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Ser altamente sensível não é o mesmo que ser hipersensível

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Autor Rosalira dos Santos

Assunto Psicologia
Atualizado em 11/4/2016 4:59:15 PM


Recentemente, li uma entrevista da dra. Elaine Aron na qual ela tentava esclarecer alguns equívocos relacionados ao tema da alta sensibilidade. Isso me fez pensar em um engano bastante comum: a confusão entre alta sensibilidade e hipersensibilidade. A razão está ligada aquilo que o senso comum entende por “sensibilidade”, que equivale à fragilidade. Assim, algumas pessoas tendem a pensar que uma pessoa é "altamente sensível" quando esta se comporta como uma espécie de “flor de estufa”, exigindo tratamento especial o tempo todo.

Esta é uma concepção errônea do que vem a ser a alta sensibilidade, tendo pouco (ou nada) a ver com a sensibilidade de processamento sensorial (SPS) – a realidade científica responsável pela característica. Em condições normais de temperatura e pressão, uma PAS não é uma pessoa frágil que se “desmancha” diante de qualquer problema. E nem é, tampouco, alguém propenso a fazer cenas dramáticas a todo momento.

Aquilo que denominamos "hipersensibilidade" se caracteriza por uma extrema fragilidade e desequilíbrio emocionais. Já a alta sensibilidade é uma predisposição biológica, vinculada ao funcionamento do cérebro e do sistema nervoso central, não tendo uma relação automática com a questão da resistência emocional. Todos nós, sejamos PAS ou não, temos momentos de hipersensibilidade. Mas, a hipersensibilidade emocional crônica, está, de modo geral, ligada às experiências do passado não superadas e à falta de aprendizado sobre a melhor maneira de gerenciar suas emoções. Portanto, apesar do que você possa ter lido em outros lugares, alta sensibilidade e hipersensibilidade não são a mesma coisa e nem andam, necessariamente, juntas.

Um exemplo hipotético pode nos ajudar a compreender melhor essa diferença. Imagine que você está no seu ambiente de trabalho: o hipersensível seria aquele colega que está sempre se queixando e enxergando ofensas (reais ou imaginárias) na maneira como os demais se relacionam com ele. Já o colega altamente sensível seria aquele que procura a qualquer custo evitar conflitos e faz um grande esforço para que o escritório seja um lugar tranquilo.

Para resumir a questão, podemos esquematizar as diferenças entre os dois tipos, lembrando sempre que estamos falando de tendências genéricas e não de pessoas e casos concretos. Dessa maneira podemos dizer que, de modo geral, uma pessoa hipersensível tende a ser:
Insegura (tendo a tendência a enxergar ofensas e agressões pessoais em comentários e atitudes que não necessariamente apresentam esse teor),

  • Propensa a fazer uso de ferramentas negativas, como chantagem emocional ou agressão passiva, como forma de lidar com a própria insegurança.
  • Ofende-se com facilidade e tem uma tendência a reagir de forma exagerada.
  • Apresenta um baixo nível de inteligência emocional para lidar com as outras pessoas e com os desafios do cotidiano.
Já a maioria das pessoas com alta sensibilidade, quando equilibradas, tendem a:

Controlar bem suas emoções.

  • Evitar comportamentos impulsivos (pensar bastante antes de agir);
  • Ter verdadeira aversão a conflitos;
  • Apresentar um desenvolvimento inato da inteligência emocional e um alto nível de empatia.
Tal como ocorre com qualquer outra predisposição, a alta sensibilidade sozinha não determina o comportamento de uma pessoa. É verdade que uma pessoa altamente sensível possui uma emocionalidade intensa e uma grande empatia e isso pode ser uma fonte de sofrimento. Porém, preste atenção à palavra que usei “pode”. Ser uma PAS não condena ninguém à fragilidade emocional. Somos tão capazes de desenvolver autoconfiança e resiliência emocional quanto as demais pessoas. Biologia é algo difícil de mudar (e nem deveríamos fazê-lo), mas habilidades intelectuais e emocionais podem muito bem serem aprendidas.

A hipersensibilidade como um risco

Apesar dessas diferenças, há um ponto que deve ser bem compreendido: a hipersensibilidade representa um risco em potencial para as pessoas altamente sensíveis. Como disse antes, todos nós atravessamos momentos em que nos tornamos hipersensíveis, reagindo de forma extremada a estímulos com os quais normalmente seriamos capazes de conviver. Uma dessas ocasiões é quando estamos vivendo sob forte e prolongado estresse.

Ora, sendo mais predispostas ao estresse, as PAS apresentam também uma vulnerabilidade maior à hipersensibilidade. No momento em que o seu organismo chega ao ponto no qual o estresse supera sua capacidade de regeneração, uma pessoa altamente sensível se transforma numa pessoa hipersensível. Lembre-se: o estresse é o inimigo número um de uma PAS. Sob condições de estresse intenso e prolongado, as características associadas ao traço, que são perfeitamente controláveis quando estamos equilibrados, podem se tornar incontroláveis transformando-se num verdadeiro tormento.

O estresse nos torna extrassensíveis. Nossos sentidos enlouquecem e os cheiros, o barulho, a desordem e outros fatores ambientais nos incomodam ao extremo; nos tornamos impacientes e excessivamente emocionais: nos sentimos atacados por qualquer motivo e levamos tudo a ferro e fogo. Por fim, nos tornamos emburrados e choramos ou reclamamos o tempo todo (ou nos fechamos em longos silêncios, que nada mais são do que uma forma de agressão passiva). Portanto, controlar o nível de estímulo, respeitar os nossos limites e evitar o estresse por saturação são atitudes que podem livrar-nos (e às pessoas com quem convivemos) de muitos aborrecimentos.

Aprender a lidar com o excesso de estímulos para prevenir a hipersensibilidade

Nunca é demais repetir: as PAS têm um sistema nervoso altamente reativo, que torna mais difícil filtrar estímulos e mais fácil ficar sobrecarregado pelo meio ambiente. Isto significa que uma pessoa altamente sensível capta um maior número de estímulos e o faz de uma maneira mais profunda. Esta é em si mesma, uma característica neutra. Experimentar as coisas mais intensamente pode ser uma coisa maravilhosa, mas pode também ser bastante desgastante. Quando não estamos atentos a nossa capacidade de tolerar estímulos, nos tornamos presas da sobressaturação que abre a porta para o estresse crônico.

Reconheço que lidar com isto não é uma tarefa fácil. Nosso mundo está cada vez mais acelerado, mais cheio de multidões, de ruídos mais altos e de prazos mais curtos. Mesmo a pressão para estar constantemente conectado com a mídia social, e-mail e mensagens de texto, pode ser muito dura para alguém que necessita de uma rotina mais pacífica e tranquila. Mas, temos que viver no mundo e não devemos usar a nossa sensibilidade como uma desculpa para escondermos a nós mesmos e aos nossos talentos. Neste caminho um aviso importante: quanto mais evitamos os estímulos, mais perturbadores eles tendem a se tornar. Como diz a dra. Aron, a possibilidade de desgaste sempre estará presente em alguma medida, pois nossa sensibilidade estará sempre conosco. Desenvolver uma nova maneira de conviver com eventos estressantes, preservando e respeitando a própria sensibilidade, é parte integrante da nossa responsabilidade para conosco.

As estratégias para isso podem e devem variar. Afinal, cada um de nós é único e cada situação da vida também. Neste momento, por conta do trabalho de coaching e deste blog, estou tendo que lidar com pressões e uma carga de estímulos bem maior do que aquela à qual estava acostumada. E estou atenta a isso. O importante é realmente estar atento aos próprios limites e tratar-se com carinho. Espero que este artigo tenha lhe inspirado a cuidar melhor de si e da sua sensibilidade. Se precisar de mais algumas ideias para comecar a criar as suas estragégias para lidar com a alta sensibilidade no seu cotidiano, baixe gratuitamente o meu e-book “Dez Estratégias para Conviver com a Alta Sensibilidade”. Caso tenha interesse no PAS, o meu programa de coaching para pessoas altamente sensíveis, clique aqui para receber mais informações.

Lhe desejo um feliz reconhecimento de sua sensibilidade e boas práticas de autocuidado.

Muita paz!
Rosalira




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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rosalira dos Santos   
Life Coach, especializada em Pessoas Altamente Sensíveis (PAS). Criadora do "Programa Ame sua Sensibilidade". Apaixonada por mitologia, religiões antigas, gatos, florais e fotografia. Mas, acima de tudo uma PAS, como você. Para saber mais sobre a alta sensibilidade, visite meu site: www.amesuasensibilidade.com.br
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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