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O peso da bagagem - Caso Clínico

Atualizado dia 17/08/2008 21:12:58 em Vidas Passadas
por Cleide Neuza Fernandes Maia


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Regiane, trinta e cinco anos, estatura média, corpo bem feito, pele clara, olhos esverdeados e cabelos nos ombros em tom de mel. Enfermeira e dedicada professora numa escola de enfermagem. Casou-se aos vinte e sete anos, permaneceu casada durante cinco anos e há três está divorciada.

Esta mulher veio de uma família bem estruturada e abastada, financeiramente falando; teve uma boa educação, porém, com padrões morais muito rígidos. Teve uma vida aparentemente tranqüila, mas alguns indícios mostravam que havia algo diferente: um, foram os sonhos repetitivos, desde bem jovem, nos quais alguém a perseguia para matá-la; outro é que, ainda solteira e sem vida sexual ativa, temia as relações íntimas quando se casasse e esse temor causava-lhe a sensação de falta de ar.

Regiane casou-se, mas seu casamento durou pouco, se comparado às suas expectativas e ao histórico familiar. Sua união foi interrompida por vários fatores, sendo que os mais relevantes estavam relacionados às atitudes sexuais do casal. Ela, durante as relações sexuais com o marido, sentia dores, o que causava grande desconforto e repúdio ao ato. Mas, até então, achava que aquilo era devido à criação. Ele, por outro lado, indisciplinado, além de nada fazer para que esses momentos se tornassem mais agradáveis, passou a ter envolvimentos extraconjugais.

Vivendo assim e sabedora das aventuras do marido, foi adoecendo: a falta de ar se acentuou e foram acrescidos outros sintomas, caracterizando um quadro de angústia. Depois, vieram a depressão e outras mazelas. Dois anos se passaram. Regiane, aos vinte e nove anos, faz alguns exames e teve detectada menopausa, o que a tornou incapacitada para ter filhos. Durante o tratamento fizemos várias sessões de regressão.

Numa delas, por volta do ano de 1700, ela se vê como uma moça de aproximadamente vinte anos, bonita à beira de uma cachoeira; pressente o perigo e pensa em retornar. De repente aparece na sua frente um homem forte, moreno e com olhar amedrontador. Ela sente medo e vontade de fugir. Corre mato adentro em direção à sua casa e ele atrás, perseguindo-a até alcançá-la e cometer uma seqüência de atos violentos que deixaram marcas durante séculos. Ele a domina fisicamente, a sufoca e a estupra. Nessa luta ela desfalece e morre.

Regiane reconhece aquele homem como o ex-marido de agora. Percebe que ele ainda traz consigo resquícios do passado: indisciplina na utilização de sua energia sexual. Ela libera a emoção retida daquele momento e compreende, perdoa e recomeça sua vida.

Mais tarde Regiane conhece uma outra pessoa, com a qual passa a se relacionar e percebe que o medo e o vaginismo - aquelas dores durante as relações sexuais – desapareceram, tornando sua vida bem mais feliz.

Muitas vezes, nos apegamos a coisas, como antigas lembranças, normas incoerentes, padrões ultrapassados, o que faz pesar na bagagem que carregamos e que são inúteis, senão prejudiciais. Livrar-se delas é sabedoria.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Cleide Neuza Fernandes Maia   
Psicóloga, atua numa aboradagem psicanalítica e utiliza técnicas de hipnose e regressão.
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