Terapia de Vidas Passadas - Dúvidas mais comuns
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Autor Camila Sampaio
Assunto Vidas PassadasAtualizado em 09/05/2011 14:38:49
Resolvi escrever elencando as dúvidas que mais recebemos no consultório e das pessoas que nos procuram. O objetivo é esclarecer ao máximo os equívocos e preconceitos em relação à TVP, que é uma prática maravilhosa de terapia, mas que justamente pela sua grande complexidade e eficácia levanta vários tipos de polêmica.Vamos a elas, e sinta-se a vontade para postar mais dúvidas, assim vou fazendo sequencias para este artigo:
1) Como funciona, eu vou ser hipnotizado?
Sim e não. A maioria dos teóricos da TVP trabalha com a indução mental. O estilo varia, mas a idéia é o próprio psiquismo ou o corpo da pessoa mostrar o caminho, sem grandes procedimentos, para ir direto ao assunto.
É um tipo de hipnose, porque há o estado alterado de consciência, mas é uma hipnose ativa, onde o comando fica nas mãos do paciente, com a orientação contínua do terapeuta
Com pessoas mais controladoras e rígidas isso pode inicialmente ser um problema, pois ela tem dificuldade de se entregar à orientação de outra pessoa. Mas um bom terapeuta tem uma série de procedimentos a seguir para fazer com que o inconsciente assuma a cena e a guarda da pessoa baixe. Começa-se a sessão de forma simples, e vai-se usando técnicas na medida em que elas são necessárias.
Existe uma série de comandos que o terapeuta deve se especializar, pois cada pessoa responde de uma forma à regressão, e ele será uma espécie de maestro conduzindo a orquestra de acordo com a partitura que está sendo tocada.
2) Eu vou lembrar de tudo depois?
Vai. É comum que a lembrança venha integralmente e depois vá ficando mais rarefeita, como um sonho.
Também é comum que as sessões mais difíceis, com conteúdos mais entranhados e reprimidos, sejam mais difíceis de lembrar. Quando o enfrentamento com as tendências negativas é muito grande é comum até que haja sonolência na consulta, pois nossos mecanismos de defesa estão acionados no máximo.
Costumo anotar integralmente a consulta e entregar as anotações na alta para a pessoa, pois reler é como consultar nossos registros akáshicos pessoais. É interessante também reler o material depois de algum tempo, quando o amadurecimento natural da vida vai trazendo mais maturidade e compreensão dos por quês de nossos padrões kármicos.
Algumas raras pessoas, com mediunidade descontrolada, podem incorporar durante a sessão e não lembrarem de nada depois. Podem inclusive incorporar a sua própria personalidade de passado, como se fosse um obsessor. Quando isso acontece conto com naturalidade o que ocorreu e sempre sugiro um tratamento espiritual paralelo e a freqüência a algum grupo, para que as faculdades mediúnicas sejam harmonizadas, tratadas e praticadas para o bem.
3) Como vou saber que não estou inventando?
Pelo menos 70% das pessoas têm a sensação de estarem inventando na primeira sessão. Por alguns motivos: por não estarem acostumadas a lidar com esse tipo de informação, por não terem o hábito de um processo de interiorização, por precisarem controlar tudo que dizem, por serem céticas ou por terem dificuldade de assumir como seu o que viram.
Para a eficácia da terapia a veracidade das informações não é tão importante como parece. Muitos inconscientes se comunicam por simbolismos, por arquétipos, e não necessariamente por dados. Além disso, muitas existências que vem para tratamento podem ter ocorrido no astral, o que é impossível de ser verificado cientificamente.
Essa preocupação também acontece pela ansiedade da pessoa em ver algo que de fato ocorreu. Muitos esperam que a regressão seja uma ciência exata.
Um primeiro fator é importante de ser diferenciado: uma coisa é a regressão terapêutica e outra são os experimentos científicos com regressão. Nos experimentos, como a intenção é essa mesma, é até natural que se encaminhem para a realização sujeitos que tenham facilidade de lembrar detalhes e pormenores de suas encarnações, como acontece no livro Eu sou Camille Desmolins, de Hermínio Correa de Miranda. Na regressão terapêutica, o que nos interessa é a parte clínica, é o que o psiquismo ainda carrega consigo que não foi elaborado, drenado e ressignificado. O material não tem necessariamente começo, meio e fim.
A preocupação excessiva com esse fator pode prejudicar o tratamento, e até levar a pessoa a abandoná-lo. É importante passar pela TVP de mente aberta, sem se preocupar em provar nada, apenas buscando abrir espaço para informações que precisam ser transmutadas.
Afinal, ninguém faz um teste psicológico preocupado com a veracidade do que está dizendo, mas tudo que vem ali é material psíquico que carece de elaboração. Qual a diferença? Preconceitos com a TVP e expectativas exageradas!
4) Posso fazer regressão por curiosidade?
Poder até pode. Mas para que?
Em minha experiência, ninguém nunca passou por uma sessão de anamnese sem apresentar alguma queixa ou problema não resolvido. Afinal, estamos em um planeta de provas e expiações, e ninguém é santo.
Logo, uma coisa é a pessoa ser trazida ao consultório movida pela curiosidade e desejo de se conhecer melhor. Isso é muito positivo, e normalmente é o que faz as pessoas buscarem terapia - com a TVP não deveria ser diferente.
Outra coisa é querer fazer "turismo astral". Para isso é melhor fazer o turismo terrestre mesmo: vivemos em um mundo lindo com muitos lugares agradáveis para se visitar, o que é especialidade das agências de turismo, e não dos terapeutas.
Por outro lado, ninguém precisa estar morrendo para fazer TVP. Um preconceito lançado por alguns psicólogos e espíritas ortodoxos que deve cair por terra é achar que só se deve fazer TVP "em último caso", pois na maioria dos casos que recebo se ela tivesse sido buscada no começo muito teria sido evitado - e eu teria menos encrenca para resolver, pois infelizmente temos muitos psicólogos e psiquiatras mal preparados no mercado.
Enfim: curiosidade construtiva é válida. Curiosidade sensacionalista e fútil deve ficar para as revistas de fofoca!
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Camila Sampaio é terapeuta especializada em Terapia de Vidas Passadas, escritora e palestrante. Atende no seu consultório em São Paulo. É autora dos livros “O Fio de Ariadne – abordagens da Terapia de Vidas Passadas”, e “Era uma vez – Terapia de Vidas Passadas com crianças”. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |