SERÁ QUE LAMENTAMOS DEMAIS?
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Autor Silvana Lance Anaya
Assunto PsicologiaAtualizado em 10/11/2009 18:09:01
É natural e demasiadamente humano que todos nós nos lamentemos por uma coisa ou outra, mas existem pessoas que estão sempre se lamentando de quase tudo e se portando feito miseráveis por dimensionarem uma situação infeliz ou por não enxergarem as coisas boas que lhes acontecem. Desanimadas, agonizam pelo que não conseguem obter e quando obtém parece nunca ser suficiente para que se sintam melhor ou então existe sempre a comparação com algo fora do alcance. Sofrem por acreditar que tudo pra elas é sempre mais difícil e que estão fadadas a serem portadoras de infortúnios. Algumas destas ao perguntar sobre o outro nem mesmo prestam atenção e atropelam o diálogo queixando-se ou relatando suas histórias sempre mais fustigantes, nos dando até mesmo a impressão de que sentem prazer em explana-las!
Por despertarem compaixão, sempre encontram pessoas dispostas a ouvi-las e ajuda-las a sair de tal situação, o que não é tarefa fácil já que muitas apresentam uma certa resistência pela atenção que obtém, por serem muito pessimistas ou por se sentirem perdidas quando nada tem pra lastimar! Assim, por constatarem que estas nada fazem para mudar, muitos se afastam por se cansarem das mesmas histórias ou até mesmo para se preservarem da negatividade.
Se desconfiarmos que as pessoas estão nos evitando, é bom observarmos o conteúdo de nossas conversas e, na falta de percepção adequada, vale perguntar a alguém em quem confiamos o que pensa de nós e de nossa fala, pois muitas vezes olhamos o outro através de uma lente de aumento e sarcasticamente apontamos defeitos, mas não nos enxergamos o suficiente a ponto de perceber nossos excessos e fraquezas!
Nossa fala é um transbordamento do que vai dentro de nós e às vezes nem nos damos conta de que estamos revivendo no presente situações passadas com discursos que se reduziram a reprodução de murmúrios, deixando evidente a não superação de acontecimentos.
Todos nós passamos por maus momentos na vida e temos a necessidade de reclamar e lamentar demonstrando nossa indignação ou tristeza, isto nos esvazia e nos ajuda a superar. Esporadicamente nos queixamos porque estamos cansados, por puro mau humor ou em virtude de uma situação e outra, mas muitas vezes criamos a injusta mania de lamentar também por coisas ínfimas, assim, nos queixamos pelo que temos ou não temos, pelo que fazemos ou deixamos de fazer, nos culpamos por isto e aquilo e aos outros também, e se não prestarmos atenção lá estaremos nós também nos portando como seres lastimosos e inconvenientes, deixando até mesmo de agir como se só reclamar já bastasse!
Um comportamento cheio de queixas e lamúrias pode ser resultado da baixa auto estima, auto sabotagem, perfeccionismo, traço da personalidade de pessoas com pouca flexibilidade ou daquelas que inconformadas reclamam na tentativa de mudar uma situação. Pode também ser conseqüência da distimia, um distúrbio caracterizado como uma depressão leve e prolongada, com sentimentos de falta de esperança e padecimento, o que merece uma investigação e tratamento apropriado.
O importante é como isto está se refletindo ao redor e em nós mesmos, e se estiver trazendo perdas, desequilíbrio ou sofrimento psicológico, cabe pensar sobre a possibilidade de auxilio profissional para que o bem estar seja restabelecido.
Temos que nos esforçar em manter o controle de nossas emoções e isto, também em consideração as pessoas que estão ligadas a nós, seja por laços familiares, amizade ou relação profissional. A responsabilidade é maior quando somos modelo de comportamento para alguém, pois não podemos passar como absolutamente normal uma fala repleta de lamentações!
Às vezes o silêncio e o recolhimento se faz necessário para que possamos refletir, e se aprendermos a ouvir mais do que falar sem pensar, estaremos abrindo espaço para o diálogo, evitando muitas situações de conflito e preservando relações.
Explanar situações lamentáveis pode até servir como um bom exemplo de superação, mas em momentos oportunos, é preciso bom senso, pois não podemos fazer disso um hábito e sairmos por aí nos lamentando repetidamente aos ouvidos alheios!
Somos donos de nossas atitudes, sensações e sentimentos, portanto podemos realizar uma metamorfose em nós, prestando sempre atenção ao que estamos cultivando na mente pois muitos de nossos pensamentos se transformam em palavras que se transformam em ação!
São acontecimentos realmente lamentáveis que nos mostram que reclamamos por pouco e que arrastamos mágoas que poderiam facilmente ser superadas, portanto temos que resgatar o ânimo e procurar soluções ao invés de permanecermos no ciclo de queixas e auto compaixão.
Se reduzirmos nossas vidas a um eco de lamentos reagindo dramaticamente diante de qualquer acontecimento, estaremos dando poder para que qualquer coisa um pouquinho maior nos derrube, abrindo espaço até para doenças.
Precisamos ajustar a visão para que esta não fique focada nas coisas negativas e diminuir o afeto das imagens que nos machucam na lembrança, pois fazem parte do passado e não podem conter o mesmo peso no presente!
Deus não nos fez para sermos criaturas resignadas que se lamentam subjugadas diante de circunstâncias desfavoráveis, mas sim como aprendizes aptos a reagir acionando nossa força e habilidades para nos reerguermos ainda mais fortes e amadurecidos!
Todos nós temos a possibilidade de realizar não importa o que seja ou a relevância e o mundo ao nosso redor contém oportunidades mil, mas nem vamos notar se ficarmos ocupados demais nos lastimando, portanto, podemos começar agora mesmo agradecendo pelo que somos, por tudo o que temos e acreditar na vida, conscientes do fato de que somos seres dotados de escolhas e responsáveis por elas.
Certamente passaremos por momentos estranhos na vida, e em dias de lamentos estaremos como num dia sem sol, sem cor e sem som, mas temos que sempre encontrar um impulso para dias melhores. Não vamos ficar lamentando a sensação de falta que parece sempre existir em nós, e sim pensar que esta é que nos impulsiona a sempre estarmos buscando alguma coisa para assim mantermos girando a engrenagem desta incrível e intransferível missão que se chama vida!
"Sofremos demasiado pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos" (W. Shakespeare)
"Lamentar aquilo que não temos é desperdiçar aquilo que já possuímos" (prov. Chinês)
Silvana Lance Anaya
Psicanalista
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Silvana Lance é Psicanalista e Psicoterapeuta Especialista em Psicodrama Clínico - Pós-Graduada em Teoria Psicanalítica, membro fundadora da SODHEP - Soc. Desenv. Humano e Estudos Psicanalíticos - / Jornalista Mtb 75200/SP atendimento: consultório particular/SBCampo www.clinicapsicabc.com.br - facebook.com/clinicapsicabc E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |