Quem explica as tragédias?
Atualizado dia 31/01/2013 11:25:02 em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
Obra do acaso ou fatalidade são os termos que usamos para entender o que de fato nos choca emocionalmente e nos assusta. No entanto, será que ao denominarmos certos acontecimentos trágicos que provocam a morte coletiva de pessoas, estamos buscando a verdade dos fatos, ou apenas tentando explicar aquilo que desconhecemos na sua profundidade?
Se formos verificar no âmbito das possibilidades, as tragédias com mortes coletivas podem ser provocadas pela natureza ou pelo próprio homem de uma forma voluntária ou involuntária. Quando isto acontece, os sentimentos de culpa e de perda costumam causar muita dor e sofrimento aos familiares e amigos das vítimas, além da comoção que provoca na sociedade.
O trauma psíquico diante do sinistro, é uma marca profunda que exige dos profissionais que lidam com o comportamento humano, muito tato para administrar situações que expõem as sequelas do trágico acontecimento.
Contudo, nem as ciências do comportamento humano, que têm uma função imprescindível nestes momentos de angústia e desespero, conseguem explicar na sua transcendência as verdadeiras causas das mortes coletivas.
Passado o período de consternação, a necessidade de readaptação, que é inerente ao ser humano, estimula-nos a seguir em frente, pois, apesar dos pesares, a vida continua com todas as suas obrigações e compromissos que sintetizam a nossa busca pelo bem estar.
Algo, porém, permanece oculto, afastado do campo de visualização humana: são os invisíveis bastidores das tragédias, ou seja, aquilo que, apesar de estar afastado do palco dos acontecimentos que envolvem o aspecto físico do desencarne coletivo, explica o que ocorre no âmbito transcendental de tais fatos.
Explicação, ponto de vista ou ótica, que somente a crença na imortalidade do espírito pode esclarecer. Caso contrário, não há lógica ou teoria que consiga responder ao imenso ponto de interrogação que representam as grandes tragédias humanas. Situação que provoca revolta, perplexidade, dúvida e desespero, mas que tende a acomodar-se diante da máxima de que "a vida continua" para os que ficaram. Paradoxo que contraria a evolução humana baseada no princípio natural de que o homem é um buscador de respostas para aquilo que detém o seu conhecimento. Verdades e descobertas que alimentam o seu ego e espírito.
Nesta lógica, uma invisível linha que separa a dimensão física, material, da dimensão extra-física, imaterial, torna-se o ponto de partida para aqueles que buscam as verdades contidas no amplo conhecimento relativo às tragédias que envolvem mortalidade de humanos.
O Espiritismo e as suas obras codificadas por Allan Kardec trouxeram luz ao que antes era treva e tornaram-se referência como fonte de pesquisa. Em "O Livro dos Espíritos", Kardec pergunta e os espíritos respondem sobre aquilo que denominamos "mistérios da vida". No capítulo X , o tema "Fatalidade" provoca a pergunta 859 de Kardec aos espíritos: Há fatos que devem ocorrer forçosamente e que a vontade dos espíritos não pode conjurar? Resposta: Sim, mas que tu, quando no estado de espírito, viste e pressentiste, ao fazer a tua escolha. Não acredite, porém, que tudo o que acontece esteja escrito, como se diz. Um acontecimento é quase sempre a consequência de uma coisa que fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal maneira que, se não tivesse praticado aquele ato, o acontecimento não se verificaria. Se queimas o dedo, isso é apenas a consequência de tua imprudência e da condição da matéria. Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua purificação e à tua instrução.
Em relação às "Penas Temporais", questão 984, o codificador pergunta: As vicissitudes da vida são sempre a punição das faltas atuais? Os espíritos respondem: Não, já o dissemos, são provas impostas por Deus, ou escolhidas por vós mesmos quando no estado de espírito e antes da vossa reencarnação, para expiar as faltas cometidas numa outra existência. Porque jamais a infração das leis de Deus, e sobretudo a lei da justiça, fica impune; se a justiça não é feita nesta vida, será necessariamente em outra. É por isso que aquele que é justo aos vossos olhos ve-se frequentemente atingido pelo seu passado.
Portanto, as tragédias que envolvem morte coletiva de pessoas, são explicáveis quando transcendemos a barreira intrauterina do ser inteligente, à procura de respostas e verdades. O que pode parecer "fatalidade ou injustiça" aos nossos olhos, traz na esteira do acontecimento, um significado profundo e compatível com as leis divinas relacionadas à aceitação do próprio espírito como forma de resgatar dívidas com o seu passado. Desta forma, estará abreviando reencarnações e acelerando a sua caminhada na senda do progresso.
Neste sentido, a dinâmica espírita, na teoria e prática de suas reuniões mediúnicas, seguidamente, lida com casos que envolvem mortes coletivas, cujos espíritos necessitam de orientação, esclarecimento de suas situações, e posterior encaminhamento para o acolhimento das equipes espirituais.
Nestes casos, geralmente, não são todos que necessitam de ajuda para acessarem a Luz, mas aqueles que se mostram desorientados ou confusos após o desenlace físico. São situações nas quais o dirigente da reunião mediúnica precisa de muito tato e sensibilidade no uso das palavras ou no encaminhamento da questão.
A experiência da Psicoterapia Interdimensional e demais métodos terapêuticos que trabalham com a regressão de memória extracerebral e/ou contato espiritual do mentor, tem revelado muitos casos em que os pacientes acessam situações pregressas pelas quais vieram a desencarnar de forma trágica e coletiva. Muitos deles informam que a ocorrência estava prevista mesmo antes de reencarnarem para aquela vida.
As tragédias, por mais dor e sofrimento que causam às famílias, amigos das vítimas e à sociedade de uma forma geral, trazem na sua esteira a solidariedade e a fraternidade como energia envolvente. Experiência que mexe com a mente, o coração e a consciência dos que seguem a sua jornada vital.
Na vida nada acontece por acaso e tudo tem uma razão de ser e acontecer. As mortes coletivas e aquilo que as envolvem, fazem parte do aprendizado no processo evolutivo do ser dotado de inteligência, consciência e livre-arbítrio.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 103
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |