Por mais perplexidade que se possa causar, por serem psiquicamente adoecidos, e mesmo que não sejam facilmente detectados em tal distúrbio, como característica comum a todos, psicopatas sociais, sempre que escolhem suas vítimas, conquistam-nas através de suas desenvolturas dentro da arte da sedução. Este tipo de ação, porém, existe apenas e tão somente com a finalidade de exercerem os seus obscuros objetivos que constam em suas agendas pessoais.
Por não terem desenvolvido empatia e compaixão, fazem uso das pessoas em geral como se fossem objetos de consumo. Para tanto, desenvolvem infinitas habilidades que vão desde a etapa da sedução, convencimento e fragilização. Incluem em seus cardápios, sentimentos de culpas e outras mazelas, até as agressões veladas ou não, dependendo das oportunidades surgidas no outro e nos ambientes por onde transitam.
Possuem a arte de convencer a maioria e habilmente manipulam em nome de obter ajuda no intuito de alcançarem os seus objetivos, quer seja em suas escaladas sociais, para obterem vantagens de dinheiro, de bens ou para se satisfazerem em seus obscuros desejos. Para eles, os fins justificam os meios, possuem zero de sentido moral e embora saibam que a lei existe e é necessária para o bom convívio e segurança de todos, teatralizam fingindo que as respeitam. Tudo não passa de um jogo de conquista e destruição em casos mais graves. Na sequência de suas pseudo-vidas, novas conquistas e novos alvos reaparecem como necessidade inconsciente de repetição desse padrão de atuação. Inacreditavelmente, eles até podem explicar e contar o que os move, mas não têm a real capacidade de entrar em contato com as profundezas de suas verdades.
Transitam pelas vias da vida como zumbis, mesmo que sejam especializados em saber como que os outros funcionam para poder utilizá-los. Na maioria das vezes, o prazer que sentem vem da ordem sádica, são subprodutos de seus territórios emocionais mal resolvidos. São lugares do psiquismo deles que ficaram literalmente intocáveis, que jamais ousam entrar e que muito provavelmente estão tão dissociados deles mesmos, que nem suspeitam que os move e de que tal local existe. É nessa espécie de calabouço, o lugar onde se encontra a não elaboração de vivências e sentimentos que foram muito difíceis de se lidar, como raivas, medos, humilhações e outros, não havendo possibilidade emocional de reparação interna ou elaboração.
Em nome da sobrevivência, frustrações e dores insuportáveis foram sendo jogados para dentro de territórios psíquicos inacessíveis. São locais repletos de energia mal resolvida e que constantemente necessita serem escoada. Deste modo, na vida adulta, principalmente, toda sorte de sentimentos e situações interiores mal vivenciados, como se estivessem estocados num dique que constantemente fica inundado, vão sendo vomitados em forma de atuação e em pessoas que estão vivas, fora do mundo interno desses psicopatas sociais.
Toda a agressividade acumulada precisa ser expurgada e vai acontecendo de modo sistemático porque eles não têm a capacidade de entrar em contato consigo mesmos para elaborar nada. Para não enlouquecerem, tornam-se loucos de outra forma. E em caso mais graves, funcionam de modo aberrante como zumbis de si mesmos podendo chegar ao ponto de matar aqueles escolheram como alvos.
Em ato delirante, psicopatas, assassinos silenciosos ou não, na vida adulta, fazem uso das pessoas como simbolismos e vão realizando cegamente o que não conseguiram realizar por meio de fantasias internas e inconscientes. Outras vezes, ainda dentro desse pressuposto, em suas ações mundanas continuam expressando suas conquistas e poder, que também são simbolismos de situações internas que eles nem imaginam quais sejam por conta da dissociação que têm de si mesmos.
Em nome de alcançarem suas metas, sabem exatamente o que se é esperado dizer e o que convém fazer em qualquer circunstância. Viciados em mentiras a fim de conseguirem os seus objetivos, mentem por meio de palavras e com o corpo, teatralizando o que for para criarem situações onde possam ser beneficiados.
Inventam-se, ora como se fossem vítimas, ora como sofredores, ora como magoados, interessados ou o que quer que seja que os possam beneficiar no momento. Têm a mentira tão bem articuladas dentro de si mesmos, que as utilizam como passaporte para conseguirem qualquer coisa que forem definir. Por não possuírem nenhum sentido de moral, o céu é o limite para o nível de crueldade que podem exercer. Não se importam, não sentem vergonha ou arrependimento de nada, mesmo quando agem prejudicando outros.
E para finalizar e facilitar um pouco a diferença entre um narcisista perverso clássico e um psicopata: é que o primeiro abandonará o barco se encontrar outra vítima ou história mais interessante e vem com outras características que também os diferenciam um pouco, mas não tanto. Para eles o que importa é o que no momento tem significado de ser o ideal e o máximo. Psicopatas, por sua vez, dificilmente abandonarão os seus alvos escolhidos.
Esteja atento, estamos em pleno século XXI, na era do narcisismo e estes são aspectos máximos de adoecimento psicológico encontrados dentro desse cenário.
Quanto mais despertos, melhor!
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Sobre o autor
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
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Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos