Psicoterapia: Será que esse negócio é para mim?
Autor Carolina Luz de Souza
Assunto PsicologiaAtualizado em 10/04/2009 00:59:24
Apesar dos grandes avanços nessa área, ainda existe muito preconceito em relação á Psicoterapia. De onde vêm esses mal entendidos?
A vida em nossa sociedade ocidental está cada vez mais corrida. O trabalho exige horas de dedicação mesmo após o expediente, ficamos presos num trânsito cada vez mais caótico, , corremos de um evento social para outro, passando da "Happy Hour" para a "balada" que dura até a manhã seguinte. Os filhos, a casa, as relações, tudo parece nos exigir ao máximo. Apesar ou por causa mesmo desse fato, espera-se de qualquer um de nós que façamos tudo isso com um sorriso no rosto, nunca perdendo o pique necessário para enfrentar o dia-a-dia.
Mas, e quando nos sentimos sem energia, sem vontade para realizar as inúmeras tarefas que nos aguardam todos os dias? E quando alguma coisa fora ou mesmo dentro de nós não vai bem? Quando não nos reconhecemos mais na pessoa que nos tornamos e nos afastamos de quem realmente somos?
A maioria das pessoas passa por momentos de angústia e perda de sentido, que acontece, na maioria das vezes, por estarem tão embrenhadas em tudo que precisam realizar no mundo externo que acabam distanciando-se de sua verdadeira essência. Quando isso acontece, é preciso conectar-se novamente com o Eu verdadeiro. Nesse processo, um profissional pode ser de grande ajuda.
O problema é que, em nossa sociedade, existe muito preconceito em relação à Psicoterapia. Por causa mesmo de sua origem na saúde mental e no tratamento de pessoas com distúrbios psíquicos, a Psicologia ainda é vista como "coisa para louco". Embora também trate de problemas mais sérios, a Psicoterapia é indicada para todas as pessoas que estejam sofrendo por qualquer motivo e que não estejam conseguindo solucionar essa questão sozinhas.
Desde depressão, falta de energia, problemas no relacionamento, a perda de um ente querido ou de um emprego ou mesmo questões de personalidade que estejam obstruindo o desenvolvimento saudável da vida do indivíduo. São muitas as razões para procurar um profissional e elas não indicam um problema ou alguma doença. Pelo contrário, buscar ajuda quando algo não vai bem é uma demonstração da parte saudável do indivíduo que recorre a todos os recursos disponíveis para novamente sentir-se bem.
Muitas pessoas sentem vergonha de procurar por ajuda, porque acreditam que deveriam cuidar de seus problemas sozinhas, enquanto fingem que tudo vai bem, com o velho sorriso no rosto. Porém, é preciso um verdadeiro conhecimento de si mesmo e a humildade de reconhecer seus limites para buscar auxílio quando realmente necessário. Cada pessoa é um ser único e seus limites também o são. É preciso respeitá-los e não se comparar com pessoas que passaram por questões parecidas. Cada um lida com os acontecimentos da vida de uma forma muito singular e os sofrimentos do caminho às vezes requerem ajuda.
É importante ainda ressaltar que um bom Psicólogo não é o mesmo que um amigo dedicado. Este último, por mais bem intencionado que seja, tem suas próprias concepções e valores, que muitas vezes vão de encontro às questões trazidas pelo paciente. No Psicólogo, o indivíduo tem uma pessoa que não vai julgá-lo e que está habilitado a ajudá-lo em sua busca por uma re-significação de seu sofrimento. O Psicólogo não é um guia mas antes um acompanhante na estrada tortuosa e bela de tornarmo-nos aquilo que realmente somos.
As pedras no caminho podem ser apenas pequenos obstáculos ou podem tornar-se verdadeiro abismo que separa o indivíduo de uma vida completa e repleta de sentido. Nesse momento, um profissional pode ajudar a encontrar a ponte que esteve lá todo o tempo, mas que talvez sozinhos não conseguíssemos perceber.
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