É provável que muitas pessoas que tenham dificuldades de se sentirem com o seu amor próprio em alta, e de se fazerem valer quando estão em relacionamentos abusivos, tenham a ver com aprisionamentos dentro de conceitos e crenças, que ainda nos dias de hoje, embora já estejam ultrapassados e vistos como politicamente incorretos, em inúmeros casos, apresentam-se em plena atividade.
Estas são pessoas vítimas de um sistema de crenças que além de desvalorizar a mulher como um todo, desqualificam-nas de modo contundente quando as mesmas ousam se libertar dos dogmas de submissão embutidos nesse tipo cultura. Uma visão que hoje em dia está cada vez mais arcaica, mas que infelizmente ainda pega muitos de modo inconsciente. Um cenário em que tramas socialmente estruturadas fazem que muitos pais e parceiros, ainda na atualidade, funcionem de modo cego, como fortes emissores destes mandatos. Por isso, a dificuldade que muitos têm de encontrarem dentro de si mesmos, amor próprio e autoestima.
Ambientes emocionais tóxicos que inferem críticas veladas ou não podem também serem vistos como os grandes impedidores para que o legítimo amor próprio exista.
Em resumo, para que o amor próprio possa florescer, o terreno deve estar fértil, ser regado e nutrido com o que de verdade fortalece.
Uma das boas alternativas é a de se fazer uma espécie de lição de casa que costuma provocar um prazer quanto mais se faz, mais se amplia. A ideia é a de que se coloque no papel as qualidades e gostos que oferecem prazer à pessoa, sendo que absolutamente tudo é valido, basta que cause uma sensação agradável. Enquanto a autoestima e o amor próprio estão em baixa, no início até pode parecer mais difícil de contar para si mesmo o que se tem de bom, mas com a prática, a consciência do que se tem de melhor vai caminhando para uma ordem crescente junto às sensações de bem-estar.
Outra dica é a de sair do piloto automático e deliberadamente começar a olhar para si mesmo com mais apreço e carinho. Começar por se acariciar, decidindo ser seu melhor amigo, também ajuda bastante. Ser mãe, pai e irmão de si mesmo, fazendo-se coisas boas como faria para as pessoas que mais ama.
Exercícios físicos também funcionam como fortes auxiliadores neste processo.
No dia a dia, sempre priorizar tomar ao menos uma atitude que devolva a sensação de bem-estar, lembrando de estar literalmente presente nessas ações. Começar a ser mais egoísta, no melhor sentido que essa palavra possa significar, com atitudes para si mesmo que elevem a autoestima e amor próprio. Pensar o que pode ser feito e, na sequência, efetivamente fazer!
Quando o amor próprio é inaugurado de modo consciente, o mais comum que costuma ocorrer é ter consciência de outros que ainda estão em baixa nestes quesitos. Como consequência e como um serviço de amor e de irmandade, a grande maioria começa a contar sobre a própria historia de autodesenvolvimento dentro deste tema, o que muito tem ajudado quem ainda se encontra perdido e sem noção sobre o que pode ser feito por si mesmo em nome de se alavancar em amor próprio. Exemplos de história de sucesso são sempre bem-vindos e ajudam.
Uma regra básica para o autodescobrimento e a conquista de si mesmo sempre será a busca de alternativas e o exercício das mesmas. Só ouvir, ler ou ir em terapias sem tomar atitude alguma, esperando que as coisas aconteçam por si mesmo, não funciona e as pessoas acabam ficando por detrás das janelas das suas vidas sem apreciar as infinitas estradas que podem trilhar.
Histórias sempre podem incentivar as pessoas que estão em busca de amor próprio a saberem se estão ou não no caminho correto. Comparações nesse sentido sempre serão bem-vindas, principalmente quando existe espaço para diálogo que auxilie na descoberta do que falta para que se encontre novos e inusitados rumos de vida com alegria, bastante colorido e o principal, amor próprio.
Somente com a conquista ou reconquista do amor próprio é que inúmeras vítimas de relacionamentos tóxicos terão forças para saírem de situações onde o abuso impera.
Quanto mais despertos, melhor!
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Sobre o autor
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos