TRAIÇÃO
Atualizado dia 25/03/2010 01:06:47 em Psicologiapor Maria Luiza Silveira Teles
Durante anos você teve o coração sempre aberto para esta pessoa; teve saudades com a distância; viveu tristezas e alegrias juntos; caminhou com ela por todos os caminhos. Muitas vezes foi prevenido contra este amigo, mas seu coração, tão pleno de amor, sempre teve uma palavra para defender o ser querido.
Os anos se passam e um belo dia você é apunhalado por aquele que sempre esteve em seu pensamento como sendo um verdadeiro irmão. E, agora? O coração sangra, a mente fica confusa, o sono não vem... Como é possível? Você sempre se entregou sem reservas... Quis contar-lhe todas as vitórias e derrotas!
Entretanto, havia sinais que você não queria ver. Ela nunca punha os olhos em seus olhos e sempre que você lhe contava sobre sonhos a serem realizados, fatalmente estes não aconteciam. O fato se repetia, mas sua alma, que só abrigava ternura, não conseguia acreditar. Era por demais terrível!
A Bíblia, não me lembro em qual livro, nos aconselha a sermos mansos como cordeiros, mas ter a prudência da serpente. Você ignorou completamente a segunda parte... Agora, procura recolher os cacos de si mesmo e aprender a viver sem aquela pessoa. É necessário expulsá-la definitivamente, pois quem trai uma vez haverá de trair outras.
Brutus continua vivo e sempre com o punhal na mão. Pessoas, entretanto, que acreditam na bondade do ser humano, na sua capacidade de crescer espiritualmente, costumam ser surpreendidas por atos como estes.
O Mestre e Meigo Jesus também foi traído e por discípulos que amava. É traído todos os dias por milhares de criaturas que vivem por caminhos tortos. Que, ao invés de cultivarem o Amor, a ternura, o perdão, o acolhimento, preferem alijar de suas vidas estes sentimentos e conviver com o veneno da mágoa, do ressentimento, da inveja. Esta é uma carga pesada e o indivíduo que é movido por estes sentimentos toma ele próprio a cicuta que o levará à morte espiritual.
É preciso que estejamos sempre atentos! Devemos amar, mas evitar a convivência com pessoas que não têm sintonia conosco. Porque, primeiro devemos amar a nós próprios: esta é a lei Divina. Além disso, devemos prestar atenção aos sinais e aos avisos de nosso Anjo da Guarda. Ele sempre segreda em nossos ouvidos quando o perigo se aproxima.
Não negue o seu perdão, a sua complacência, as suas orações por esta criatura, mas fuja dela. Ela nada tem a acrescentar-lhe! Amizades verdadeiras são laços eternos que suavizam a existência; são elos que desconhecem espaço e tempo. Ah, os amigos! Como são importantes em nossas vidas! Entretanto, é preciso separar o joio do trigo. Costumo dizer que a amizade é um sentimento muito mais forte e duradouro do que a paixão que arrebata um casal. Esta é como um fogo que se consome. Se o companheiro ou companheira não for, antes de tudo, um amigo verdadeiro, o laço sempre está fadado ao rompimento.
Digo, porém, como o admirável Chico Xavier: prefiro ser ofendida a ofender; prefiro ser o sacrificado do que aquele que sacrifica. Antes ser o torturado que o torturador. A vida terrena é muito breve. Uma chispa apenas na Eternidade. Não vale a pena sofrer por quem nunca mereceu o nosso amor. É nosso dever sermos felizes e plenos. Para isto Deus nos criou. Portanto, é melhor esquecer aquele que, de fato, nunca foi seu amigo.
Uma coisa é certa: a caminhada será muito mais suave sem esta criatura em sua vida. E a dela será pesada porque um dia tomará consciência da verdade e carregará o terrível peso da culpa pela injustiça cometida.
Maria Luiza Silveira Teles
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Fui professora de Inglês e, depois, professora universitária de Psicologia e Sociologia. Tenho 29 obras publicadas pelas editoras Vozes, Brasiliense e Parêntese. Hoje, trabalho como professora-visitante por todo o Brasil, sou consultora pedagógica e editorial e faça Reiki nas pessoas necessitadas que me chamam. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |