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relacionamento de alma para alma

Atualizado dia 1/20/2010 10:34:08 AM em Psicologia
por Alex Possato


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Recebemos em nosso trabalho de constelação sistêmica, inúmeros clientes com dificuldades de relacionamento. Muita separação, muito divórcio, pessoas com medo de se relacionar, outras dentro de relações em que se anulam ou, ao contrário, anulam o parceiro. Todos querem amar e ser amados. E então, fica a pergunta: por que um relacionamento não dá certo? Mas prefiro fazer a pergunta de forma construtiva, e até convido você também a sempre utilizar esta estratégia: não busque o porquê do problema - busque a solução. Então, a pergunta seria: como um relacionamento pode dar certo?

Bem, querido leitor, querida leitora, a explicação é simples: a qualidade das nossas relações está de acordo com a qualidade da nossa relação conosco mesmo. Atraímos para nós pessoas emocionalmente maduras ou imaturas, conforme sabemos lidar com nossas próprias emoções. Isto quer dizer: como você lida com o seu medo? Como você lida com a cobrança externa? E a sua cobrança interna? O que você espera que os outros façam por você? O quanto você está disposto a fazer pelo outro? Qual o grau de sinceridade, quer dizer, o quanto você é capaz de ser "você mesmo" nas relações? Sim, ser você, porque na relação social, vestimos muitas máscaras, aquele jeito Big Brother de ser: eu sou o bissexual, eu sou o espiritualista, eu sou o bonzinho, eu sou o "trator", mas numa relação afetiva, as máscaras não sobrevivem muito tempo. Em pouco tempo, nosso lado agressivo, impaciente, cobrador, egoísta, provocador, ou por outro lado, submisso, acanhado, tímido, sem autoconfiança se demonstra... Somos desmascarados, e então, a tendência é culpar o outro. Mas o outro está nos mostrando somente fragmentos de nossa própria personalidade. Assim como nós, com certeza, estamos demonstrando ao outro fragmentos da personalidade dele. Não somente relações, mas vida profissional, saúde, capacidade de demonstrar seus dons ou não, tudo que ocorre no mundo externo, é um espelho do meu mundo interno.

Acho que ficou claro a primeira dica para um bom relacionamento saudável:

1 - Assumir a própria responsabilidade e cuidar de suas emoções conflitantes

Ok. A idéia é simples, mas na prática, sei muito bem que é uma longa jornada de autoconhecimento. Quando eu casei, procurei fazer uma vida de casal "certinha": casa própria, dois filhos, empresa, carro na garagem, fidelidade, a tal da "família Doriana"... Bem, não foi nada daquilo! Dentro de mim, havia muita raiva pela separação dos meus pais, quando eu nasci, de uma vida de traições, bebedeira e irresponsabilidade do meu pai, pela ausência total da minha mãe, entre dezenas de outras coisas. Eu tinha muita raiva e mágoa escondidinhas dentro de mim. É verdade: estavam tão bem escondidinhas, que eu mesmo não via. Era líder espiritualista, uma pessoa calma por fora... Bem, quando percebi que minha vida, mesmo tendo tudo o que eu "tinha que ter" para ter prazer, não me trazia satisfação, comecei a perceber os mecanismos emocionais que detonavam com a minha fantasia de família feliz. E aí começou o meu trabalho emocional: ao perceber que tudo o que eu fiz para ser feliz, não deu resultado, comecei a olhar para dentro, e perceber as razões internas do meu fracasso no intuito de "ser feliz".

O papai e mamãe não são culpados pelos nossos problemas emocionais. Eles atuam como catalisadores de emoções que já trazemos do nosso sistema familiar. Não vou me alongar neste tema, porque isso não é o assunto de agora. Mas o que posso dizer é: papai e mamãe são instrumentos do Universo para que possamos manifestar o nosso potencial infinito, nossa capacidade infinita, enfim, para que possamos viver no amor e Ser o amor, que é o objetivo final da nossa experiência neste plano. E sim! Eles vieram para simbolizar o atrito! Sim! Eles vieram para reafirmar em nós a crença de que somos excluídos! Que não temos amor, porque não recebemos amor! Assim como nós, como pais, também ocupamos o mesmo lugar em relação aos nossos filhos - por mais que queiramos fazer o contrário que nossos pais fizeram.

O atrito nos torna forte. A dor nos torna inexpugnáveis. Porém, a nossa humanidade está acostumada a vender a idéia de que o prazer é ausência da dor. Ausência do sofrimento. Infelizmente, poucos percebem que dor e sofrimento são ilusões criadas e mantidas pelas mentes focadas em cobranças do passado. Seja da infância, muitas vezes com reais dificuldades, seja do passado sistêmico, quer dizer, identificações que trazemos embutidas em nosso código genético - ou sabe-se lá de que forma, onde nos identificamos com a exclusão e dor de antepassados. Pessoas da nossa família que foram esquecidas pela mesma: por exemplo, abortos não revelados, criminosos que foram expurgados do convívio familiar, famílias que foram obrigadas a imigrar, doentes mentais, crianças abandonadas, enfim, tudo o que ocorreu no passado familiar está vivo em você, hoje.

Todas estas emoções que carregamos produzem uma forte energia de atração. Sabe o que isso quer dizer? Atrairemos parceiros que servirão como estopim para que possamos resolver estes conflitos. O universo não é sábio? Assim, a segunda dica é: medite profundamente, em torno da pergunta:

2 - Quando tenho problemas com o meu parceiro, o que sinto, profundamente, em minhas emoções mais essenciais?

Verifique em si mesmo: medo do abandono? Insegurança? Medo de perder o apoio financeiro? Raiva por alguém estar lhe negando, de diversas formas? Vontade de morrer? A sensação de que você nunca será feliz sem alguém ao lado?

Quando trabalhamos o autoconhecimento sozinhos, é muito fácil cairmos no erro da autoenganação. Acharmos que estamos evoluídos, até iluminados. E com certeza, o nosso Eu Superior, que é a parte da psique mais próxima e conectada com o Universo, com Deus, é puro, perfeito, intuitivo. É bem provável que você já teve inúmeros vislumbres deste Eu perfeito. Porém, enquanto não é possível viveecom êxtase, percebendo que não existe imperfeição no mundo, significa que emoções conflitantes ainda estão atuantes. Estas emoções serão colocadas a prova nas relações. Posso me enganar que sou autoconfiante, mas quando minha parceira diz "você é um inútil, aí poderei saber se realmente "estou me bancando", ou é apenas uma postura, uma máscara. Se eu partir para a reação, ou ficar atingido, significa que não estou maduro emocionalmente. Ainda... E assim por diante... Um relacionamento honesto e transparente é um dos maiores presentes que você pode dar a si mesmo. Construa-o e usufrua do prazer que a limpidez lhe dá.

Alex Possato é professor de constelação familiar sistêmica e terapeuta sistêmico. clique aqui e saiba mais

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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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