Libertar-se das dores causadas por acontecimentos de nossa vida, não é uma tarefa fácil. Nossa atitude habitual é lutar contra elas, tentando escondê-las sob a máscara da racionalidade.
As pessoas excessivamente racionais tendem a utilizar esta estratégia acreditando que, assim, se protegerão do sofrimento. Mas esta é uma ilusão, pois nada do que é reprimido e negado, desaparece por si só. Ao contrário, tende a se tornar ainda mais forte.
A única saída é assumir conscientemente os sentimentos e emoções, especialmente os negativos. Fazer de conta que eles não existem gera um enorme desgaste de energia.
O conflito interior que se vivencia ao lutar contra os próprios sentimentos é uma fonte de doenças, tanto físicas quanto psicológicas.
Quanto mais cedo formos capazes de olhar de frente para nossas dores, maiores serão a chances de que possamos transmutá-las. Isto não significa que elas deixarão de existir do dia para a noite.
Entretanto, reconhecê-las como algo inerente ao nosso passado e que, portanto, devem lá permanecer, é o começo da libertação. Ninguém pode se apegar ao que não tenha existência no momento presente. Ele é a única realidade à qual pertencemos. O resto não passa de lembrança e imaginação.
Quanto mais nos apegamos a uma memória de dor, mais fortemente ativamos nossa imaginação quanto ao que o futuro nos reservará. E o futuro é exatamente isto, nada tem de concreto.
Perceber subitamente que se está preso a algo irreal, é o passo essencial no processo de cura e libertação.