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Será que tenho uma amiga mal-amada?

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Autor Valter Barros Moura

Assunto Psicologia
Atualizado em 1/23/2013 3:19:58 AM


As jornalistas Pollyanna Mattos e Barbara Ataíde, da Lilian Comunica, junto à Editora Saberes, me fizeram o convite para ser o porta voz no Brasil do livro Mulheres malqueridas: a reconstrução de uma identidade perdida, da colega psicanalista Mariela Michelena. Ao receber o copião, a cada página e capítulos lidos, reconheci diversos casos clínicos os quais analisei e tratei anos atrás. Isso me fez aceitar de pronto a missão, pois o livro é indispensável a todos os leitores (mulheres e homens) interessados nos diversos aspectos e nuanças que permeiam as relações afetivas e seus conflitos. Sempre que posso,  costumo dizer aos meus pacientes: - "relacionar-se é uma arte e requer mais que sorte: exige o equilíbrio entre os envolvidos que, minimamente, necessitam ter um ponto em comum: a autoestima".

Mulheres mal amadas repetem modelos infantis, se apresentam como Cinderelas à espera de príncipes que acabam se transformando em sapos,
caso essas "princesas" não percebam a tempo que os sapatos ofertados por eles não lhes calçam bem. Ao insistirem nessas relações, como no conto de fada original, provavelmente terão que "amputar partes de seus calcanhares ou dedos" para conseguirem manter o idílio por seus parceiros. Essa "amputação" nada mais é que o abandono da identidade e dos desejos dessas mulheres, que se adequam aos caprichos e neuroses de seus companheiros. Quem são essas mulheres? Dinâmicas, inteligentes e independentes economicamente, valentes ante desafios e quaisquer dificuldades da vida, porém submetem-se aos desejos de seus parceiros, tornam-se atemorizadas, reagindo alternadamente com complacência e agressividade, não reconhecendo-se pela falta coragem em tomar uma atitude e por fim a um ciclo de sofrimento e desamor.

Onde elas estão? Por aí, no mundo das artes, da política, das instituições corporativas, financeiras, acadêmicas ou dentro de suas casas mesmo, insistindo em relações impossíveis, doentias e sem perspectivas. Atormentadas por parceiros que as amam mal, mantém-se fiéis anos a fio a homens inseguros, fugidios, filhinhos da mamãe, controladores ou clandestinos. Transformam-se em adolescentes e basta que ele diga: - amo você, e tudo mais se apaga. Esse amor romântico como o conhecemos hoje é novo. Séculos atrás, homens e mulheres se uniam para ampliar o patrimônio, gerar uma prole e sobreviver. A questão se "ele ou ela me ama" não era primordial. Hoje, após tantas mudanças sociais, o sofrer por amor se sobressai às outras áreas da vida.  

Embora as mulheres tenham avançado no seu papel social, conquistado espaço, independência econômica e física, no que se refere aos afetos, continuam as mesmas do século 18. De um lado, anseiam por compromisso, às vezes ao preço de sua saúde mental e emocional e às custas da sua identidade. Do outro, encontram homens fragilizados e assustados ante dessas mudanças, perdidos ante seus papéis de amantes, provedores ou heróis. Afinal, o que as mulheres querem? Freud perseguiu essa resposta sem sucesso. E me perdoem as feministas de plantão, atreverei-me a respondê-la: - elas querem ser amadas por um homem-pai-herói. Só isso???!!! O homem representa o amante; o pai simboliza o provedor e o protetor e, o herói, o salvador. No fundo (ou no inconsciente), por mais avançadas e moderninhas que sejam, o importante para toda mulher é ser cuidada e protegida por um homem que seja capaz de comprometer-se com ela nestes três papéis. Quando e se as mulheres (e homens também) se conscientizarem de que isso é um ideal inatingível, provavelmente deixarão de buscar "parceiros problema" que não são capazes nem de uma coisa tampouco de outra.

Alguns homens podem se perguntar: - Como saber se amo mal minha mulher? Ora, se ela abre mão de si mesma, o mima demais e cede tanto em seu favor, você não terá a mínima ideia de saber se a está amando mal ou maltratando-a. É papel dessa mulher dizer-lhe: "chega, não é assim e não quero mais isso ou aquilo". Ambos terão de abandonar o ideal do amor romântico, perfeito, do tipo conto de fada e "viveram felizes para sempre". Se conseguirem, haverá menos sofrimento e idealizações. É bom que se diga que a obra Mulheres malqueridas é um alerta. Não é um livro de conselhos ou autoajuda, porque cada indivíduo, seja homem ou mulher faz, age e dá o seu melhor em cada momento específico de sua vida. Entender-se é uma coisa que acontece de dentro para fora, não de fora para dentro e cada mulher só vai deixar um homem que a maltrata quando recuperar sua autoestima. Esse "poder fazer" depende do estado de alma e do limite de cada uma. No geral, classifiquei cinco tipos de mulheres mal-amadas. Vamos a eles:

O primeiro é a "submissa", cujo chavão "ruim com ele, pior sem ele" é o mote. Presa à uma relação sem projetos e futuro, não compartilha sonhos,   pratica o amor de mãe tratando o parceiro como um bebê e suporta picuinhas com altivez maternal. Ao mínimo sorriso, ela dá os conflitos por encerrado, enchendo o parceiro de beijos e perdões. O segundo tipo é o "porta de delegacia", aquela mulher que se abandona, se dilui no parceiro e perde os limites da própria individualidade e autoestima. No relacionamento, suporta indiferenças, agressões veladas ou explícitas onde  a relação se torna um liga-desliga, num termina e reata várias vezes, iludindo-se de que o último B.O. será, desta vez, o definitivo.

Já o terceiro tipo é o da "Cinderela", uma mulher infantilizada e dissimulada ao lado do parceiro. Ela perde sua identidade e autonomia, não mostra nem expõe quem verdadeiramente é, suportando sucessivos caprichos e desaforos. Com isso supre sua dose diária de maus-tratos. O quarto é a "masoquista de plantão", aquela mulher que justifica as falhas do parceiro e sofre por isso. Embora saiba que ele veio de uma família disfuncional; que o trabalho dele é estressante ou quaisquer outros motivos ela aceita grosserias, indelicadezas e outros descalabros. Afinal, ela o ama e ele precisa saber disso a qualquer custo afetivo. Amar, para ela, é o mais importante e isso tem a ver com o seu próprio instinto materno.

Finalmente o quinto tipo, a "Joana Darc". Ela não aprende com os próprios erros, ao contrário, os comete duas, três, várias vezes porque inteligência emocional para ela serve para quê? Insiste num relacionamento que não lhe traz satisfação (exceto na cama). Mas ela se sente uma heroína, não analisa a situação e sempre irá procurar um homem problema, porque tem a ilusão de que seu amor poderá salvá-lo. Se você pensou em uma amiga que se enquadra em pelo menos dois destes cinco tipos, lamento. Ela é uma forte candidata a tornar-se uma mulher mal-amada. Se quiser ajudá-la, o livro Mulheres mal-queridas" é uma boa sugestão para que ela não caia mais nessas situações ou peça para ela buscar ajuda profissional.
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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Valter Barros Moura   
Psicanalista clínico, Master-Practitioner em Neurolingüística, Mestre em Administração Estratégica e Comportamento do Consumidor. Jornalista e professor de pós e graduação nas áreas de Psicologia, Comunicação Social, Direito e Administração. Atua como coach em empresas privadas e públicas, ministrando treinamentos, palestras em gestão de pessoas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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