Tagarelice mental!
Atualizado dia 20/11/2016 08:53:05 em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Pois é, pessoa que fala demais e sem discrição. Ser discreto é também ter capacidade de discernimento, ter prudência.
A tagarelice mental tornou-se uma prática que se dissemina a cada dia. Significa a pessoa que não consegue “sossegar” seus pensamentos. Sua mente está em constante produção de pensamentos que, por surgirem em forma de avalanche, ocorrem sem critério, sem embasamento a não ser ideias soltas que alimentam novas ideias e assim sucessivamente.
Ao pseudo-término do raciocínio ela está com um “castelo de cartas” montado, acredita ter desvendado o mistério da situação aparentemente pensada, porém, que se desfaz aos primeiros questionamentos, deixando-a revoltada e sentindo-se incompreendida, pois ela de fato criou um acreditar no que usou tanto tempo de “reflexão”.
Quer ver: Quantas vezes já disse para alguém ou já escutou o “por favor, pare para pensar!”? Quem isso disse está fazendo um chamamento à realidade, ou seja, tentando trazer a outra pessoa aos fatos.
Medos, ansiedades, ideias persecutórias são algumas das razões que alimentam a aceleração mental, dificultando a verdadeira condição de raciocínio com bases mais consistentes. A dificuldade de olhar e aceitar as ocorrências da própria vida faz então com que, através da tagarelice mental a pessoa crie um “mundo paralelo”, onde passa a viver e a conviver com seus então monstros internos.
A pessoa tagarela mental muitas vezes manifesta opiniões levianas e até ofensivas em relação a outras pessoas ou situações, gerando muita confusão e alimentando conflitos onde não precisariam existir. Costuma dizer “Comigo não, eu vejo longe”, como se já soubessem tudo que irá acontecer, antes mesmo de ter sido sinalizado qualquer indício dos fatos.
Vive em constante ansiedade e agitação interna e externa, ou seja, em suas atitudes também. A insegurança pessoal, embora não admitida por ela, é sua companheira inseparável, pois tem o saber inconsciente de sua fragilidade de conclusões. Debate bravamente por “suas ideias”, porém já se tem derrotada antes mesmo de começar. Muitas já dizem de antemão “eu sei que não vai adiantar nada!”.
A tagarelice mental mantém as pessoas na superfície das situações, impedindo-as de um aprofundamento maior sobre o assunto, e com isso um ganho de consistência e verdadeiro conhecimento sobre o que se está tratando, e isso já há bom tempo atingiu nossas escolas. As escolas não estão mais ensinando nossas crianças a pensar. Não são todas, mas uma grande maioria. Esse é um mal que aflige não só as escolas, o que localiza o problema na formação (ou atuação) dos professores, mas em todos os seguimentos, todas as profissões. Cada vez mais o mercado está recebendo recém-formados completamente inaptos para o exercício de suas formações.
Às vezes me permito ler alguns comentários feitos sobre reportagens postadas e logo paro, pois a leviandade, o desconhecimento do que estão falando, principalmente os erros nas formulações das frases escritas são assustadores.
Excelente funcionário operacional foi passado a coordenador de seu setor, ficando mais com atividades de gestão da equipe do que de operação das máquinas, em menos de três meses foi demitido, pois não aceitou voltar para a operação. Motivo: Sabia interpretar e executar um projeto como poucos, o que o levou a promoção, mas descobriu-se que sua forma de pensar sobre as pessoas era injusta e preconceituosa. Interpretava tudo a seu modo, sem nenhum vínculo com a realidade, o que o levou à demissão.
Nas famílias, muitas pessoas se sentem desconsideradas pelos seus, sem perceberem que o falar demais e sem fundamentos é que as tornam desacreditadas. Uma de suas maiores dificuldades? Escutar o próximo!
Texto revisado
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