Hoje, infelizmente, vivemos mais na era do aparentar, que do ser. Muitos ainda sentem necessidade de mostrar uma imagem ao mundo que não corresponde ao seu eu real.
Isto acontece porque o ego tem horror de manifestar qualquer tipo de fraqueza, já que o sucesso e o reconhecimento são tidos como troféus, aos quais somente os fortes e infalíveis têm direito.
Portanto, admitir alguma fragilidade é considerar-se um fracasso. Mas, ao contrário do que imaginamos, ser capaz de superar uma suposta derrota constitui grande virtude.
Digo suposta, porque a realidade da vida é que nem sempre os nossos anseios serão satisfeitos. Às vezes, o que rotulamos como fracasso é somente um acontecimento, cuja probabilidade de sucesso ainda não estava plenamente madura.
Se levarmos em conta os ensinamentos contidos no I Ching, o livro das mutações, aprenderemos que tudo na natureza tem o tempo certo para florescer.
E, enquanto as condições ideais para que isto aconteça não estiverem reunidas, nada se materializará. O que na maior parte das vezes, não está em nossas mãos determinar.
Então, é importante analisar com isenção cada circunstância da vida, para que evitemos experimentar o sentimento de inferioridade e, para compensá-lo, nos transformemos num personagem.
Demonstrar a verdade sobre quem somos, sem a preocupação em negar nossas fases menos gloriosas, é sinal de uma vida onde a sabedoria e a maturidade começam a predominar.
Quanto mais autênticos pudermos ser, maiores serão as chances de que o reconhecimento de nossas virtudes e habilidades aconteça. Porém, antes que ele nos seja concedido pelo mundo, é essencial que exista primordialmente, dentro de nós.