ROMÂNTICO OU ILUSÓRIO?
Atualizado dia 9/18/2008 11:40:56 PM em Psicologiapor Lilia Barros
Para o homem é um pouco diferente. Digo, MUITO diferente o “sonho romântico”: um quarto maravilhoso, uma cama enorme, espelhos, música. Música? Não deu tempo para pensar nisso. Uma mulher fisicamente escultural, boca provocante, olhos maliciosos refletindo “aquilo”! Declaração? Ah! Sim. Mas seria impróprio escrever ou repetir publicamente, para não ser considerado atentado ao pudor. Porém, todas as frases (quando frases) seriam sobre a “competência” do parceiro, ou apelos de subjugação. A partir daí, um mundo perfeito. No outro dia ela não telefonaria, desapareceria até que ele sentisse vontade novamente de vê-la. Isto é, se ainda sentisse.
A idéia de romance difere muito entre homens e mulheres. Mas na imaginação do que seria PERFEITO, em ambos os casos, não existe a rotina das cobranças, o cansaço das explicações e das responsabilidades diárias, aborrecimentos pelos defeitos, vícios, a roupa jogada, toalha molhada fora do lugar, o acordar de ressaca. Enfim, o ídolo desfeito, o humano imperfeito manifestado.
Por que em ambos os casos, o encanto se desfaz tão rapidamente? Por que na vida real o príncipe volta a virar “sapo” e a princesa volta à condição de “gata borralheira”?
Simples... Amamos o sonho e não a pessoa. Apaixonamo-nos pelo que criamos e, não, pelo que de fato nos permitimos conhecer.
Mulheres, pela criação cultural, desde pequenas “criam” um príncipe de acordo com seus anseios, sonhos de felicidade nem sempre embasados na realidade. Os “príncipes” são perfeitos e os homens reais do planeta trazem manias, mau humor e como todas as criaturas humanas, estão também em evolução, buscando auto-aperfeiçoamento, cada um no seu nível de compreensão da vida, como também as mulheres.
Queremos alguém perfeito de acordo com nossos anseios, mesmo sem sermos perfeitos. Toda mulher traz um ídolo criado e aperfeiçoado nos sonhos. Quando acontece a aproximação de alguém e o contato inicial é correspondido de forma progressiva e mútua, o “ídolo” imaginado por toda vida ganha um rosto, uma voz e um cheiro. Pronto! O problema está criado e será uma questão de tempo a decepção.
Isso acontece porque a maioria de nossos relacionamentos não são iniciados tendo como base a afinidade e, sim, a atração sexual. O namoro que deveria ser um tempo para conhecimento dos valores pessoais, sonhos, propósitos, ideais, manias, hábitos e preferências, passou a ser um tempo de pré-acasalamento ou, de fato, acasalamento. Abraços, beijos apaixonados são maravilhosos, mas o prazer sensorial não deveria excluir as afinidades de ideais, propósitos de vida e conversas edificantes.
Todo “mel” acaba com o passar do tempo, precisando enfrentar a realidade. E o “mel” do início precisará da amizade, cumplicidade, bem querer, para continuar a relação amistosa. Quando não houve esse aprofundamento, o “MEL” torna-se “FEL” e frases como: "Você não era assim", "você me enganou", "O que aconteceu", acabam virando a rotina de cobranças e desencantos.
Engano? Não. Você não quis ver. Não buscou conhecer quem de fato convivia e partilhava sua intimidade. O prazer não cedeu espaço para o conhecer. E aí? Solidão, decepção, cobranças e desamor.
Todo relacionamento baseado apenas na química e atração física, sem conversas edificantes, sem amizade, baseado apenas na sensualidade, acabam geralmente em lágrimas de decepção, mágoas, aborrecimentos e cobranças.
O Amor neste caso acabou? Não, nunca existiu. Paixão que não evolui para amizade não se torna amor. Amar é desejar o bem incondicionalmente, independente de relacionamento. Só poderemos afirmar que amamos quando o “fel” de cada um não é maior que o bem querer.
Relacionamento sem perdão é relacionamento sem amor. Como não somos perfeitos, em algum momento vamos precisar pedir ou conceder perdão. E o romance? MARAVILHOSO como gesto e demonstração de carinho e apreço, baseado no querer conhecer. ILUSÃO, quando baseado apenas na conquista para deleite dos sentidos, sem preocupação com afinidade. Use os sentidos como fontes de informação e não apenas prazer, e as lágrimas serão mais de felicidade que de lamento ou arrependimento.
POEMINHA DA ILUSÃO
Paixão que não morre é aquela que não conviveu.
Vive para sempre na saudade do que não foi.
O mito torna-se inspiração para a vida.
Se pensar é criar...
Se criar é sentir...
Se sentir é viver...
Então... eu “vivi” sem ter vivido!
Lilia Barros
Palestras motivacionais
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Edição: Ray Áureo e Sandro Abecassis - Produção: Rádio Amazonas FM
Televisão - 30 minutos com Lilia Barros- Amazon Sat /sábados 14h30 – quartas 22h10
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Texto revisado por Cris
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Palestrante Motivacional. Formadora de novos conceitos em ativação pessoal e bioenergia comportamental. Participou de estudos e pesquisas em diversos países, como Inglaterra, Estados Unidos, França e Japão; Introduziu no Brasil, novas técnicas de autotreinamento, baseadas na neurociência. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |