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Riquezas interiores

Atualizado dia 11/5/2007 11:13:52 AM em Psicologia
por Andrea Pavlo


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"Crescer seria uma grande aventura."
Peter Pan


Nossa, acabei de me tocar de uma coisa muito importante. EU SOU RICA!!! Eu sou rica sim, sou riquíssima.

Mas antes que você pense em me sequestrar (e como é duro ser brasileiro nessas horas!) não estou falando só de dinheiro. Estava pensando na minha vida e nas minhas experiências. Hoje, por exemplo, num dia chuvoso e gostoso, com aquela mistura de frio e calor que só a primavera sabe ter, me lembrei da chácara da minha tia. Lá é um lugar especial. Cheio de árvores frutíferas, piscina, tudo tão bom. E melhor do que o lugar era a energia da família toda reunida, todas as tias com seus filhos e as tardes em que me jogava na piscina e depois descansava embaixo da jabuticabeira toda preguiçosa por causa do excesso de churrasco.

E os dias em que eu passava na Praia Grande, então? Aquela molecada, umas 30 crianças, que pegavam a bicicleta e ficavam rodeando o quarteirão até que algum vizinho resolvesse expulsar todo mundo. E nós ríamos à beça, nos jogávamos no chão de tanto rir da cara do vizinho de cara amarrada. As viagens que eu fiz, as pessoas que eu conheci. O cara lindo chamado David que eu conheci junto com a minha prima, em Cuzco e que achávamos que não falava português. A mulher paralítica e com um coração de ouro que me ensinou tanto sobre a força de vontade, que deve ainda morar em Guarulhos. O bolo de cenoura da Tia Maria, vizinha de porta e o primeiro brigadeirão que eu comi na vida (dos deuses... nunca mais me esqueci!). Meu primeiro, segundo, vigésimo amor! As florzinhas que eu ganhava do Vinícius (filho da Tia Maria) com pedidos de namoro infantil. Enfim, tantas e tantas experiências maravilhosas que de vez em quando voltam à minha memória.

O fato é que quando estamos com algum problema, ele se torna maior do que toda a nossa riqueza interior. Uma falta de dinheiro, um pé quebrado, uma doença na família ocupa todo o espaço da nossa mente e manda lá pro fundo da alma essas lembranças doces e inocentes (ou nem tanto). E justo no momento em que mais precisamos delas, não sabemos nem que elas existem. É uma tendência do ser humano fazer essas coisas e dar sempre mais importância para os seus erros do que para os nossos acertos. É como se tudo o que é bom tivesse nascido lá, daquele jeito. Mas tudo o que é mal fomos nós que plantamos. Ontem mesmo ouvi um trecho de uma música que dizia "coisa boa é Deus quem dá, besteira é a gente que faz".

Sim, cometemos erros. Mas será que, assim como as coisas boas, não precisamos também das experiências ruins? Existe uma cultura da alegria na nossa sociedade. É como se nunca pudéssemos ficar tristes ou cometer erros. E precisamos tanto deles! Pense nas coisas que já aprendeu com seus erros, que nunca mais irá cometer novamente ou, pelo menos, vai pensar muito antes de cometer. Pense na quantidade de sofrimento que você já economizou com esses muitos aprendizados. Esquecemo-nos de que ainda estamos numa grande escola, talvez até no prézinho das encarnações, e exigimos as provas de um colegial.

Que tal, cada vez que nos atolarmos num lamaçal de dúvidas e dores, nos lembrarmos dessas riquezas? Faça uma lista com tudo de bom que já conquistou, dos momentos mais felizes, mesmo que tenham sido os pequeninos momentos em companhia de um amigo ou do pai e da mãe. Vamos nos valorizar, valorizar tudo o que somos e tudo o que vivemos.

Com certeza você, como eu, tem muitas e muitas histórias para contar. Faça dessas histórias você. Seja essas histórias boas, transpire-as, passe-as ao mundo. Divida o que você já aprendeu com as pessoas. Abra-se para o mundo, inocente, livre. Essa é a liberdade, a verdadeira liberdade. Poder aprender, cometer os seus erros e ainda poder tirar proveito deles. Nada de culpa, de medo. Nada de carregar as coisas com você para todo o sempre. O sempre é muito longo e você, definitivamente, não precisa pagar excesso de bagagem.

Simplesmente viva. Viver ainda é a maior aventura.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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