Terminar e recomeçar
Atualizado dia 14/04/2014 12:26:44 em Psicologiapor Andrea Pavlo
Estou numa época assim, de finalizações e recomeços. Não dá mesmo pra recomeçar coisas se não terminamos as antigas. É como um ciclo que não se recicla, fica girando em torno do próprio rabo como um cachorro maluco. Depois de algumas noites de insônia, conversando com os fantasmas do meu quarto, eu descobri: preciso fechar alguns ciclos.
E quando eu digo fechar, estou falando de fechar dentro de você. A coisa pode até ainda estar lá, mas aqui dentro não existe mais. Acontece demais com relacionamentos amorosos. A coisa termina. Tudo certo. Mas não termina lá dentro. E nem é porque ainda existe algum sentimento, às vezes não tem mais nada. Mas alguma sensação com relação aquilo ainda permanece. Pode ser uma sensação de fracasso, de perda e até de achar que não se pode amar de novo porque é muito perigoso, melhor não arriscar e ficar se enganando com o passado. E isso aí leva a gente a ficar parada, sem saber pra onde ir.
No trabalho, acontece também. Aquele emprego é seguro, estável, então por que mudar? Não me faz feliz, mas paga as contas me deixa aliviado, então eu continuo. E muitas vezes nos vemos na nossa zona de conforto, instalados. O ditado “o bom é inimigo do ótimo” se encaixa perfeitamente. Ficamos parados. Não terminamos o antigo e não conseguimos começar o novo.
Tudo é uma questão de desapegar. Temos essa coisa cultural de nos apegarmos às coisas, às pessoas como se fossem propriedades nossas. Temos medo, muito medo de não ter de novo, de não ser bom, de não conseguir pagar as contas e de não dar certo.
“Mas e se eu largar disso (relacionamento, trabalho e até um vestido) e não der certo em outro lugar/ com outra pessoa/ se eu não achar outro vestido que eu ame tanto?”. Dá um desespero pensar na sua mãe dizendo “Eu te disse que você era louca de largar aquele emprego, não disse?”. Orgulho. Ficamos presos no orgulho, em não poder fazer mudanças que não deem certo pelo que os outros vão falar. Isso é péssimo.
É preciso fechar os ciclos. Sentar com você e perguntar lá dentro “O que eu ainda não consegui largar de vez?”. Se você perguntar, a sua sombra vai lhe responder. Uma voz lá dentro vai lhe dizer o que você precisa deixar para lá, deixar passar. Não é esquecer. Tudo o que passamos faz parte da nossa história, mas precisa ser fechado. Então, o que eu fiz foi isso. Perguntei a mim mesma o que eu precisava fechar. As respostas vieram todas, e eu fui trabalhando aquilo dentro de mim para que tudo ficasse lá, no passado.
E me deu um alívio. Eu consegui ganhar uma motivação nova para as coisas. Acordei segunda-feira cheia de gás, cheia de novas ideias sabendo que tudo o que está no passado está enterrado. Não existem mais fantasmas no meu quarto para me deixar insone. As coisas estão caminhando para a frente novamente.
Texto revisado
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Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |