Você é a síntese de seus sonhos!
Atualizado dia 17/03/2014 21:10:14 em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
(Mario Quintana)
Há milênios, o homem tenta explicar os sonhos. Significados que algumas teorias materialistas informam através da simbologia, imagens, arquétipos, do mítico e das metáforas visuais e emocionais contidas na atividade onírica, como veremos a seguir.
Segundo a psicanálise, os sonhos podem ser classificados em grandes ou pequenos. Sonhos grandes são sonhos mais arquetípicos, míticos, muitas vezes indecifráveis do ponto de vista individual, porém carregados de uma energia capaz de "sacudir" a psique e modificar o curso de vida do indivíduo. Já os pequenos falam da vida individual, falam do cotidiano psíquico do sonhador.
Para a psicologia Junguiana, os sonhos são feitos de imagens arquétipas ou símbolos e são eventos necessários ao equilíbrio bilológico e mental, como o sono, o oxigênio e a alimentação sadia.
Já no âmbito da pedagogia, o pedagogo Antonio Carlos da Costa, ao lançar mão das ideias dos antigos gregos, afirma que é importante trabalhar no indivíduo outras dimensões além do Logos (relacionado à razão, à ciência e à técnica), abrindo espaço também para o Pathos (sentimento), o Eros (desejo) e o Mythus (dimensão da relação do homem com o mistério da vida e da morte). Segundo Costa, a ideia relaciona-se com o conceito de Educação Interdimensional, que incentiva o autoconhecimento de forma lúdica através dos sonhos ou da fantasia.
Na esfera da transcendência humana, o Espiritismo nos informa que o sonho é a emancipação da alma, o desprendimento do espírito encarnado, possibilitando-lhe afastar-se momentaneamente do corpo físico. No estado de emancipação da alma, o espírito se desloca do corpo físico e os laços que o unem à matéria ficam mais tênues, mais flexíveis e o corpo periespiritual age com maior liberdade.
Nas projeções, temos que considerar a lei da afinidade, ou seja, nossa condição espiritual. Nosso grau evolutivo irá determinar a qualidade de nossos sonhos, as companhias espirituais que iremos procurar, os ambientes nos quais permaneceremos enquanto o nosso corpo físico repousa.
Há leis de afinidade que respondem pelas aglutinações socio-morais-intelectuais, ao reunir os seres confome os padrões e valores. Estaremos, então, durante o repouso noturno, se emancipados espiritualmente, vivenciando cenas e realizando tarefas afins. Buscamos sempre, durante o sono, companhia e ambiente que afinizam conosco e com os ideais que nos são peculiares.
Os sonhos refletem a nossa realidade interior, o que somos e o que pensamos. O tipo de vida que levamos, determinará, invariavelmente, o tipo de sonhos que a noite nos ofertará, em resposta às nossas tendências.
Nesta lógica, se associarmos os conceitos psicanalítico, pedagógico, filosófico e espírita, verificaremos uma gama de explicações técnicas, metodológicas e espiritualizadas a respeito dos sonhos. Situação que revela uma certa confusão ao tentarmos explicar ou interpretar o sonho nosso de cada dia. No entanto, paradoxal e curiosamente, a "confusão" parece revelar a síntese destes conhecimentos, que poderá trazer mais luz na elucidação dos significados do sonho em nossas vidas.
Talvez, falte-nos associar a interpretação ou análise dos sonhos ao processo de autoconhecimento, como registrou Carl Gustav Jung ao definir com transparência a atividade onírica: "Para mim os sonhos são expressões da natureza do homem e não encerram a menor intenção de enganar; dizem o que podem dizer e tão bem quanto o podem, como faz uma planta que nasce ou um animal que procura um pasto".
Nesta direção, ciência e transcendência se aproximam, ao definirem os sonhos como projeções dos nossos estados mental, emocional e consciencial, onde está em jogo o equilíbrio e o desequilíbrio de âmbito psíquico-espiritual. Condição que revela os níveis evolutivos que acompanham o ser dotado de inteligência e Livre-Arbítrio durante o processo de autoconhecimento.
Portanto, somos a síntese de nossos sonhos, isto é, dorme-se como se vive, sendo a experiência onírica o retrato emocional da nossa vida moral e espiritual. Neste sentido, a análise dos sonhos pode nos trazer informações e experiências valiosas para o nosso descobrimento. Daí a necessidade de adequarmos nossas vidas aos preceitos do bem, vivenciando o amor para nos ligarmos aos valores de sintonia superior. Assim, teremos um sono tranquilo, reparador e sonhos construtivos, afinizados com o processo de evolução consciencial.
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |