dia 25 de dezembro, nasce o primeiro filho do casal, a quem derem o nome de Jesus, (talvez não tão robusto como o desta foto).
Na manjedoura só estavam eles e os animais que por lá se abrigavam. Mas não demorou muito para aparecerem os três reis magos. Que vieram de muito longe seguindo por meses uma estrela muito brilhante, que agora estava parada bem acima da pequena manjedoura.
Trouxeram na bagagem - mirra como presente e depositaram aos pés do berço de madeira e palha improvisado para o recém-nascido. Todos trouxeram alguma coisa para Jesus, mas na hora só me lembrava da mirra.
Neste momento a narração desta história ficou bem mais interessante, pois só me lembrava dos nomes de Baltazar, e Belchior, mas o nome do terceiro rei foi complicado. Não sei por que cargas de água, eu passei a chamá-lo de Ananias,
Perguntei para meu pai, se ele lembrava ou se sabia se era este mesmo. Ele sentado em sua poltrona, só ouvindo a minha história até então; se incomodou. Ninguém mais que estava na casa no momento lembrava. Todos pensaram que Ananias era um nome nada convincente. Um bombeiro amigo da família tinha este nome, mas não o terceiro rei mago, a bem da verdade me lembrei deste Sr. Amigo de meu pai pois na época de Natal nos idos tempos das festas em famílias ainda com minha mãe vivíssima e no comando, ia com ele buscar o cabrito para a ceia do dia 25 de dezembro.
A inquietação de meu pai continuou, com esta parte da história, pois para nós crianças de então era tão esperado e o Natal, e sua agitação naquela casa naquela época, mas para ele um ser avesso a festas, só comer cabrito já estaria de bom tamanho. Porém sua abertura de olhos me mostrou que se lembrava do amigo e da época.
Fiquei imaginando se meu pai afinal não se lembrava do terceiro nome, e me propus a ajudá-lo com a "traqueo", mas não saiu nenhum som. Então precisei sair, pedi que aguardasse que na volta continuava a historieta.
Foi o que fiz terminei a história. Já lembrando com a ajuda dos demais; que os outros presentes levados a Jesus foram o incenso e ouro, embora para mim, mirra e incenso sejm a mesma coisa. Foi quando num estalo ao retomar o fio da meada me lembrei de Gaspar.
Assim terminamos a história do nascimento de Jesus, na manjedoura, com presentes e reis; além dos pastores que também foram atraídos pela mesma luz brilhante daquela estrela que agora estava parada bem naquele lugar, acima de suas cabeças.
Talvez na próxima vez conte outra história, outro grande Apuro de José - a fuga de José para o Egito. Não sei talvez seja melhor ler um pouco antes para evitar confusões.
Ao terminar a história falei com meu pai, sobre a importância do nome do pai dele José Maria, e por consequêcia do dele Antônio José, nascido no dia do Santo (Antonio), carrega o nome do pai e o do pai de Jesus - São José que é o padroeiro e protetor da família.









Cássia Marina Moreira Psicóloga / Terapeuta Floral - Vibracional Pesquisadora do Sistema das Essências Vibracionais D´Água E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |