Vida de mulher - Vamos fazer um filme?
Atualizado dia 9/27/2006 10:47:59 AM em Psicologiapor Andrea Pavlo
Renato Russo
É, enfim. Acabei de voltar de um dia inteiro de vadiagem com as amigas mais queridas do planeta. Tratei de um assunto de trabalho cedo e depois foi a um almoço japonês, Fenac, café... até um DVD de uns homenzinhos azuis eu assisti por lá. Muito bom. É inevitável que me sinta um pouco culpada por simplesmente não ter feito nada hoje. Mas a vida é assim mesmo.
Viver é fogo? Acho que sim. Se ficamos sem fazer nada, nos sentimos culpadas. Se fazemos um monte de coisas ficamos cansadas, estressadas. Se não conseguimos resolver um problema somos irresponsáveis. Se conseguimos, somos eficientes (e isso lá é elogio?). O emprego não é dos sonhos. Não estamos ganhando rios de dinheiro, apesar de entrar algum de vez em quando. Nossos amores podem ser complicados. Nosso coração dói na maior parte do tempo, e pensar em algumas coisas da nossa vida (como o fato dele ainda não ter ligado) pode ser desesperador.
Mas continuamos. Acordamos de manhã, colocamos salto, maquiagem. Compramos um sapato novo, lemos revistas de moda para não ficarmos por fora do mundo maluco onde nos enfiamos. Continuamos acreditando na vida, nos homens, na felicidade e que, um dia, tudo vai estar tão certo que vamos nos esquecer de todos os percalços. E, pois é... esse dia não vai chegar.
O dinheiro vai continuar curto ou pelo menos precisando ser ganho dia a dia. Eles vão continuar com o péssimo hábito de não ligarem ou inventarem histórias sobre o porquê de não terem ligado. Nossos pés vão continuar doendo com os sapatos novos. Nossos amigos vão continuar se casando ou se mudando para longe. Pessoas vão continuar morrendo no mundo, nosso cabelo vai sujar e estragar a escova e, sim, vamos envelhecer vendo tudo isso acontecer.
Então, porquê a culpa de passar uma tarde com as amigas? Por que o desespero dos não-telefonemas? Por que a falta nos faz tanta falta? A resposta é que a vida é fogo. Ela é assim. E o que tem que mudar é o nosso jeito de ver as coisas, e não as coisas em si. Elas são o que elas são e ponto final. Mas podemos ficar menos desesperadas com a espera do tal telefonema tomando um banho de banheira (ou de chuveiro mesmo, se não der). Podemos sempre ler um bom livro. Podemos deixar de ter ilusões de que as coisas vão mudar assim, do dia para a noite e simplesmente aproveitar o que aparecer. Aproveitar as amigas que ainda estão por aqui. Os telefonemas que ainda são dados. O dinheiro que existe sim. As possibilidades que a vida nos traz... porque ela traz, sempre traz. E não precisamos nos desesperar por isso. Assim como as coisas ruins continuarão acontecendo, as coisas boas também vão, e não se iluda que isso não vá acontecer...
Então, não é a vida que é fogo. É a gente, a nossa cabeça, que é fogo.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 130
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |