Como princípio, nenhum tipo de violência física deveria ser permitido ou desculpado pala vítima. Qualquer pessoa que se encontrar num relacionamento dessa ordem, urgentemente necessita reunir forças para sair desse drama o mais rápido possível.
Buscar ajuda terapêutica competente para que se possa reprocessar os traumas vivenciados, bem como o porquê do envolvimento na situação de abuso, é de grande valia, e mesmo que aconteçam tentativas de ajuda psicológica ao parceiro, ele aceitando ou não, a vitima deve se manter em uma distância segura.
Quanto mais submissa e quanto mais medo de receber as agressões, mais os abusadores se deleitarão sabendo que o terreno está fértil para que eles se manifestem, sendo que as agressões tenderão a evoluir com o decorrer do tempo. A maioria tem prazer sádico ao verem as suas presas sucumbirem em seus sofrimentos de dor e de medo.
No caso dos narcisistas perversos, psicopatas, estes não cessarão de agir, enquanto não diluírem por completo, tudo o que pode ter significado de vida no outro.
No momento em que as vítimas reclamam, tomando atitudes de lucidez ousando romper com o relacionamento, eles costumam moderar em suas ações a fim de inverterem as verdades. Por outro lado, se a informação que as vítimas oferecem aos parceiros é de que mesmo quando reclamam, seja o que for que fizerem, que ainda assim continuam na relação, então, o recado é que eles literalmente poderão fazer de tudo o que quiserem com elas sem qualquer tipo de freio ou receio.
Por mais que o mundo esteja evoluindo na questão da igualdade, parece que a possibilidade de amparo oficial tanto para mulheres, como para homens que muitas vezes também são vítimas de violências físicas inferidas por suas parceiras, ainda é lento, posto que nessas situações existe bastante humilhação e vergonha por parte das vítimas e por outro lado, ainda muito descrédito. Na verdade, por mais que se fale a respeito, ainda é difícil encarar tamanha perversidade e violência em casais que muitas vezes são vistos como exemplos de impecabilidade. Também existe grande dificuldade das vitimas assumirem, mesmo para si mesmas, o quanto que estão sendo terrivelmente maltratadas.
Podemos melhorar estes cenários, na medida em que todos forem mais conscientizados sobre os tipos de violência existentes e sobre a possibilidade de denunciar. Quanto mais pessoas se sensibilizarem, menos espaço para que qualquer tipo de violência física dentro de casa, em famílias e entre casais ocorram.
Um dos fatores que ajudaria muito, seria a desrromantização do ciúme que faz com que determinadas pessoas cogitem que tal comportamento pode ser visto como algo normal. O ciúme até um tempo atrás, poderia ser concebido como uma demonstração de proteção, mas cada vez fica mais evidente que esse padrão de atitude faz parte de um esquema de aprisionamento emocional.
Muitos ainda estão lutando para se perpetuarem em posições de comando por ainda não saberem gerar outros mapas existenciais.
Artigos como este são fundamentais para acordar os que ainda dormem e para criar espaço nas mentes daqueles que negam a realidade de que somos todos iguais nessa breve jornada terrena.
O adoecimento psicológico que gera esse tipo de violência geralmente acontece nos bastidores, onde as intimidades são reveladas e onde os abismos emocionais costumam se manifestar.
Quanto mais despertos, melhor!
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Sobre o autor
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
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Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos