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O poder oculto nas relações afetivas

Atualizado dia 08/10/2012 15:25:36 em Vidas Passadas
por Flávio Bastos


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"Quando o poder do amor superar o amor pelo poder, o mundo conhecerá a paz". (Jimi Hendrix)

Há milênios o homem construiu a sua imagem de dominação nos grupos sociais, onde a mulher cumpria uma função submissa tanto no clã familiar quanto na sociedade que se organizava em torno de interesses comuns.

Embora os tempos modernos tenham alterado significativamente a cultura do macho dominador e da fêmea submissa -um produto cultural da nossa ancestralidade-, ainda repercute em nossos inconscientes algumas situações específicas, como é o caso da filha que internaliza na infância a imagem de um pai dominador e "poderoso".

São mulheres que, inconscientemente, escolhem parceiros que tenham em seu perfil psicológico traços semelhantes ao pai, sendo que o traço dominador, associado a uma condição que ofereça risco à integridade, tornam-se os preferidos, porque emana destes "candidatos" ao relacionamento, um "poder" que ela experenciou durante a convivência infantil com a figura masculina mais importante de sua vida.

Desta forma, se explica a atração que muitas mulheres sentem pelo poder associado ao perigo que certos homens exercem. Num processo inconsciente, elas sentem-se estimuladas a escolherem parceiros poderosos, machões, possessivos e agressivos, e que alternem nas relações, momentos de envolvimento passional e de conflitos pessoais.

No entanto, a atração da mulher pelo perigo nas relações amorosas tem um duplo sentido: o desejo e a vingança. Tal paradoxo revela o desequilíbrio que a referência masculina provocou em seu psiquismo, a ponto da filha amar e, ao mesmo tempo, odiar o seu pai, cuja imagem internalizada é transferida para o outrem (o parceiro) em forma de desejo-prazer (o amor que faltou), e de ódio, ou seja, a escolha elaborada como  sendo um ato de vingança e de agressão à figura paterna.

Geralmente, mulheres envolvidas em relacionamentos de risco não conseguem se libertar deste ciclo vicioso de elaboração inconsciente, pois tendem a recair na busca de parceiros que apresentam as características citadas. São escolhas impulsivas que acabam por comprometer o seu relacionamento inter-familiar e afastar antigos amigos, restringindo o seu âmbito de relacionamentos a um grupo de novos amigos ou conhecidos afins.

O poder oculto nas relações afetivas ou amorosas, é semelhante à ação de um micro-organismo nocivo à saúde, que vai contaminando conforme a sua trajetória pelo organismo humano. Com o inconsciente infantil ocorre algo parecido, à medida que a criança internaliza a imagem de um pai dominador, violento e poderoso.

Refém de um processo obsessivo de elaboração inconsciente, a mulher exposta ao risco de suas relações com parceiros potencialmente violentos, sofre porque difícilmente encontrará a felicidade possível. E entre a obtenção do prazer relativo, submisso ao jogo das circunstâncias relacionais, ela afasta-se cada vez mais da possibilidade de libertar-se do jugo de sua obsessão.

Neste túnel escuro no qual encontra-se a mulher presa às suas próprias limitações, a psicoterapia é uma luz que indica uma ajuda para que a saída seja visualizada. Processo de âmbito interativo que poderá alterar para melhor a percepção de si mesma inserida no contexto de sua vida relacional.

Os casos que envolvem o poder nas relações, sejam elas afetivas, amorosas ou profissionais, instigam-nos a um perverso jogo que encontra-se íntimamente associado à nossa ancestralidade. Portanto, nos dias atuais, quando juntam-se hierarquia e poder, o resultado é uma mistura explosiva que, inevitavelmente, gerará conflitos interpessoais.

A Idade Média, que marcou o poder religioso exercido pelo domínio masculino, principalmente por influência da Inquisição, foi uma fase que "calou fundo" no inconsciente humano e, como decorrência, nas relações de âmbito familiar a ponto de reforçar os valores do materialismo como referência nas relações interpessoais do mundo ocidental.

Contudo, o mundo mudou para melhor no último século, e o milênio que nasce traz consigo uma nova energia que exige do homem e da mulher a necessidade de adequação a um novo tempo, denominado pelos mayas, a Era da Sensibilidade, que exclui dos relacionamentos a influência do ego dominador, violento e possessivo.

Na fase de transição que passa a humanidade, o autoritarismo e seus derivados começam a perder força, cedendo lugar a um eu verdadeiro e transparente na forma de relacionar-se com o outrem, com o mundo e consigo mesmo.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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