Um olhar inquisidor sobre a vida
Atualizado dia 3/5/2012 11:05:50 PM em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
No entanto, ao pré-julgar, principalmente sem conhecimento de causa, o indivíduo projeta o seu inconsciente não resolvido na direção do outrem. Dessa forma, ao apontar um "culpado", ele exime-se da própria culpa e afirma a sua inocência perante Deus e a sociedade.
Ao proceder assim, o indivíduo reproduz o que a humanidade pratica desde tempos imemoriais, ou seja, por medo, ciúme, inveja ou interesses escusos, aponta, julga e condena pessoas cujo perfil não se enquadra em seu conjunto de crenças ou de interesses.
Hoje, como talvez nunca na história, fala-se em injustiça sem o conhecimento dos perversos mecanismos psíquico-espírituais e sócio-culturais que a formam. Porque, independentemente dos acontecimentos sociais ou culturais, o homem ainda ignora que o senso de justiça apurado passa, em primeiro plano, pela sua própria mudança interior que contempla uma visão de vida livre de preconceitos ou rótulos.
A idealização do Santo Ofício da Idade Média, responsável pela condenação à morte de pelo menos um milhão e meio de pessoas, foi uma consequência das gerações anteriores que idealizaram a conquista do poder baseado na injustiça, prática da tortura e no horror das batalhas campais.
O mesmo ideal de conquista e supremacia, fomentou as gerações de humanos responsáveis pelo surgimento das duas grandes Guerras Mundiais, onde o significado de "justiça" era um vago conceito perdido em mentes desequilibradas.
Portanto, o germe da violência, cuja existência entre humanos é multimilenar, traz consigo, nos bastidores do poder, a primogênita injustiça que é praticada segundo interesses individuais ou coletivos. Ela está disseminada na sociedade, mas sem antes passar pela conivência pessoal através do mecanismo psiquico-espiritual que a libera...
Herdamos de nossos ancestrais, o olhar inquisidor sobre a vida, isto é, o olhar que discrimina, julga e condena. E o nosso grande desafio a partir do século 21, é justamente nos libertarmos do modelo que encontra-se internalizado, o qual reproduzimos durante as reencarnações do espírito.
O olhar inquisidor está em certas ideologias que julgam-se "donas da verdade". Está, como registramos, no nosso inconsciente. Encontra-se em todas as formas de radicalismo ou fanatismo. Mas, acima de tudo, está na ideologia do poder criado por nós mesmos em épocas remotas e que se aperfeiçoou com o passar do tempo.
Como faziam as gerações passadas, que a ferro, sangue e fogo afirmavam egos e interesses associados ao poder, o paradígma do olhar inquisidor sobre a vida, continua de forma dissimulada a gerar conflitos que contaminam relações interpessoais e coletivas, ocasionando desarmonia que gera antipatia, inimizades, ódio e violência.
Libertar-se desse ciclo vicioso, que nos prende ao ciclo das reencarnações, é de suma importância para o indivíduo que desperta para a luz da consciência. O inquisidor que "criamos" e elegemos, como juiz no tribunal da Inquisição, ainda não se encontra completamente extinto de nosso inconsciente ou apagado de nossa memória.
Simplesmente, como referiu-se Jesus Cristo, precisamos olhar a vida com "os olhos de ver e ouvidos de ouvir". Processo íntimo que passa por um melhor nível de compreensão de si mesmo e do significado da existência. E nessa direção, é considerado indivíduo livre, aquele que libertou-se do olhar inquisidor sobre a vida.
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |