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Os Sonhos - A Linguagem da Alma 1

Atualizado dia 12/9/2009 5:35:16 PM em Psicologia
por Osmar Francisco dos Santos


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Todos sonhamos em média quatro vezes por noite; nem sempre lembramos de nossos sonhos, mas eles representam a nossa mais importante "janela" para o inconsciente e é  lá que estão nossas frustrações e traumas que impedem o livre acesso ao grande potencial de nossa mente. Ainda hoje, mesmo após cento e dez anos do lançamento do livro de Freud sobre a interpretação dos sonhos, para a maioria, eles ainda representam um grande enigma, mas poderiam ser uma ferramenta decisiva para entender nosso inconsciente, sendo que importância de entendê-lo e interagir com essa parte de nossa mente, será determinante para um salto quântico em nossa evolução, haja vista que as instituições, da forma que estão organizadas, não respondem mais aos anseios sociais em nenhum dos quesitos básicos da qualidade de vida.

Existem sonhos famosos que, segundo a história, mudaram o rumo de vidas e até de comunidades, como o sonho do Faraó, interpretado por José do Egito que versava sobre sete vacas magras que devoravam sete vacas gordas e sete espigas magras que devoravam sete espigas recheadas. Essa interpretação valeu a José a saída da prisão e o cargo de primeiro ministro. A história conta vários sonhos importantes como aqueles que guiaram as grandes descobertas.

Todos nós com certeza temos estórias importantes sobre nossos sonhos, entretanto, poucos de nós sabemos trabalhar com eles. Para que isso seja possível, é necessário entendermos o mínimo de sua estrutura, funcionamento e propósito.
Os sonhos ocorrem em estados alterados da consciência de vigília, especificamente, à baixa da amperagem elétrica em relação a  que ocorre quando estamos despertos. Por esse motivo os estágios de sono são marcados por ondas eletromagnéticas que podem ser medidas pelos conhecidos eletroencefalogramos.

No estado de vigília estão conectados quatro princípios ou veículos que definem nossa personalidade e representatividade, que são: o físico, o vital (que corresponde à aura e pode ser identificado pelas fotos kirlian), o emocional ou astral (que corresponde ao veículo das manifestações mediúnicas, como psicografia e psicofonia) e o mental concreto que se refere à nossa parte cognitiva. As atividades do sono são hoje estudadas mapeando as atividades cerebrais noturnas durante o sono (polissonografia), com o objetivo de identificar períodos de mais de dez segundos onde a respiração é interrompida e a pessoa sofre da apnéia do sono, distúrbio que prejudica a qualidade de vida durante o dia, produzindo sonolência diurna e afetando a memória.

Durante o período de sono, ficam na cama o  corpo físico e o vital, que não se separam, o que acarretaria a morte. Os outros dois corpos, emocional e mental concreto, que formam a personalidade, ficam livres por causa do estado elétrico de baixa amperagem que o cérebro, durante o sono, funciona e sem as limitações das dimensões tempo e espaço produzem os sonhos que em grande parte são manifestações do mundo inconsciente.

É importante saber que a memória do inconsciente que é utilizada na linguagem dos sonhos é uma memória muito antiga, caracterizada por símbolos, diferente de nossa memória de vigília que arquiva conceitos. Por esse motivo, a linguagem onírica nos parece tão absurda. Por não compreendê-los, nossa reação mais racional é desprezá-los. Explicado, ainda que muito superficialmente, a questão elétrica da manifestação dos sonhos e do porquê de sua ocorrência durante o sono, embora os estados de relaxamento e hipnose também produzem experiências análogas aos mesmos, uma ligeira compreensão dos tipos de sonhos é o primeiro passo para interpretá-los e assim nos beneficiarmos de suas orientações.  

Os tipos mais comuns de sonhos são os que chamamos fisiológicos e sua função é simplesmente proteger o sono, visto ser este fundamental para liberação dos neurotransmissores pelas glândulas endócrinas, responsáveis pelo nosso equilíbrio homeostático (freqüência cardíaca, respiração, pressão arterial, centro da fome e da sede, ritmo sináptico, etc.)

Este tipo de sonho satisfaz necessidades fisiológicas e evita que as preocupações nos acorde. Se apesar delas, conseguimos dormir, por exemplo: Se dormimos com sede e essa necessidade pode nos acordar, sonhamos que estamos bebendo água. Evidentemente, não satisfazemos a necessidade física da sede e assim que acordamos iremos tomar água. O mesmo ocorre em relação às questões que nos preocupa.

O segundo tipo mais comum dos sonhos são os que chamamos sonhos compensatórios, que são aqueles que corrigem um autoconceito pobre que temos a nosso respeito, relativo a pessoas que convivemos ou a situações pontuais que acreditamos não ter tido um bom desempenho. Nesse caso, nossos sonhos poderão distorcer absurdamente pessoas a quem admiramos tanto que nossa idolatria nos faz sentir impotente. Nesse caso, o nosso inconsciente nos dá um sonho diminuindo aquela pessoa.

O terceiro tipo de sonhos talvez sejam os mais importantes, a essa altura de nosso desenvolvimento, pois se referem às questões relacionadas ao nosso drama psíquico inconsciente. Eles se mostram muitas vezes repetitivos o que demonstra que não os entendemos e por isso não fizemos as devidas correções em nossas vidas. 
Esses sonhos são os mais utilizados nas terapias, pois trazem informações sobre aspectos do aparelho psíquico, demonstrando através do símbolos oníricos em que situações emocionais o sonhador se encontra ao mesmo tempo que sugere atitudes corretivas. 

À medida que começamos a anotar ou a trabalhar com os sonhos na relação terapêutica, eles vão construindo uma sequência em seus enredos na organização da vida psíquica. Mesmo para quem não conhece toda a sua representação simbólica, há sempre muita vantagem em anotar os sonhos, pois o inconsciente reconhece esse contato com o inconsciente e os sonhos se tornam cada vez mais claros.

Quem não consegue lembrar dos sonhos pode estimular a lembrança, colocando antes de dormir a determinação de querer lembrar. Ao lembrar dos sonhos, antes de levantar e despertar completamente é necessário anotá-los total ou parcialmente, ou mesmo memorizá-los, para que não se percam. Cada sonho só se refere ao próprio sonhador, na maioria das vezes, mas o inconsciente utiliza figuras conhecidas em nossa memória, para expressar parte de nós mesmos.

Outro tipo importante de sonho são os chamados "grandes sonhos", que temos poucas vezes na vida, mas dos quais não esquecemos e, às vezes, temos dúvidas se estávamos dormindo ou não. Outra característica dos grandes sonhos é que sempre temos a certeza de que são importantes. Trazem mensagens profundas sobre nossas vidas, intuições e podem predizer acontecimentos que irão nos mudar para sempre. Estão relacionados à nossa função transcendente, provêm do âmago mais profundo de nossa psique. 

Dr. Osmar Francisco dos santos



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Conteúdo desenvolvido por: Osmar Francisco dos Santos   
•Participante do Núcleo de estudo Junguiano do Rio de Janeiro; •Palestrante e autor de trabalhos sobre Psicologia Junguiana publicados em revistas universitárias e outras; •Psicoterapeuta transpessoal da linha Junguiana; •Administrador de Empresas e Consultor de Qualidade Total na Área de Recursos Humanos. •Atuação em Consultório particular.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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