Sobre política, ego e poder
Atualizado dia 02/09/2012 23:09:32 em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
Para a psicanálise, o ego é a instância da personalidade que tem a função de nortear o princípio de realidade associado ao mundo físico. No entanto, este "princípio" está condicionado a valores ancestrais que trazemos internalizados e que acompanham a humanidade desde tempos imemoriais. Valores associados à necessidade de sobrevivência na dimensão da matéria, cujas regras de conduta, com o passar dos séculos, sofreram distorções que afetaram consideravelmente o senso ético e moral do homem civilizado.
E o que observamos hoje, cristalizado nas estruturas de poder, é a síntese das imperfeições humanas representadas pelo ego e seus "derivados" mais imediatos, como o orgulho, o egoísmo, a vaidade e a ambição desmedida, ou seja, processos obsessivos de origem psíquico-espiritual que contaminam energeticamente mentes e corações de uma maioria de escolhidos para representarem o povo e o bem comum na sociedade.
Nesta direção, o passado do homem nos fornece vários exemplos, a começar pelos conquistadores como Alexandre, o Grande, depois Napoleão Bonaparte, passando por Adolf Hitler e, mais recentemente, os revolucionários e os "grandes ditadores". que deixaram -e ainda deixam- as suas marcas a ferro, fogo e sangue na história e na cultura contemporânea. Líderes que defendiam ideais ou ideologias carregadas de interesses que visavam a conquista do poder a qualquer custo. Egos inflados em busca de fama, notoriedade, mesmo que custasse a vida de milhões de pessoas.
Portanto, há milenios ego e poder caminham lado a lado, dependentes um do outro e apegados a mecanismos inconscientes voltados à satisfação do eu inferior que ainda não encontrou o seu caminho de luz no campo da existência.
Antigas ideologias, carregadas de carimbos personalistas, sede de poder e de interesses que giram em torno de um restrito grupo de pessoas, mas que continua seduzindo multidões de indivíduos que se iludem engajados em movimentos que pregam o ódio aos adversários ou a violência como forma de chegar ao poder. Não percebem que por trás das máscaras de muitas pseudo-lideranças, encontram-se velhas artimanhas do homem, que são formulas perversas, mas ainda muito utilizadas nos dias atuais, principalmente no âmbito de aspirantes ao poder, e que guarda resquícios da decadente e extinta civilização romana. Modelos que permanecem vivos a estimular mentes desequilibradas e a seduzir pessoas que buscam na ideologia, uma saída para os seus problemas.
Neste sentido, as "formulas de sucesso" criadas pelo próprio homem, e que induzem à competitividade entre egos, expõe na vitrine da fama o perverso jogo de interesses que aceita somente candidatos que se submetem às regras que os conduzem ao núcleo do poder.
Alberto Schweitzer, em uma de suas conhecidas frases, registrou que "O mundo tornou-se perigoso porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de dominarem a si mesmos". Isto é, que o homem carrega consigo o traço da perversidade que se manifesta livremente através de seus atos, sem que exista um conhecimento mais profundo de suas raizes.
No alvorecer do terceiro milênio, não encontraremos nas ideologias ou dogmas de prazo vencido, a receita da salvação, nem nos individualismos que se apresentam como solução para todos os problemas sociais. Mas encontraremos na transparência das obras deixadas por Jesus Cristo, Mahatma Gandhi, Francisco de Assis, Chico Xavier, Albert Schweitzer e Madre Tereza de Calcutá, entre outros. Indivíduos que abdicaram do ego em prol do bem comum e do amor fraternal.
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |