Quero mudar, mas não sei como
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Autor Camila Sampaio
Assunto Vidas PassadasAtualizado em 5/5/2011 2:51:42 AM
Muitas pessoas me procuram dizendo essa frase de cara. Elas sabem que não estão bem, sabem que algo está errado, mas não sabem o que fazer a respeito, nem por onde começar.
O primeiro trabalho na TVP é a anamnese, que é uma entrevista bem detalhada sobre a vida atual. O terapeuta deve perguntar sobre relacionamentos familiares, sociais, profissionais, vida espiritual, desenvolvimento e fases da vida, conflitos e questões pessoais.
O próprio fato de poder se abrir com alguém de confiança, sabendo que não haverá julgamentos e nem cobranças, e que as informações tratadas ali são sigilosas, já constitui em um alívio. Alívio tão forte que infelizmente muitas pessoas não passam dessa fase, porque só querem desabafar, e perdem uma grande oportunidade de confrontar seus fantasmas.
Muitas pessoas relatam que a anamnese já costuma levantar poeiras inimagináveis. Pode ser uma fonte de insights como também pode ser bem perturbadora, dependendo de como estão as coisas na vida da pessoa. Pessoas que vivem mascaradas, só de aparências, e não são felizes lá no fundo, já costumam ter dificuldades nesse primeiro impacto, pois estão desviando energia para manter um mundo ilusório.
Um segundo passo é começar a abordar as vidas passadas e suas correlações com a vida atual. Nesse momento já temos uma ressignificação importante, pois muita energia estava presa no passado. Tanto energias de magias e obsessores, como relacionamentos mal resolvidos, papéis invertidos, ou traumas que estavam vindo em forma de sintoma para o presente. A liberação dessa energia represada em si já é libertadora.
Mas nem só de energia vive o homem. É nesse ponto da terapia que acontece o pulo do gato, tanto naturalmente quanto com a ajuda da intervenção do terapeuta. A partir do momento que o passado vai sendo tratado, cabe à pessoa tomar atitudes na vida atual que encaminhem sua vida para a harmonização.
Por exemplo: não adianta nada uma mulher que é infeliz no casamento, infiel inclusive, entender que está reencontrando esse marido para ter um aprendizado riquíssimo sobre todas as virtudes que sua alma precisa desenvolver - e justamente por isso o casamento parece tão maçante e existe a tendência a fugir dele - e continuar traindo seu marido, ou não colaborando para a felicidade conjugal. Nesse momento ela tem uma escolha: ou começa a colaborar e entender que aprendizados são esses, para que eles ocorram da forma mais tranqüila possível, ou ela deve se separar, abandonar o projeto de vivenciar esses aprendizados com essa pessoa específica, e seguir sua vida.
Nenhuma das duas escolhas é obrigatória, são dois caminhos diferentes. Pela aceitação do casamento, ela estará cumprindo a sua proposta encarnatória, tudo que foi programado para essa existência. Pela separação, ela estará seguindo uma espécie de "plano b", mas que não será isento de aprendizados. Afinal, o que a alma precisa vivenciar chega a ela de uma forma ou de outra.
Enfim, o que quero dizer é que chega um determinado ponto da terapia onde não dá mais para a pessoa ficar em cima do muro. Ela precisa tomar uma decisão sobre sua vida e sobre o direcionamento que quer dar a ela.
Claro, não cabe ao terapeuta decidir pela pessoa. Inclusive, é muito comum que ela peça por essa decisão externa, pois assim se isenta de culpas e de responsabilidades. O bom terapeuta ajudará a pessoa a entender qual decisão é mais adequada para ela, e ajudará no processo de colocar essa decisão em prática.
Infelizmente, muitas pessoas empacam nessa parte, e acabam decidindo continuar em cima do muro. Muitas até abandonam a terapia, e muitas declaram em alto e bom som: sou assim e vou continuar assim. Esse é um terceiro caminho: o de nada fazer. Também é uma opção, mas naturalmente tudo tem seu preço.
Qualquer pessoa bem intencionada sempre terá amparo cósmico para tomar as decisões necessárias para harmonizar sua vida. Mas o primeiro passo deve ser sempre dela, para que tudo se estabeleça de forma construtiva.
Ou seja, qual o caminho da mudança? Investigar o que está errado, harmonizar, e decidir o que fazer com o resultado, de forma forte e motivada. Parece simples, e é mesmo. Descompliquemos!
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Camila Sampaio é terapeuta especializada em Terapia de Vidas Passadas, escritora e palestrante. Atende no seu consultório em São Paulo. É autora dos livros “O Fio de Ariadne – abordagens da Terapia de Vidas Passadas”, e “Era uma vez – Terapia de Vidas Passadas com crianças”. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |