Ano novo: morrer para renascer!
Atualizado dia 23/12/2014 12:02:16 em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
A cada final de ano, mais pessoas sentem a passagem de uma realidade vivenciada para uma situação ainda irreal, não vivenciada, mas repleta de expectativas e esperanças chamada Ano Novo. Outras, envolvidas pelo seu emocional, deixam-se contagiar por energias geradoras de crises depressivas ou existenciais. É a síndrome de passagem que desperta e intensifica sentimentos não resovidos que permanecem no íntimo de cada um.
Simbolicamente, a passagem de um ano velho para um novo ano, representa a morte e, ao mesmo tempo, renascimento, já que existe a necessidade de nos desprendermos daquilo que na nossa imaginação ficou para trás. Nesta transição, ganha terreno fértil a ilusão de estar e pertencer ao novo.
Neste período um tanto turbulento para o emocional, ganha força a característica agregadora do ser humano, onde a afetividade torna-se uma ferramenta essencial no jogo psíquico de aceitação ou rejeição que envolvem os historicos individuais e familiares. No entanto, é nesta época do ano que sentimentos à flor da pele, muitas vezes, não encontram guarida no coração do outrem, fazendo com que "fantasmas interiores" acionem crises de fundo emocional.
Na verdade, em muitos casos, tentamos a reaproximação ou fazemos força para agregar através do perdão e da reconciliação. Porém, nem sempre conseguimos porque alguns traumas psíquicos, com o passar do tempo, tornam-se refratários a gestos ou atitudes altruístas.
Inegavelmente, a mensagem de Natal e Ano Novo mexe com os sentimentos das pessoas porque resgata ou tenta resgatar o que existe de humano em nós, como sentimentos de solidariedade e de fraternidade pouco presentes nas sociedades contemporâneas.
Síndrome de passagem para uns, mas não para outros, é época de aliviar ou intensificar as dores da alma. Época de "lamber" as feridas psíquicas ou providenciar a cura, ao perceber-se um indivíduo mais leve e cada vez menos atrelado ao "peso" do passado.
No cenário existencial, a cada final de ano, somos como crianças medrosas, inseguras com a possibilidade da mudança. Ou, paradoxalmente, excitadas e cheias de expectativas com a novidade que se aproxima.
A nossa visão de vida nos faz vibrar ou temer aquilo que desconhecemos, pois o novo representa mudança, transformação, enfrentamento e desafio. Inconscientemente este rito de passagem -como a morte- invoca temores mas suscita esperanças -como o renascimento da alma- de uma vida melhor.
Neste sentido, a trajetória humana tem mostrado a sua inexorabilidade, ou seja, ser impossível parar a máquina do tempo e voltarmos atrás, pois vivemos do novo, embora o velho insista em acompanhar-nos nos muitos capítulos de nossa história.
Portanto, o Ano Novo tem um significado que passa pelo desconhecido de nós mesmos, mas que tenta firmar-se como esperança de vir a ser um conhecimento profundo que renova-se ano após ano.
Neste contexto planetário de seres interdependentes, inteligentes e vocacionados para o crescimento, sempre restam esperanças de que os sentimentos de solidariedade e fraternidade sejam uma conquista da humanidade focada na paz e no ideal de bem comum.
Enquanto esta realidade não chega, continuamos alimentando a esperança que se renova a cada final de ano, pois viver exige coragem para enfrentar adversidades, mudar realidades sociais e alterar padrões comportamentais nocivos ao bem-estar pessoal, que exige paciência e lucidez para focarmos o que for considerado prioridade em nossas vidas.
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |