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Qual é sua máscara?

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Autor Valter Barros Moura

Assunto Psicologia
Atualizado em 2/10/2013 9:47:19 PM


Diante do espelho não há máscaras, pois o primeiro passo no processo de individuação para sermos nós mesmos e desenvolvermos nossa totalidade é explorar nossa persona. Ou seja, a forma pela qual nós iremos nos apresentar e nos relacionar com o mundo, e isso inclui nossos papéis sociais. Persona deriva do termo latino que se refere àquelas máscaras utilizadas pelos atores na Comédia ou Drama do Teatro grego para dar significação aos papéis sociais os quais representamos. Esse processo pode encobrir uma realidade ao passo que também nos desnuda. E é por isso que as colocamos: para nos defender ao tempo em que corremos risco de nos afastarmos de nossa essência, de quem de fato somos, de nosso self, nosso verdadeiro EU. Na mais tenra idade, brincamos com máscaras.

A criança, quando não aceita da forma que é, passa a agir como esperam que ela seja ou o mais próximo possível das expectativas que criaram para ela, quando na verdade isso não é sua essência. Com o tempo, esse afastamento pode dar origem a vários conflitos e vazio internos. Um exemplo simples disso pode ocorrer já na concepção ou na gestação, cujos pais desejaram que o rebento fosse ou um menino ou menina. Ao nascer, a expectativa deles é frustrada e essa criança desde pequena, com o intuito inconsciente de agradar esse pai, essa mãe ou a ambos, passa a agir de forma a corresponder às expectativas externas para ser aceita. Isso também acontece conosco, os adultos.

Por isso criamos as máscaras. Nossa persona se estrutura de acordo com o ambiente e o enredo que se desenrola nele, como uma couraça ou escudo que nos protege das agressões externas e ficará cada vez mais espessa para que o indivíduo consiga suportar a realidade. São aqueles indivíduos com os quais nos deparamos (ou somos): rígidos, inflexíveis onde nada pode atingí-los. Como se estivesse soterrado, o verdadeiro self de nós mesmos esconde-se por trás de muitas camadas de mágoas, ressentimentos, humilhações e desprezo que formará uma muralha que nos afasta de quem verdadeiramente somos. Homens e mulheres nessa situação, são carinhosamente nomeados por mim de "criaturas cebola", são adultos que desenvolveram, por camadas sobre camadas, a arte de não expressar seus sentimentos. E tive muitos pacientes que agiam assim.

Por que isso acontece?
Simples: pura defesa. A criança só expressará suas emoções quando houver alguém que aceite-a sem críticas, julgamentos, comparações, entendendo-a e dando-lhe apoio. Se não tiver quem a ouça, ela certamente crescerá com a percepção distorcida, a qual, de alguma forma não é certo pensar, querer ou imaginar o que ela sente. Enfim, não é certo ser ela mesma. O resultado será a formação de um falso Eu cujos sentimentos serão ignorados como foi aprendido na infância, onde algum refúgio psíquico ou modelagem irá ocorrer, pois essa é a forma encontrada pela criança de sobreviver e se construir emocional e psiquicamente. Assim, nós criamos máscaras com um único intuito: sobreviver.

Porém, o risco está no indivíduo em acreditar que não existe nada de  autêntico no mundo que vá além dessas máscaras. Porquanto, meu trabalho inclui compreender o que é que aconteceu com a criança que está no interior do adulto que me procura, sob que condições e por quais motivos essas couraças foram desenvolvidas. Isso, por si só, justifica a importância do resgate da Criança Interior que tanto ressalto. Porque hoje muitas "criaturas cebola" vivem em função do externo para buscar formas de preencher algum vazio, seja através do consumo, sexo, drogas, comida, poder, trabalho e todos e quaisquer dispositivos que as impeçam de entrar em contato consigo mesmas porque em alguma época aprenderam que Ser verdadeiro era errado. A cada novo paciente ou início das jornadas do nível I e II em Gestão das Emoções, quando chegam participantes adultos, jovens e indivíduos mais maduros, silenciosamente me pergunto:

- "Quem são e como foram essas meninas e meninos que estão aqui comigo"? Sei que muitos ignoram suas emoções, sentimentos e necessidades da sua Criança Interior e a maioria perdeu a conexão com ela, fazendo-os confirmar que não são amados. Isso faz com que esse indivíduo, com sua Criança Interior, ambos concluam, erroneamente, que foram inadequados, indignos de amor ou muito maus. Do contrário não teria sido abandonada, primeiro pelo pai, mãe, avós e depois por si mesma, pelo seu próprio Adulto Interior.

Esse Adulto Interior cresceu e aprendeu a temer a rejeição e o abandono e, com o tempo, acabou por projetar no mundo exterior essa mesma vivência. Inconscientemente, esse indivíduo acredita que a qualquer momento será abandonado ou rejeitado novamente, ainda que de fato isso possa ser apenas uma alucinação. Então, tudo o que ele passa a fazer intenciona evitar a dor desse abandono ou rejeição, muitas vezes aceitando relações destrutivas, doentias, humilhando-se sempre por migalhas de afeto, atenção e carinho.

Chega de máscaras. Seja você mesmo!
Quantas mães não foram abandonadas afetivamente por suas mães e transferem seus  temores aos filhos, encobertos sobre a máscara do extremo zelo e amor. Será que esse zelo é real? Ou é meramente a máscara do próprio medo dessa mulher-mãe-menina, de que todas elas numa só pessoa possam ser abandonadas novamente? Medo do modelo se repetir, só que desta vez na pessoa dos seus próprios filhos? Quantos usam a máscara do injustiçado, da vítima do destino, do (a)  coitadinho (a) como forma de controle externo de situações e pessoas? Quantos adultos preferem se sabotar emocional e profissionalmente, em suas relações íntimas porque não se sentem bons e merecedores o suficiente de terem sucesso e serem felizes amorosamente? Quantas máscaras... Muitos podem viver por trás delas uma vida inteira. Já outros têm mais sorte quando, cedo ou tarde, essas máscaras são identificadas e destruídas.

Então, chega a hora do indivíduo se olhar no espelho, no qual por meio dele o sujeito verá a sua própria realidade e essência. É provável que o indivíduo fique apavorado, com a visão dos olhos aterrorizados da criança que foi e agora suplica sua atenção. Esse é o momento da verdade! A da Criança Interior, esquecida antes mesmo de sair do útero da mãe, no momento do parto ou quando fez coisas para agradar seus pais e aprendeu a manejar suas melhores atuações para ganhar um pouco de aceitação e carinho. Afinal, quem é essa Criança Interior?

É a sua alma, sua essência, sua psique que clama por sua própria atenção. Submersa pela agitação da vida ela espera ouvir uma única frase de você mesma (o): - "Eu te amo como você é". Reflita sobre o quanto você pode se relacionar com sua própria história, o quanto se distanciou de si mesma (o) e quantas são as máscaras que desenvolveu, em troca do reconhecimento que você espera receber até hoje. E o quanto ainda age com a intenção de agradar a todos, sem importar-se com seus próprios sentimentos. Pois é, olhe-se no espelho agora e finalmente perceba que a vida pode ser bem mais que um Baile de máscaras! Pense nisso.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Valter Barros Moura   
Psicanalista clínico, Master-Practitioner em Neurolingüística, Mestre em Administração Estratégica e Comportamento do Consumidor. Jornalista e professor de pós e graduação nas áreas de Psicologia, Comunicação Social, Direito e Administração. Atua como coach em empresas privadas e públicas, ministrando treinamentos, palestras em gestão de pessoas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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